Hey Google, lava-me atrás das orelhas.
Dois factos sobre quando fomos à Bélgica: 1) os nossos amigos têm a casa toda quitada de Google e 2) o Moço fez anos e a prenda que lhe levei foi um tiro ao lado.
Quando regressámos, o Moço passava a vida a dizer ao Google Home - que não tínhamos - para apagar a luz ou ligar a TV. Hey, Google turn on the lights. Hey Google turn of the lights.
Portanto achei que, ou estava na hora de o internar, ou trocava a prenda que lhe tinha dado por um sistema mini-Google Home. Escolhi a segunda. E a maquineta é engraçada, confesso. Põe música a pedido. Mais baixo ou mais alto. Conta-me histórias e piadas se lhe pedir. Diz-me onde posso comer um brunch no Porto. Inicia o Netflix na série que peço, mesmo onde a deixei e põe na pausa sem eu mexer uma palha. Faz contas por mim. Converte-me ounces em gramas sem eu ter de mexer com as mãos cheias de farinha no telemóvel. O Moço gosta particularmente do beatbox. Às vezes faz-se de desentendida, mas eu perdoo, porque se eu disser "Hey Google, you're useless" ela responde "Well, I'm still learning." e a pessoa compreende.
Cheguei à conclusão que estamos a avançar a passos largos para aquele momento da vida em que não temos de nos levantar para nada, quando a Bimby me fazia a sopa, enquanto eu via um episódio de Homeland no sofá, que o Google pôs a dar quando pedi. O sonho de qualquer preguiçosa.
Claro que o Google continua a não apagar ou acender a nossa luz, porque para isso é preciso comprar umas lâmpadas xpto que estão ao preço do caviar beluga. Ou menos. Portanto percebo que fiz asneira a trazer isto para casa quando o Moço faz contas à vida porque quer trocar as lâmpadas da sala (três!) e eu digo:
- Se quiseres dizes-me "Hey Maria, apaga a luz" e eu trato disso.