Alma lusa, identidade difusa.
Vivemos sempre divididos entre amar o nosso país e mostrar que sabemos que é o pior do mundo.
Entre defendê-lo com unhas e dentes e rasgá-lo aos bocadinhos vai a diferença de um milímetro.
Somos um povo na adolescência, em conflito com os pais. Temos a vaga noção de que eles querem o melhor para nós, mas achamos que queremos fugir, ser independentes, que não nos dão mesada suficiente, exigem demais (e às vezes exigem mesmo) e não compreendem as nossas necessidades (e às vezes não compreendem mesmo). Só para descobrir que a vida sem eles é uma vida sem outras coisas que sempre tomámos por garantidas.
Tal como uma vida sem Portugal, é uma vida sem o nosso sol e o calor que está também nas pessoas, não só na temperatura.