Marisco e Camisas brancas | Uma voltinha à Ericeira
A coisa começou por correr muito mal. Tínhamos planeado uma tarde simpática pela Ericeira, bom almocinho, respirar a praia, mas, algures entre o plano e a realidade, a chuva e o vento fizeram-se de convidados. Faltavam cinco minutos para a hora da reserva do almoço e (segundo o Google Maps) 30 minutos para o local. Ligámos a avisar (correção: ligou ele, já que motivou o atraso). Odeio atrasar-me, é ponto de honra. Acalmei assim que pusemos os olhos no mar. O restaurante que escolhemos, a convite da Odisseias, era mesmo na linha da praia, o carro ficou estacionado a olhar para o mar e eu - mesmo atrasada - não entrei sem tirar um par de fotos primeiro.
Entramos assim na Marisqueira Ribas, empurrados pela brisa marítima (fresca, a velhaca). Só para descobrirmos que a nossa reserva estava feita para um dia diferente...fiquei atrapalhada, tinha havido ali um problemita na comunicação, mas os senhores não ficaram nada atrapalhados. Que não fazia mal, que estava tudo bem e receberam-nos com simpatia e atenção.
Demasiada atenção, pensei eu a determinado momento, quando os via sempre a espreitar para nossa mesa - mas depois, parola, acabei por perceber que se devia ao facto de termos escolhido a mesa mais escondida (gosto de cantos, não sei explicar) e eles tinham de perceber quando substituir os pratos, entre outras coisas.
O pão quente para receber a manteiga começou logo a encher-me o coração e a travessa de marisco não tardou a vir. Quando o senhor pousa o martelinho da sapateira é que olho por mim abaixo e penso: bem jogado, Maria, com a escolha dessa camisa branca. Posso dizer-vos - e tenho testemunhas - que a camisa ficou intacta. Nem molho de sapateira, nem um bigode de camarão. Não posso dizer o mesmo das minhas mãos, cabelo, toalha da mesa, chão e possivelmente paredes...mas isso é outra história. Não posso ser a única que tem problemas de logística a comer marisco...embora já me safe muito bem a descascar gambas com faca e garfo, é um bocadinho impossível fazê-lo com sapateira...
A travessa tinha sapateira (recheio e perninhas), camarão, ostras, mexilhões, percebes e búzios. E eu só sabia comer metade. Mas como o senhor bem apontou "se não sabe, pegunta". Foi assim que fiquei a saber que os percebes sao bons escurinhos com extremidades avermelhadas, que os búzios são parecidos com as ostras, mas cozinhados. E que as ostras se devem comer com pimenta e muito limão e - a frase do dia: engolem-se não se mastigam.
Estava tudo delicioso, mas as ostras não gosto, nem com limão e pimenta, nem a engoli-las como um comprimido como me ensinou o senhor. Aquela textura... Haverá aqui amantes de ostras?
As sobremesas eram do dia e caseiras e, portanto, não necessariamente as que estão escritas no voucher. No caso, optámos por fruta (olhó abacaxi) e uma baba de camelo que...bem, o aspeto fala por si.
Entretanto não ficámos pela Ericeira tanto tempo como estimámos, por causa da não-tão-agradável meteorologia, só o tempo suficiente para tirar mais umas fotos. É que mesmo de céu cinzento, a paisagem é maravilhosa. Sem filtro, senhoras e senhores.
À tarde fomos redescobrir o espaço do LX Factory. Adorei. Logo vos mostro também.
No próprio dia (foi Sábado) fui publicando fotos e novidades do passeio no Facebook e Instagram. Juntem-se a mim nessas redes sociais para não perderem pitada das minhas tolices, com toda a adrenalina da experiência ao vivo.