Este blog não é sobre livros #19: O Desaparecimento de Stephanie Mailer
Tenho uma espécie de orgulho-Pedro-Álvares-Cabral com este autor. Ele descobriu o Brasil, eu descobri o Joel Dicker entre o meu círculo de amigos leitores. Acho que já contei: ganhei o livro dele num passatempo, sem saber bem o que era, deixei-o muito tempo na estante até um dia ter vontade de lhe pegar e nessa altura descobri um dos meus livros favoritos de sempre. Assim sendo, sou um pouco parcial no juízo, mas é certamente o meu autor favorito do género (policial).
Sobre este livro em particular: a Stephanie desparecer é só a pedra no charco que faz tudo à volta mexer, porque esta história não é sobre ela. É sobre o que ela quis saber. É sobre casos enterrados e cadáveres a descoberto. Relações improváveis e memórias amargas. É sobre glórias que dão a mão a desgraças e desgraças que se tornam vitórias. Tem tudo para nos agarrar, portanto.
Só que tive um grande azar desta vez. Desconfiei logo nas primeiras páginas de um twist magistral que só é revelado na página 481. Calhou mal para mim. Se tivesse sido surpreendida teria sido espetacular. Não é a única surpresa, claro, nem sequer se trata de descobrir "o culpado". Mas acho que foi só depois de desbloqueada a página 481 que fiquei sôfrega por mais a cada página, visto que a partir daí, tinha varias teorias, mas já nenhuma certeza.
Gostei e terminei com a sensação de vazio que deixam os bons livros. Com o desejo que o bom (e jeitoso) do Joel continue a publicar, mesmo que nenhuma obra supere o que senti na primeira dele que li (a segunda que escreveu).