Pára. Respira. Recomeça.
Apesar de “calma” ser uma das palavras que menos gosto que me atirem tenho-a repetido na minha cabeça muitas vezes. Em teoria, quando o Moço viesse para cima, a rotina ia estabilizar. Na prática, a loucura continua. Tempo para parar quieta numa cidade, precisa-se. Família e amigos estão espalhados pelos quatro ventos. Aniversários são como cerejas, vão uns atrás dos outros e isto só para mencionar a parte mais leve da coisa. É verdade que toda a gente está ao alcance e as viagens não são assim tão compridas, mas o que não mata, mói (e se me permitem o aparte também mói a carteira #gobrisa).
E se não parar em Espinho é um problema, querer receber cá toda a gente é outro. Quero mostrar o nosso ninho novo a toda a gente, os encantos e os recantos gulosos da nova cidade. Mas não há tempo para tudo decentemente. Não posso fazer planos porque depende sempre de A, B, C pessoas e D, E, F eventos com G, H, I possibilidades.
E eu dou por mim a querer fazer tudo ao mesmo tempo. E despachar visitas como se estivesse a despachar senhas no talho. E não quero. Quero saborear. Quero ter paciência. Quero gostar de ir e gostar que venham, sem pensar que estou só a cumprir calendário. CHECK ao jantar, CHECK à visita. Quero não pensar que se tenho um dia livre podia estar a aproveitá-lo para marcar outro CHECK nas coisas que queria fazer e nas pessoas que queria visitar ou trazer.
Preciso de parar. Respeitar-me e ao meu tempo. Pensar que o que não acontecer agora, acontece depois e que não faz mal que eu não saiba quando. O dia não tem de ter mais horas e a semana não tem de ter mais dias. Eu é que tenho de ser mais paciente. Se eu me esquecer, vão-me lembrando?