O drama das Ó-Lindas
A única forma que concebo de chamar alguém usando a expressão "ó linda" é mesmo que o nome de batismo da pessoa seja...adivinharam: Olinda.
De resto não consigo imaginar-me a tratar por "linda" alguém com quem não tenha um mínimo de confiança construída. Para falar verdade, não trato assim ninguém, mas isso também tem a ver com o facto de eu ser tão carinhosa como um novelo de ráfia.
Portanto quando alguém acaba de me conhecer e passado cinco minutos já me trata por "ó linda" tenho sempre de conter o torcer de nariz e, não raras vezes, reprimir o comentário: o nome é Maria, mesmo. Sobretudo em dias em que as olheiras estão particularmente inspiradas, os poros abriram as janelas de par em par ou o cabelo faleceu de humidade e a expressão "ó linda" que tende a ter intenção fofa - bem sei, - me soa a uma irónica ofensa.