Este blog não é sobre livros #1: A Tragédia da Rua das Flores
Mas é sobre palavras e uma tal de Maria delas. E portanto de vez em quando vai por cá aparecendo uma opinião, uma citação, reflexões minhas, o que me vai apetecendo partilhar. Sempre gostei de ler, sem pressas, sem estilos definidos, e tenho a certeza que isso contribui para a minha escrita (que alguns apreciam, mesmo com os meus problemas nas vírgulas), para o meu discurso fluente (tem dias) e para a minha capacidade de raciocínio (se esquecermos os meus tiros tão ao lado, que vão parar a Espanha).
Nas fases em que ando mais leitora - que sim, isto tem fases - não tenho necessidade de comprar livros. Tenho muitos que me vão oferecendo, que eu vou comprando que me emprestam e me recheiam as estantes sobrecarregadas. Mas nas fases em que ando mais leitora, também ando sempre à descoberta e surgem novos apetites, alguns ficam a breve trecho disponíveis para degustação na prateleira (viva os livros em segunda mão!). E como se isso não bastasse, meti-me na aventura do Livro Secreto, que a M.J. organizou. E portanto além da minha fila de livros que nunca se esgota, porque nunca pára de crescer (nada a cair nos números da louca Magda Pais) agora tenho um livro por mês, a rodar nas minhas e das minhas mãos para outrem.
Causa-me transtornos de saúde, pois causa, não saber o que me calha a seguir - neste momento estou à espera do segundo e dão-me tremeliques de meia-noite com a curiosidade. O primeiro...como explicar? Não poderia ter sido melhor.
A Tragédia da Rua das Flores, precede os Maias. É uma espécie d'Os Maias, mais curto, mais conciso, mas com os mesmos traços de depravação familiar, a mesma crítica dos costumes, o mesmo gozo da fatalidade e aquelas figuras de estilo, expressão inconfundível da escrita de Eça, que me fazem revirar os olhos e pensar para mim: quem me dera escrever com um centésimo deste magnetismo.
O livro velho, que acabei a ter de remendar com fita-cola, fez parte das melhores coisas deste virar de ano - e, caramba, se está a ser um ano cheio de tudo e tanto!