Roteiro de 4 dias na Bélgica | Parte I
Vale a pena fazer uma escapadinha europeia à Bélgica? Sim. Conseguem encontrar voos baratos e é um país como muito para ver (e comer), além da capital. Eis a nossa viagem de Março. Dito assim parece que é uma por mês - quem me dera...
Fomos pela Ryanair (do Porto) numa quinta de manhã e regressámos na madrugada de Domingo para Segunda - voo às seis da manhã (os voos ficaram a 110€ por pessoa). Não se esqueçam que agora nas low cost têm mesmo de acrescentar mala. Há dois aeroportos possíveis para onde podem ir para Bruxelas, sendo que o de Zaventem fica mesmo em Bruxelas e o de Charleroi fica a pouco menos de uma hora. Nós fomos para um, voltámos de outro. Alugámos carro que levantámos em Zaventem à chegada e deixámos em Charleroi na partida. Foi pouco mais de €100 o aluguer e o gasóleo lá é mais barato (além de que não se pagam portagens) pelo que voltaríamos a fazer o mesmo, usufruindo da liberdade que o carro nos deu.
Ficámos em casa de amigos, o que foi duplamente bom (matar saudades de quem gostamos e poupar uns trocos em alojamentos), mas não me permite dizer muito sobre opções de alojamento (safem-se entre o Booking.com e o AirBNB, se não tiverem a app MyFriendsLiveThere).
Dia 1: Chegámos por volta da hora de almoço e seguimos para Dinant. A cidade é linda, pequena e fiquei particularmente orgulhosa de a ter acrescentado ao nosso roteiro, pois não é muito mencionada pelas pessoas ou guias online. Fica uma hora para sul de Bruxelas. Conseguimos estacionar gratuitamente e passear a pé (a cidade é pequena). Verão muitos saxofones, visto que é a terra de Adolph Sax e espero que tenham mais sorte do que nós a encontrar o de Portugal (há vários a representar países). Há mais atividades (grutas, passeios ao ar livre, castelos), mas o que não devem perder é a vista do rio para a Igreja Colegialle de Notre Dame (não a do Quasimodo), a ponte dos Saxofones e a vista da Citadela (um forte que fica em cima da cidade e que pode ser acedido a pé, de carro ou teleférico). Há um biscoito típico de Dinant que podem comprar se quiserem testar a força do vosso esmalte (impossível trincar).
Dia 2: Na Sexta, aniversário do Moço, fomos cedo e tranquilos até Bruges. Fica a uma hora e vinte de bruxelas. Se forem de carro, estacionem no parque coberto junto à estação (Chantrellstraat 4262, 8000 Brugge, Bélgica, da Interparking) - paga-se, mas diz quem sabe que é a melhor opção. O centro da cidade vai encantar desde o primeiro momento. Passeiem muito incluindo a Grote Markt (= praça central) e a rua "das fotos" Rozenhoedkaai, sintam o aroma a waffles nas ruas, façam o passeio de barco pelos canais, vejam os doces a serem feitos na Zucchero e o chocolate artesanal na Pralinette. Vão tropeçar em lojas de chocolates a cada dez segundos. Sejam fortes. Ou não. Podem ainda procurar os moinhos de Bruges, o museu do Tintim (que no fundo é uma loja) ou a cervejaria De Halve Maan onde podem entrar para ver o processo de fabrico, beber uma 'jola e ver a cidade do topo (não o fizemos, mas li sobre isso). Almoçámos na La Bruschetta. Pelo nome podem perceber que não é comida típica, mas foi uma dica para comer bem, sem arruinar a carteira, num sítio onde é tudo puxadote.
Da parte da tarde visitamos Ghent, que fica precismente a meio do caminho entre Bruges e Bruxelas. Vi-a com uma espécie de Bruges mais urbanizada. Mais uma vez larguem o carro e ponham-se a passear. Notem que o parquímetro pode não dar papel se puserem a matrícula. Desçam a KorenMarkt, vejam o trio Catedral/Campanário/Stadshal , depois passem a ponte St Michael e subam pelas margens Korenlei ou Graslei. Ou vice-versa. Mantenham sempre os olhos abertos para as paredes com graffiti, uma das imagens de marca desta cidade. Aliás, a Graffiti Street ia ser o meu ponto favorito da cidade. Mas depois fomos ao De Frietketel provar as melhores batatas fritas do mundo (e ainda por cima baratas), antes de voltarmos a Bruxelas, e a minha perspetiva sobre a vida mudou. O De Frietketel não fica perto do centro, mas valeu o desvio.
Continua...