O nervosismo da reta final.
Precisava estar impecável do início ao fim do dia. Para reuniões, viagens e a culminar num jantar importante depois do dia longo, sem tempo para parar, retocar, refrescar ou trocar de roupa. Há todo um perigo nestas maratonas diárias, em particular quando metade das ocasiões (sendo a última uma delas) exige aparato formal. Os foguetes nos collants (um clássico), as nódoas no sítio mais visível possível do vestido, a chuva que destrói qualquer tentativa de cabela decente, uma mão distraída que esfrega o eyeliner, as unhas que estalam, o salto que parte, a asa da mala (carregada com tudo e um par de botas - quase literalmente) que rebenta.
São seis e vinte da tarde e ainda não aconteceu nenhum dos acidentes possíveis e outros que me faltou enumerar por falta de imaginação. Mas ainda tenho tempo para ser eu mesma. Aceitam-se apostas.