Das palavras #14: Tocar
O conceito é fácil de aprender e as crianças desde logo o percebem: primeiro a experimentar texturas diferentes (enquanto ainda experimentamos o mundo) e depois com o "não mexas aí". Tocar nalguma coisa pode ser certo ou errado e vamos aprendendo a distinguir. O toque do tato já nasce conosco.
Depois aprendemos outros toques. Eu? Aprendi a tocar piano. E flauta. E clarinete (não digam a ninguém). Este "tocar" aprendi e desaprendi com o tempo.
Um dia damos por nós também a tocar noutras pessoas e aprender a despertar-lhes sensações com isso. Às vezes, basta a ponta de um dedo ao de leve por trás da orelha para causarmos um arrepio. Consigo fazer isso.
O que eu não sabia que conseguia fazer era tocar alguém. Sem lhe mexer. Sem conhecer sequer mais do que aquilo que as palavras que dão vida a um blog permitem. Nunca pensei que ter um blog me permitisse ter um super-poder assim - o de ajudar alguém num momento difícil, à distância, ainda que de uma forma micro-ínfima-invisível.
Obrigada Paulo Vasco. Tocas-te-me (salvo seja*).
*Porque se não fosse a nota de humor, não era eu.