Partilhar passatempos ou não: eis a questão.
Quem falou disto foi a Língua Afiada e eu senti que podia ter escrito aquele post, que fala do inconveniente da partilha pública do passatempo e do "porque raio toda a gente tem de ficar a saber o que ando a tentar ganhar". Só que a verdade é que já fiz passatempos cá no tasco (a decorrer ainda aliás - este para o pack Odisseias e este para o bilhete familiar para a peça de teatro Cinderela) usando essa lógica da partilha do post. Eu explico, usando o comentário que lhe deixei (editado).
Como participante concordo em absoluto. Não gosto de partilhas de passatempos. Houve um tempo da minha vida em que participei em muitos passatempos e punha sempre esses de lado (a não ser que fosse uma oportunidade mesmo incrível).
No espírito da coerência, quando fiz os primeiros passatempos no blog fi-los da forma que mais gostava de participar: com frases, sem obrigatoriedade de partilhar nada. Conclusão: umas 20 participações.
O primeiro que faço nesse sistema mais frequente na blogosfera, com gosto/partilha/formulário: pumbas, participações às carradas. Centenas.
Parece que as pessoas não se importam (muitas não se importam) e preferem isso do que ter de puxar pela cabeça por um pote de creme (eu percebo, para mim - para bloggers e mais algumas pessoas - escrever é uma coisa mais natural, mas muita gente não engraça com isso).
De qualquer forma podia ter usado esse esquema sem a parte da partilha. Podia. Agora mais honestidade ainda: claro que isto dos passatempos não é só pela generosidade (nem do lado, da blogger, nem do lado da marca) e por mais que se queira sim oferecer alguma coisa com muito gosto (e adoro poder fazê-lo), há sempre outra finalidade que é a visibilidade, senão oferecia-se ao primeiro que aparecesse em vez de fazer um passatempo. Ou oferecíamos o frasco de verniz a uma amiga nossa.
A partilha faz com que mais gente veja o passatempo. Gente que nunca teria contacto com ele de outra forma, porque não é seguidora do blog. Mesmo que menos gente participe, mais gente fica a par dessa possibilidade e pode decidir fazê-lo ou não. Depois uns até vão ficar a gostar (da marca ou do blog) e a maior parte provavelmente não, porque nem vê mais nada que não seja o post do passatempo. Mas nós tentámos. Dissemos olá. E isto de ter um blog - como estou farta de insistir - deve fazer-se pelo gosto na escrita independentemente do número de visitas e comentários ou brindes e afins, mas claro que gostamos de dizer "olá" a muita gente. E receber um "até já" de volta.
Como digo, compreendo perfeitamente a aversão à partilha...mas depois vai-se a ver e...as pessoas até preferem assim do que a forma que eu preferiria.
Ou seja: sim, é uma grande chatice esta coisa da partilha e em termos teóricos eu também preferia não o fazer. Sim, pode fazer spam se se juntarem à esquina os "promotores de passatempos em série" com "participantes de passatempos profissionais". A verdade é que a "publicidade forçada" pode chatear terceiros, mas isso só acontecerá se estes não estiverem interessados no que está a ser oferecido - e aí é só ignorar. Também pode interessar a terceiros. Sim, estamos a divulgar uma coisa que às tantas preferiamos deixar para nós...mas também é uma partilha de um passatempo, vamos lá, não da declaração do IRS...
Na prática, acaba por trazer vantagens para todos: para a marca que tem mais visibilidade, para o blog que chega a gente nova, para quem gosta de participar porque - se blogger e marca estão contentes - é provável que a seguir venham mais passatempos (possibilidades de ganhar qualquer coisa) e para os amigos dos participantes que também ficam a saber que podem ganhar qualquer coisita ou podem ficar a conhecer outro blog que gostem (ou alimentam só a sua veia cusca, pronto).
Eu sei que me entendem. Como eu entendo quem não quer partilhar passatempos. Hei-de experimentar também sem partilha e ver a diferença na adesão um dia destes (assim haja mais coisinhas boas para sortear). De resto, participa só quem quer. Notando que tudo seja feito com conta e medida. [Decidi acabar o texto com clichés, paciência...]