Eu que adoro metáforas e futebol
E o Ricardo Araújo Pereira e os comentadores de futebol carismáticos e o Luís Freitas Lobo (pronto, não adoro o Lobinho, mas tenho-lhe uma simpatia porque já o conheci pessoalmente e tem uns olhos azulinhos de respeitar)...deliciei-me com esta crónica da Visão.
(...)
Acompanho com muito interesse as experiências linguísticas do comentário desportivo, e deve registar-se que Freitas Lobo tem contribuído para a consolidação de todos os grandes lugares-comuns sintácticos. É, por exemplo, um ilustre cultor da nova moda que consiste em falar com o verbo no infinitivo. Dá gosto ouvi-lo declarar: "Em primeiro lugar, dizer que Minhoca fez um grande jogo pelo Paços de Ferreira", ou "Antes de mais nada, dedicar este comentário a quem ama verdadeiramente o futebol."
O problema é quando Freitas Lobo resolve ser original. A sua mais recente inovação poética consiste na aplicação da seguinte fórmula: "O [inserir nome de jogador] é um [inserir metáfora] em forma de jogador de futebol." Alguns exemplos célebres são "Ribery é uma carraça em forma de jogador de futebol", "Rooney é um pugilista em forma de jogador de futebol", "Matuidi é um alicate em forma de jogador de futebol" (...)
A minha preocupação aumentou quando vi o próprio Freitas Lobo confessar, na contracapa de um livro, que tinha como objectivo "descobrir Sheakespeare em Bobby Charlton". Nem o facto de Shakespeare estar mal escrito me sossegou: este homem queria mesmo estragar o futebol com alta cultura, e não seria uma gralha a redimi-lo. (...)
Ler mais: http://visao.sapo.pt/freitas-lobo-com-pele-de-freitas-cordeiro=f802030#ixzz3Ji8IurkE
Que saudades do meu favorito de todos os tempos: Jorge Perestrelo, e das suas expressões a relatar futebol - ripa na rapaqueca.