Os melhores livros que li em 2020 (por agora)
Este ano está a ser atípico mesmo, portanto ninguém me vai levar a mal se começar já a fazer retroespectivas. Estamos em Julho e já li 27 livros. No início do ano o objetivo eram 24, por isso - vejam só - há coisas a correr melhor do que o esperado neste ano maluco. Na verdade até já tinha falado sobre alguns destes livros num episódio do podcast Mensagem de Voz, mas desde esse momento li mais uns quantos (10...) e o quadro geral sofreu alterações. O aclamado Pintassilgo nunca fez parte dos favoritos, nem a grande tendência livro-série Pequenos fogos em toda a parte (meio aborrecidinhos). A Delia Owens e o João Tordo foram destronados.
Sem mais demoras, vamos às minhas recomedações!
O livro que nos ensina
Li As Vozes de Chernobyl, con factos reais sobre o desastre que todos conhecemos. O livro que inspirou a série Chernobyl da HBO (também ela recomendadíssima). E apesar de ser uma coleção de relatos, uns mais intensos, outros mais aborrecidos, é um quadro real, cru e inesquecível da nossa história. Há duas ou três passagens que não me saem da memória, como o tipo que voltou do desatre e ofereceu o barrete com que andou na zona radioativa ao filho.
Nesta categoria fica a menção honrosa para o livro Holocausto Brasileiro. Não considero um livro escrito de forma muito interessante mas deu-me a conhecer uma realidade que desconhecia completamente: um hospício onde milhares de brasileiros foram aniquilados ou (sobre)viveram em condições desumanas).
O livro que é tão mau que é bom
Por mais vergonha alheia (na verdade, própria) que me cause, não posso deixar de incluir a trilogia A Seleção de Kiera Cass nesta short list. E sim, de Chernobyl para "35 garotas e uma coroa" descemos um bocadinho o nível. É uma espécie de reality show tipo The Bachelor, mas com princesas. Também é uma distopia, mas isso é pouco relevante na trama. É mau? É. Devorei? Devorei. Às vezes tudo o que precisamos é de um destes livros tão maus que são ótimos. Parece que a partir do quarto livro a coisa se inverte e são as moças a ter a faca e o queijo na mão, mas só li os três originais. Achei que se se chama trilogia, não devia haver cinco...
O melhor thriller
O Mais recente foi o The Hunting Party (da Lucy Foley), que também achei interessante, e antes desse tinha adorado o Uma Gaiola de Ouro, da Camilla Lackberg. Mas elejo como favorito A Paciente Silenciosa. Há que diga que é previsível, mas eu só vi o que se passava mais perto do fim e por ter mantido a surpresa, gostei bastante da descoberta. O andamento do livro também é muito gostoso, porque vai alternando entre duas perspetivas. O da paciente que mantém o silêncio há anos desde que foi acusada do homicídio do marido (não é spoiler) e o psiquiatra que a vai tratar na instituição onde está internada e que tenta desvendar o que realmente se passou.
O romance que não é um cliché total
Noivos à Força foi uma recomedação do BookGang da Helena Magalhães. Um dia pus-me a ler a amostra na loja do Kobo e não resisti a comprar para continuar a facilidade. Afinal o Kobo não são só vantagens! É demasiado fácil comprar livros...
É um romance que não começa com o típico "eles olham-se e apaixonam-se". É claro que continua a ter clichés, mas achei muito fresco para a categoria. É daqueles que sei que todas as minhas amigas vão adorar ler.
O livro que se lê num sopro
Daisy Jones & The Six tem um grande defeito: parece real e é ficção. É a história de uma banda (ficcional) na sua ascenção, apogeu e queda, com duas figuras centrais, mas contada alternadamente pela voz de todos os elementos da banda e outras pessoas envolvidas. Que balanço tem o livro! Lê-se muito depressa e mesmo que não encontrem o final que queriam, prometo que a viagem vale a pena.
O livro que todos devíamos ler
Já falei sobre ele aqui e por isso não me alongo. Trata-se da Educação de Eleanor. Um livro terno e tão realista. Encantador, apesar de estar todo contruído em cima de problemáticas graves. É sobre saúde mental, mas é sobre nós todos. É uma história louca e a história da nossa vizinha do lado que não conhecemos assim tão bem. E, sim, é entretenimento.