O Setembro dela
O meu Setembro tem o calor do Verão, mas já todas as folhas caídas de Outono.
Já não há regressos, nem recomeços, nem peles douradas para contar a história dos grãos de areia e do sal do mar.
"Dói-me a cabeça e o Universo", como disse Fernando Pessoa, de viver este Setembro.
Quem me dera os dias de a levar pela mão à escola. De a ver saltar por entre as sombras das árvores: quem pisar o Sol, perde!
Inventar jogos para a fazer vestir-se mais depressa. E cada dentada no pão da manhã vale por trincar um medo.
Doíam-me as pernas de correr atrás dela e as costas das cavalitas, às vezes também me doía a cabeça, mas não me doía o universo.
E o Sol não estava lá fora, estava em mim. As folhas caídas de Outono é que não estavam em mim, estavam lá fora.