Há tanto tempo que não escrevo uma coisa bonita.
Acho que as coisas mais bonitas se escrevem nos piores estados de alma. Na amargura da saudade, no vazio da solidão, no espaço recentemente desocupado por sonhos que se esfumam e se mudam para um t3 no campo, com baloiços no quintal. Damos por nós a inventar palavras que queremos que nos pertençam e a chorar por letras bem desenhadas porque as lágrimas já se esgotaram. Textos sentidos, sublimes, carregados, inigualáveis.
Fico feliz. Ainda tenho saudades contínuas, sonhos adiados, frustrações, angústias, percalços que vistos daqui parecem irreparáveis. Mas tenho-te a ti. E, por isso, há muito tempo que não escrevo uma coisa verdadeiramente bonita.