A Vitalina vai embora
A Vitalina vai embora. Vai mudar de trabalho e de cidade. As pessoas abraçam a Vitalina, choram e gritam. Dão-lhe presentes e lágrimas. Nenhuma das pessoas que abraça a Vitalina, chora e grita pela Vitalina, oferece carinhos à Vitalina, gosta tanto como eu da Vitalina ou lhe sentirá mais a falta.
Eu só sorrio para ela, encarando a mudança e a distância como um facto normal e dinâmico da vida. Parece que a cada dez anos opero uma mudança dessas e as pessoas que importam vão sempre comigo, mesmo quando não arredam pé.
Não choro pela Vitalina, porque vou com ela. É só isso.