Lembrei-me agora.
O meu pai sempre foi o homem mais trabalhador que conheci, apesar de isso se ter traduzido em muito poucos tostões ao longo da vida (um homem honesto neste país não chega a lado nenhum, diz ele com amargura). A única folga semanal chama-se Sábado e esteve largos anos sem saber o que era isso de tirar férias. Por isso, eu e a minha irmã, num 1 de Maio qualquer, decidimos dar-lhe uma prenda, penso que era um CD de fados. E ele? Ficou mal disposto, porque achou que estávamos a gozar com ele. Neste 1 de Maio não há dúvidas: só a mãe é que recebe prendas.