Odisseias da Maria: Monte dos Pensamentos | Estremoz
De Sábado para Domingo, no segundo capítulo da comemoração do nosso aniversário de namoro, decidimos usar um pack Odisseias que ainda andava cá por casa (oferecido pelos cunhadinhos). Depois da estadia que vos mostrei num resort de luxo, pensámos que qualquer noite que se seguisse a esta saberia a passar de cavalo para burro. Mas esquecemo-nos que o burro é um animal caricato e cheio de encantos próprios, mesmo que não tenha a crina lustrosa do seu primo que vai aos concursos.
A escolha recaiu sobre o Monte dos Pensamentos, em Estremoz. Não havia quartos simples disponíveis, pelo que ficámos numa suite (mediante pagamento de um extrazito, claro). Mas não houve arrependimentos. A receção , onde também está a piscina e o salão de jogos (que é na verdade a divisão da foto acima), fica a uns 100 metros do edifício onde estão os quartos que também tem uma cozinha e uma sala comuns.
Quando entrei no quarto, fiquei positivamente deslumbrada. A decoração moderna, com capas dos livros do Tintin transformados quadros, a colcha bordada maravilhosa, a salamandra com o lume preparado (voltamos a isto mais tarde) e uma cama-individual (que virou sofá), o LCD, uma garrafa de água de cortesia e a casa-de-banho super moderna em pedra. Em termos de turismo rural...não podia ter melhor aspeto.
Aprendi mais tarde que mesmo os quartos mais bonitos, com ar condicionado e salamandra, podem fazer-nos passar um frio de rachar, mas como me disse uma amiga minha quando lhe contei isto: é Janeiro, querias milagres?
Tive uma luta de titãs com a salamandra, mas ao fim de três horas a bicha acendeu, tornámo-nos as melhores amigas, e foi um luxo estar a ler ali à beira do calor, em dois cadeirões confortáveis. Sabem aquela sensação "não-saio-daqui-nem-que-sinta-a-pele-das-pernas-a-arder"? Foi tal e qual.
Nessa tarde visitamos Estremoz, bebemos um chá n'A Cadeia Quinhentista - um bar que era mesmo uma antiga prisão, muito pr'ó engraçado - e aprendi que os ilustres da minha terra (D.Dinis e a Rainha Santa Isabel) também são famosos por lá. Comemos numa das tascas mais antigas do sítio, onde não fomos lá muito bem atendidos, mas eu tive oportunidade de a) provar e ficar fã da sopa de cação e b) mostrar ao Moço como sou a melhor namorada de sempre, ao deixá-lo ver o Porto durante o jantar, sem refilar (muito).
No Domingo, antes de voltarmos a Lisboa via bifana de Vendas Novas, ainda visitamos Vila Viçosa, onde o que mais impressiona é o Paço Ducal e o borrego assado do Ouro Branco . Estranhei que num Domingo tão solarengo houvesse tão pouca gente a passear numa cidade tão alva e bonita, mas quem sou eu para mandar na vida dos outros?
E pronto - correndo tudo bem - para o ano há mais!