O pesto que deu molho
Os cunhadinhos vieram cá jantar e achei que era a oportunidade perfeita para experimentar fazer aquele molho pesto que tinha comprado. A embalagem era de ervas secas e era suposto fazer o molho fervendo água com as ervas até evaporar e juntando azeite q.b.
Cheirava deliciosamente. Na brincadeira, fui à sala e disse-lhes que cheirassem as ervas:
- Vejam já se não cheira tão bem. Aproveitem que eu ainda posso fazer asneira e depois já não cheira assim.
Toda pimpona volta para a cozinha para equilibrar pratos. Uma fada do lar (não, não, Moço, não preciso de ajuda, faz só a salada e vai ter com eles que tenho tudo controlado). Carne com mix de vegetais a fazer na chapa, botar as ervas num tacho, tagliateli a cozer no outro.
A água da massa nunca mais fervia e mudei-a para o bico maior do fogão. Nisto, mudei o tacho das ervas para onde estava a massa, para fazer depois no fim.
Continua a grelhar a carne na chapa aos poucos, quando começo a sentir um agradável aroma ao pesto.
É mesmo bom, penso eu, fechado no tacho e vem aqui o cheiro.
O cheiro era mesmo muito intenso e já quase não parecia pesto, já parecia ganza...
Fui até ao tacho das ervas que estava...acidentalmente ao lume. Quando movi o tacho da massa não desliguei aquele bico e as ervas ficaram literalmente a queimar.
Puxei o tacho mais para ao pé de mim, mexi um pouco para encontrar ervas pretas depois de uma fina camada enganadora de pesto verdinho que já não dava para nada.
Improvisei um molho de tomate para salvar o jantar.
Agora quero ver o que vou improvisar para salvar a outra asneira.
Aparentemente quando puxei o tacho para ver o estado do incêndio florestal do pesto, pousei o tacho muito quente por uns segundos em cima de dois botões do fogão. Que derreteram...
É caso para dizer que não fiz molho de pesto. Apesar de o pesto ter dado molho.
PS: Sim, o fogão ainda estava todo sujo quando tirei a foto: não julguem, aceitem.