O Moço a passar-se.
Enquanto jantávamos contava-lhe que tinha acabado o livro anterior e já ia começar o que o T. me tinha emprestado. Ele começou a refilar que eu tinha tantos livros meus para ler, porque haveria de começar um livro emprestado.
Um raciocínio sem sentido: primeiro lêem-se os livros que se devem devolver ao remetente (pelo menos eu sou assim). E os meus não vão a lado nenhum. Nem é assim muito normal ele falar-me naquele tom quase-agreste sem um motivo, pelo que o inquiri o que se passava. Nada. E continuava a queixar-se que eu nunca leio os livros que ele me oferece, por exemplo (o que é falso).
Bom, fui-me afastando do tema livros porque havia ali algo que eu não estava a perceber e eu não gosto muito de não perceber coisas no geral e cenas em particular.
Arrumámos o espalhafato do jantar, fomos para a sala e já ele ia começar outra vez de forma forçada a lenga-lenga do "não lês os teus próprios livros" quando os meus olhos batem numa lombada amarela na estante. Uma que eu não conheço.
- O que é isso?
Era isto. E o mau humor fingido dele era só uma tentativa de eu ir à estante escolher um livro meu e dar de caras com este. Há que tempos eu queria ler Valter Hugo Mae. E este - que eu não conhecia - tem uma estória que me parece incrível (podem ler a sinopse clicando na capa do livro).
Obrigada, Moço, pelo teu mau feitio. Seu fingido. Que eu adoro.