A lógica de contar para adormecer.
O Moço saiu às sete da manhã e aí eu despertei. Queria mesmo preguiçar, porque podia e mais tarde tinha muito para fazer, mas não sou da marca de dormir até tarde. Aninhei-me, fechei os olhos e pensei para comigo: vou contar. Não carneiros que só tinha um (eu, de signo), mas tentei contar as vezes que inspirava e expirava. É que se costuma fazer, não é? Contar para adormecer? Uma técnica reconhecida por toda a gente.
Pois, são 9h da manhã e estou a escrever no computador, depois de esgotar todos os mini-clips que tinha por ver no Instagram Stories (hoje sou capaz de pôr lá qualquer coisa, atentem em @maria_das_palavras). Escusado será dizer que não resultou. E é lógico, não é?
Contar para adormecer? Portanto quando o objetivo é relaxar trazemos para cima da mesa (ou da almofada) a disciplina que mais traumas escolares deixa? #cicatrizesprofundas
A solução mais criativa que temos para esvaziar a mente é o primo simplório das expressões numéricas? Contar, a sério?
Não imagino como eu, ou milhões de pessoas antes de mim experimentaram com fé esta técnica. Mas duvido que um lembrete da disciplina mais odiada de sempre, que provavelmente provocou as maiores séries de repetições escolares, relaxe alguém. Mesmo sem ser o meu caso, que mesmo odiando, fui passando com distinção, claramente não me deixa descansar. Contar. Contas. Água, luz, gás. Dias que faltam para eu ter de acabar o projeto Y. Quantas coisas tenho para fazer durante o dia de hoje.
Enfim. Se para vocês alguma vez resultou, não deixem de me dizer como são seres únicos e especiais. Mas para mim, contar para relaxar é mito. Talvez a seguir tente a física quântica.