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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

05
Out15

Não ficou tudo na mesma

Maria das Palavras

Só oiço dizer que o dia de ontem não fez diferença. Escuso-me a comentar quem advoga a liberdade mas censura quem não vota no partido X, quem condena a abstenção e no fim do dia diz que se era para isto que não tivesse votado, quem chama dever ao voto (votar devia ser uma obrigação, dizem) sem perceberem que enquanto não se lhe chamar só um direito não baixa a abstenção. Escuso-me a exercícios de futurismo ou leitura de passados alternativos. Votei em consciência e não estou satisfeita, como não estaria qualquer que fosse o resultado - ainda temos muito para pedalar sem ar nos pneus da bicicleta.

 

Este não é um post sobre o futuro do país, é sobre o meu presente. Sobre como pela primeira vez não votei na terrinha em que votei das outras todas. Como não me cruzei com a minha professora da primária cá em baixo - sempre ligada à política, que me dá um beijinho entusiasmado, me diz como estou tão crescida (estou igual há dez anos) e me pergunta se tenho escrito. Nem com as outras pessoas todas que me vêm cumprimentar, enquanto eu olho perdido para os meus pais (quem é?). Sobre como não me ri dos meus pais impacientes na fila grande, porque a minha, do setor B (são só dois, mesmo) era sempre mais rápida. Não sabia quem eram as pessoas na mesa de voto e portanto não comentei (como os outros) que lá está aquele a ganhar uns trocos à conta das eleições. Não me cruzei com a Sofia que foi minha colega na primária e já deve ter um filho nos braços (nas últimas eleições encontrei-a com uma grande barriga.  Não desci até à junta de freguesia depois do almoço de Domingo feito pela minha mãe, porque aqui vota-se numa escola e a casa de partida é minha.

 

Fui de mão dada com o moço. Não me cruzei com ninguém que conhecesse. A cabine de voto era estúpida, triangular em vez de um retângulo, virada para a porta e não para o fundo da sala. A seguir paramos para beber café na pastelaria enquanto ouvia tocar os sinos de uma igreja diferente. 

Não é melhor, nem pior, é diferente. Não me venham dizer que nada mudou. A minha professora da primária tem razão, afinal: estou crescida. 

 

Sigam-me no Instagram @mariadaspalavras, no Youtube aqui e no Facebook aqui.

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