E apesar de parecer a coisa mais triste do mundo, não é nada disso.
Sempre usei a imaginação como um entretenimento próprio. Ao deitar-me imaginava os sonhos que queria ter. Forçava-os à minha (in)consciência. E nesses sonhos cumpria os meus desejos. Aconteciam todas as coisas que eu esperava que acontecessem no dia seguinte, na semana seguinte, no ano seguinte. Como no guião de um mau filme, tudo batia certo e qualquer adversidade era prontamente resolvida, só existindo para tornar mais saborosa a conquista.
Hoje em dia deito a cabeça na almofada e não encontro com o que sonhar. Não que tenha chegado ao auge da felicidade ou que tenha perdido esperança nos feitos por concretizar. Mas não há efetivamente algo de palpável no amanhã que eu queira.
Parece que perdi os sonhos, mas o que aconteceu foi que aprendi a apreciar a realidade e não desejar uma coisa diferente, mesmo quando o presente é uma coisa assustadora, incerta, dispensável, a melhorar. Não resolvo a vida com sonhos.