Eu e a passagem de ano.
Algumas das melhores e das piores coisas que me aconteceram na vida, estiveram junto às doze badaladas. Não sou supersticiosa, não acredito em sinais, no destino, em azares (mas acredito em sortes). Cada data tem a importância que lhe damos e o que a preenche não depende do que aconteceu antes, mas do que fazemos agora que prepara a cama para depois.
Ainda assim, lá estou eu, há 11 anos atrás, de camisola de lã cinzenta, em casa da minha tia, sem saber do meu avô no hospital (que diferença havia de fazer aquela noite?). Eu a bater tachos com colheres de pau para fazer barulho.
Ainda assim, lá estou eu, há 3 anos atrás, a seguir viagem para a Serra da Estrela, ao encontro de muitas pessoas que viriam a ser bons amigos e uma em particular que viria a ser a minha pessoa.
Ainda assim , aqui estou eu hoje, sem nunca esquecer. A tentar convencer-me que a passagem de ano é só uma noite como as outras.