Crónicas de um fim-de-semana em Madrid (Parte 5)
Se não leram as quatro partes que antecederam esta crónica nº5 cliquem aqui para verem todas de enfiada. Caso tenham lido...prossigam. E se já estão fartos disto não temam, porque já é mesmo o último post sobre o assunto.
Estava a contar-vos que comemos no El Brillante, a propósito de uma recomendação que eu tinha lido online. Como estávamos com muito tempo livre e já sabíamos que o museu que mais gostaríamos de ver era o Museu Rainha Sofia (com obras de Picasso, Miró, Dali) fomo-nos pôr na fila para o museu, que era mesma nas traseiras do tasco onde tínhamos acabado de manjar. Mas a pêga da fila não andava. Aproximei-me da entrada para ver e percebi: faltam cinco minutos para a uma e meia. E o que acontece à uma e meia de Domingo? A entrada é livre! Já tinha lido que as entradas eram livres ao fim do dia no Prado, mas nada sobre o Rainha Sofia. E é nesta alturas que quase acredito que há um ser superior a olhar por nós.
Foi muito porreiro porque fomos logo ver a Guernica do Picasso (enorme!) e os outros autores e exposições que nos interessavam sem termos o peso na consciência de ter pago um bilhete sem explorar todo o museu! Não tirámos muitas fotos, mas eram permitidas, desde que sem flash e excluindo a mais famosa.
A seguir tinhamos muito tempo livre, ainda toda uma tarde para ver mais Madrid sem pressas. Percorremos a pé o caminho até aos museus próximos mais famosos, só para lhes ver a fachada, por entre outra avenida comprida cheia de restaurantes Orientais. Vira para aqui, vira para ali e estávamos à frente de Prado. Mais à frente a Fonte de Neptuno, onde o Atlético de Madrid tem por hábito (não tão regular como gostaria) festejar as suas conquistas. E logo a seguir o Museu Thyssen-Bornemisza.
Estava a chover ligeiramente, pelo que entrámos numa loja de recuerdos para comprar umas inutilidades giras e nos chocarmos com o preço das camisolas "oficiais" do Real Madrid e a seguir entrámos num espaço (não sei qualificar, é loja e é restaurante e tem fachada vermelha com lettering branco) chamado VIP's que já tínhamos visto noutros pontos da cidade. E aqui estava aquilo que não vinha em guia nenhum e dou já uma bofetada virtual a alguém que tenha provado sem me contar: o croissant french-toast (portanto frito em ovo) com gelado, rodelas de banana e fatias de morango, tudo polvilhado com canela. Morri, fui ao céu e voltei para vos contar. Gostava de ter uma foto para vos mostrar, mas comi-a.
Voltámos a caminhar para a Gran Vía, levei um Dunkin'Donut com cobertura de morango na mão (tenho de aproveitar porque em Lisboa não há Dunkin'Donuts!) e alongámo-nos desta vez pela perpendicular que é a Calle de Fuencarral, conhecida como zona de compras por excelência. Entrámos em nenhuma loja e continuámos, demos a volta, perdemo-nos pela Chueca (que ao Domingo de manhã não tem a vida que promete à noite) e voltámos ao ponto de partida (perto do El Corte Inglès gigante que me dá medo - que eu já em Lisboa me perco). Porquê? Porque eu queria experimentar os 100 Montaditos e tinha visto lá um desses restaurantes. Agora que vos relato isto, apercebo-me o quanto fui gorda nessa tarde.
Os pinchos (sandezitas) estão por todo o lado, mas estes 100 Montaditos são o mais conhecido - até já abriu um em Lisboa, mas nunca visitei. Ao Domingo todos os Montaditos estão a 1€ o que é uma fartura. A única coisa difícil é escolher (e podem ver que até Montaditos doces há).
A seguir começámos a marcha lenta e bem atempada para o aeroporto. A viagem de avião para cá são 15 minutos no relógio (por causa da hora que atrasa) mas o cansaço de mais um dia longuíssimo às costas estava cá todo. Claro que a viagem não acabou sem o episódio do taxista devoto a Buda que vos relatei antes.
E é isto, minha gente. Adorámos Madrid. O que gostei mais foi o Parc Buen Retiro, o Mercado de San Miguel e ter visto o jogo do Real Madrid ao vivo. O que gostei menos foi da zona hiper-movimentada da Puerta del Sol. Não sei se voltamos, porque há muito mundo para conhecer e o tempo (e o pilim) nunca sobra, mas certamente recomendamos.