O belo e a monstra
Jantamos e conversamos. Eu despenteada, com o cabelo cheio de trejeitos da humidade, e de ar cansado, e ele, por mais que se esfalfe a trabalhar em turnos, e nas máquinas do ginásio, sempre com aquele ar fresco e fofo, giro-sem-esforço (se calhar eu também devia experimentar ser in e fazer a dieta dele - isso e uma operação plástica).
Como estou sempre a inventar, eis a questão que lanço para cima da mesa: se pudessemos escolher uma maneira para morrer, num futuro próximo, excluindo a hipótese "enquanto dormimos", o que escolheríamos.
E enquanto eu estou a formar na cabeça a possibilidade de uma morte através de um veneno de atuação rápida, que nem chegue a fazer uma pessoa bolsar-se e perder a pose, ele diz:
- Escolhia morrer atropelado, a atirar-me para a passadeira para salvar uma criança de um carro a alta velocidade. Eu morro, a criança salva-se.
Dá para acreditar nesta pouca vergonha?!