Tal como eu ia a dizer, não permiti que se montasse uma Árvore de Natal numa casa que para mim não significava "família" mas comprei com ele um enfeite que teria (terá) como destino a nossa primeira árvore. A árvore que não vai de modas, que não será enfeitada para combinar com a decoração sugerida pela revista Casa&Vaidades e não tem como objetivo obter likes na passerele do Facebook.
O primeiro a ser pendurado nos ramos será o pendente que comprámos os dois. E a partir daí serão pendurados, por mais feios que sejam, por menos que combinem, por mais que envergonhem os ramos verdes, os enfeites que me derem: a minha irmã, os meus pais, os pais dele, a minha avó, a minha amiga mais antiga, os colegas dele, os casais com quem faremos o tradicional jantar anual da época natalícia...
Não me interessa se é um enfeite velho e reciclado (tanto melhor), comprado de fresco, achado no chão ou feito artesanalmente pela criança da família com cartão reciclado e guache de má qualidade. Interessa-me que carregue um significado e uma lembrança. Interessa-me que faça da nossa primeira Árvore de Natal uma que não seja esquecida (por nós).
Assim, este ano teremos a "melhor e mais feia Árvore de Natal". A que signfica o que o Natal significa para mim: família.
No ano passado até se pode dizer que já morávamos juntos, mas não tínhamos a "nossa" casa. Ele já passava lá todo o seu tempo e tudo o que era seu já me ocupava o armário, as gavetas, o coração, enfim. Já chegávamos a casa do trabalho para os braços um do outro. Mas não tínhamos a "nossa casa".
Não quis fazer árvore de Natal naquela que não era a "nossa" casa. Ninguém ia passar lá o Natal e aquele era um espaço que eu ocupava há muito tempo mas que não tinha tido nunca o significado de família (que para mim é sinónimo da época que se aproxima). Ele e a minha irmã espernearam, mas não havia nada a fazer: a casa não era nossa, era minha. Eu não sentia Natal naquela casa e portanto ali não haveria uma árvore.
No entanto, comprámos um enfeite. Nós os dois, entre tantas peças bonitas no Gato Preto, escolhemos um que teria como destino a nossa primeira Árvore de Natal, na nossa primeira casa. Essa casa que era um plano e hoje é uma realidade (não digam ao senhorio que eu disse que a casa era nossa).
Pedimos para embrulhar. Confesso que já nem me lembro que enfeite era, ao que se parece. Hei-de descobrir no dia em que tirarmos um bocadinho para fazer a árvore, algures no próximo mês se é uma estrela, uma rena ou um boneco de neve...ou nada disso (aceitam-se apostas).
Depois há outro problema. Nesta altura toda a gente se esgatanha para ter a árvore mais bonita (leia-se a que terá mais likes no facebook). A mais dourada, mais vistosa, maior, mais hipster-chic ou glamour-classic. E eu odeio ir em modas...