Carta Aberta à Sara Santos
Cara Sara Santos,
Gostava de começar por dizer que talvez a melhor solução para acabar com as cartas abertas não seja escrever uma carta aberta. Torna-se um ciclo vicioso, uma pescadinha de rabo na boca (e ninguém gosta assim tanto de pescada), uma versão com mais argumento do filme Inception.
No entanto, senti que, talvez, lá bem no fundo (ali junto ao fígado, como quem vai para a esquerda, mas segue em frente)...talvez isso fosse vontade de ter uma carta aberta dedicada a si.
Quero dizer-lhe que concordo com este flagelo da sociedade que cada vez que vem uma rajada de vento mais forte dedica uma carta aberta a São Pedro. Desde quando é que a carta aberta substituiu a velha e boa greve de fome? Ou as marchas de gente peladinha (ler com sotaque brasileiro) como forma de protesto?
Talvez por lhe admirar a luta, imitei-a na forma: combater a carta aberta com mais uma carta aberta. Porque menos com menos dá mais, não era o que diziam na escola? E olho por olho e dente por dente e outros clichés.
Aproveito para dizer que gosto do blog. Calhou, que eu nem queria. Achei que era só mais um desses blogs que se vinha fazer valer da fama de um autor e ter uma agência a debitar conteúdos. Calhou que até é um blog que foi parar ao meu feed. Onde gosto de várias coisas, nomeadamente algumas (os títulos das rubricas!). Mas como a carta aberta normalmente é para injuriar, deixem-me fazer isto em bom: Ui, os T's no tipo de letra que usam nos textos são mesmo irritantes!
E é isto.
Assim declaro fechada esta carta aberta.
Temo que não seja a última.