Maria das Leituras - Junho 2021
Depois de vários meses a bater recordes de leitura, em Junho achava que tinha lido 2, mas afinal foram quatro! (de um deles não me lembrava, por não ser um livro típico, outro acabei em julho, mas contei na mesma)
Junho foi um mês complicado de muito trabalho e pouco tempo livre (já disse que tive 3 casamentos?), mas o que li foi com gosto e, como insisto sempre que me dão oportunidade, ler não é uma corrida, ou coleção de cromos. Um livro por ano, pode ser tão bom como 4 num mês, desde que dele retiremos o devido prazer.
Só me chatei que queria mesmo ter lido pelo menos um livro antigo da minha estante, dos que aguardam há mais tempo, mas o que acabei por ler foram quatro livros novos! Dois comprados por mim, dois oferecidos pela editora (lançamentos de Junho que me interessavam). Mais uma vez: fazer planos é bonito, mas leio o que me dá prazer e foi isto que quis ler.
1. O Homicídio Perfeito - Um Guia para Boas Rapatigas, de Holly Jackson - Novo
Para quem tinha estado a reviver a juventude, na casa dos pais, a tirar da estante todos os livros do passado (desde coleções de aventura como Triângulo Jota, à Profissão Adolescente, às Luas de Joana, Diários de Sofias e afins) este foi o livro perfeito. É um mistério juvenil, em que a Pip, com a desculpa de trabalho de investigação para a escola, vai desenterrar um homicídio/desaparecimento que ocorreu há algum tempo naquela pacata cidade. Tem muito bom ritmo e não adivinhei o fim (o que gosto é ótimo). Não fica como favorito, até porque se seguiu ao brilhante A Anomalia (!) e essa é uma posição difícil, mas recomendo para quem quer encontrar a nostalgia de "Uma Aventura".
2. O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo, de Charlie Mackesy - Novo
Dizem que é uma espécie de novo O Prícipezinho. Uma fábula para todas as idades. É bastante rapido de ler: as ilustrações dominam e as frases, reflexões das várias personagens, dão sentido. É um livro lindo, de ter na estante e abrie muitas vezes, de oferecer a miúdos e graúdos e...de pôr no Instagram! Ahahah.
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3. Tereza Batista cansada de guerra, de Jorge Amado - Novo
Foi o livro que enrolei durante a maior parte do mês: é grande, tive pouco tempo, mas, sobretudo, é mesmo um livro para ler com vagar. Tereza tem muitas alcunhas e "cansada de guerra" é só uma delas. Vamos conhecendo como mereceu cada uma nos vários capítulos da livro e da sua vida, numa escrita sublime e irónica de Jorge Amado. Capítulos como o do surto de varíola (narrada a começar cada capítulo com uma letra do alfabeto, por ordem), a violência que sofreu nas mãos do capitão, como liderou a revolta das prostitutas e o amor tão errado com quem lhe restaurou a vida, roubaram-me o coração de formas diferentes. Já tinha lido os Capitães de Areia deste autor, e gostei bastante mais deste livro.
4. Layla, de Colleen Hoover - Novo
Continuo sem saber qual o estilo da Colleen. Terceiro livro que leio dela e nenhum parece da mesma autora. Este, que fechou o meu mês (até acabei hoje, já em julho, mas não digam a ninguém) é um romance paranormal, mas não temam, porque não é terror. É só muito louco, mas é leve e muito rápido de ler. Tive sempre vontade de lhe ir pegando a cada bocadinho livre e, apesar de ser mais paradito no meio, em que se instala uma rotina que ainda estamos a tentar perceber (não posso dizer muito), no final tudo se explica.
Quando começa, temos Leeds a contar como conheceu Layla a alguém, ao mesmo tempo que sabemos que ela está amarrada num quarto do primeiro andar. Começamos seriamente a duvidar daquela que, em teoria, pelo que ele conta, é uma bonita história de amor. Eu comecei a duvidar também por que raio se chama o livro Layla, quando não me parecia que o essencial fosse sobre ela. Mas tudo faz sentido, prometo, só que não vos posso contar! Descubram. Sei que é estranho dizer isto de um livro que lida com o paranormal, mas acho que é uma leitura de verão!