Queriam dar-me aquilo que eu já tinha.
Ao longo do percurso ainda tão curto deste blog fui ganhando algumas coisas - falo das físicas, entenda-se. O blog valeu-me alguns livros, waffers com gelado, uma carta de amor que ofereci a alguém em passatempo e uma caneca personalizada. Estabeleci algumas - posso chamar-lhes assim, acho - parcerias que me deram gozo (não dinheiro) por ver os meus textos partilhados em plataformas que chegam a muitos milhares.
Já brinquei com o tipo de publicidade que se faz nos blogs. Costumo dizer que de borla até injeções na testa. Que me vendo a quem ofereça qualquer coisa. Mas é mentira. Sempre que sou abordada por uma marca ou empresa (dito assim parece que é todos os dias e vou manter-vos nessa ilusão) a primeira coisa que penso é se faz sentido para mim e para os meus leitores. Se falaria daquilo no blog, mesmo sem contrapartidas. E assim, nenhuma passou desse crivo. E de todas as que mencionei acima falei por vontade própria e não por imposição (ganhando pouco mais que umas visualizações ou prendinhas dadas em antecipação sem nenhuma obrigação comercial). Falei-vos delas porque me senti agradecida e porque achei que vocês iam gostar que partilhasse convosco. Da mesma forma que recomendo outras (a MANGO!) sem nunca a marca se chegar a mim (infelizmente).
A segunda coisa a considerar - claro, não sejamos hipócritas - são as contrapartidas. Uma marca que esteja no meu raio de interesse e sobre a qual eu ache que vocês gostariam de ler, que se chegue a mim com uma proposta, oferece-me alguma coisa. E essa coisa tem de me interessar ou fazer falta. Vou dar exemplos de coisas que me podiam falar ao coração: viagens, gelados, croissants com Nutella, bilhetes de cinema ou teatro, livros e o tão-cliché mas sempre apreciado dinheiro (rios dele, de preferência).
Eis o que eu não preciso que me dêem: palavras.
Portanto quando um potencial parceiro se chega ao pé de mim e aquilo que tem para me dar em troca de visibilidade são palavras (textos escritos por eles), tenho de agradecer e declinar amavelmente. Fará sentido para muitos, aposto. Os conteúdos são a riqueza de um blog e há quem pague a peso de ouro por eles, que eu sei. Mas para mim? Oferecem-me a única coisa que eu não preciso, que já tenho e que faço questão de vos dedicar todos os dias, estimados leitores. Eu que me auto-proclamo a Maria delas. Das Palavras.
Inauguro assim mais um filtro para as parcerias que possa vir a fazer neste espaço que é tão meu e não deve nunca perder o que o caracteriza. Um filtro que pode significar que nunca ganharei um tostão com este blog - e que assim seja. Um filtro que nem tão pouco tinha considerado, do alto da minha inexperiência, própria de blogger menos in. Sou eu que escrevo.