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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

19
Jan15

Carta de uma candidata a Sra.Reinalda

Maria das Palavras

Olá Cristiano Reinaldo,

 

Escrevo-te neste momento de pesar para te trazer algum consolo. Literalmente. Abre o ficheiro consolo.jpg em anexo e vê lá se não tenho mais chicha que a russa. Não é vírus. Mas espero que te contagie.

A Irene não era para ti. Mereces uma mulher portuguesa, com borregas para agarrar, que te faça cozido ao jantar e te chegue os chinelos à noite, sem refilar. Aposto que a porca russa nem as unhas dos pés te cortava - eu adorava ter essa oportunidade.  

 

Eu já gosto de ti desde o tempo em que tinhas borbulhas na cara e os dentes tortos. E - maior prova de amor: desde que jogavas no Sporting.

Sei que as cadeiras de tua casa dizem CR7 gravado a ouro e eu tenho toalhas de mão na casa de banho bordadas com as minhas iniciais - temos tanto em comum. 

 

Também gosto da tua mãe - aliás a minha madrinha chama-se Maria das Dores, o que rima com Dolores, por isso, como vês, tenho uma ligação muito grande com ela mesmo sem a conhecer ainda.

Tenho os álbuns todos da tua mana Reinalda e já cliquei muitas vezes no anúncio de Facebook que nos ensina a emagrEcer como ela, para veres como sou tão chegada à tua família. Mas não te preocupes: não vou emagrecer ao ponto de perder as borregas (ou pegas do amor, se preferires).

 

E o meu interesse não é no teu dinheiro (nem nas tuas bolas). Eu tenho uma garagem e uma campa em Travincos que me deixou uma tia que morreu, por isso, como podes ver, também sou pessoa de posses, e o risco nesse sentido é igual para os dois.

Mas acredito que podemos ser muito felizes juntos. E que posso dar-te o meu ombro nesta altura difícil. E também as outras partes do corpo que podes ver no tal ficheiro que juntei em anexo - são as partes que assinalei com uma seta a vermelho no paint.

 

Um beijinho de ouro (como tu), 
Claudete

 

[Imagino que o CR7 esteja a receber umas centenas de mensagens destas por minuto, em várias línguas.]

 

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14
Jan15

Aos pega-braguilhas

Maria das Palavras

[Em defesa de todas as moças que vêem esperança num caso perdido. Um post que se escreve no feminino, mas se deve ler sem género.]

 

Imagem: https://suspirosedesatinos.wordpress.com/2014/07/

 

Caríssimos pega-braguilhas,

 

Vão fazer a vossa vida para outro lado. Todos vocês que acham que, só porque já lhe disseram que não procuravam nada sério, não faz mal continuar a ligar-lhe, a perguntar se "está tudo bem" no messenger do Facebook, a visitá-la e a convidá-la de vez em quando para dar umas voltas, assim só quando vos apetece: larguem-lhes a braguilha.


É tão raro que o desinteresse em algo mais seja mútuo, ao fim de um tempo, como encontrar estágios bem remunerados.
Dizerem que não querem nada sério, assim logo ao início, não muda nada. Elas vão sempre deixar-se envolver (tirando a tal percentagem que é igual a encontrar políticos honestos), se é que não começaram já bem envolvidas, nesse caso de meia-leca. 

 

Vão sempre alimentar esperança e ver uma mudança de intenções, que nunca existe (só em casos mais raros que os penalties à Panenka bem sucedidos). Vão sempre arranjar leituras e interpretações de acordo com o que sonham que aconteça - enquanto vocês deixarem, porque quando estão com elas, são sempre tão carinhosos. Ou quando elas já estão quase a esquecer o assunto, lá vem uma nova chamada. Elas vão sempre achar que se vocês mexem o café com a colher na mão esquerda, esse é o lado do coração e isso significa que agora é que se estão a apaixonar. E não é porque são parvas, é porque vivem numa ilusão alimentada pelas vossas mensagens a meio da noite, quando precisam de uma atençãozinha. Porque é verdade que lhes disseram que não procuravam um relação "naquele momento", mas haverá um dia que mudam de ideais, porque não pode ser aquele o dia certo para que isso aconteça? Já que era uma questão de timing...

 

Digam-lhes que não tem a  ver com o momento certo. Tem a ver com a pessoa certa - porque essa, quando a encontrarem, até vos vai virar os pirulitos ao relógio e tirar-vos a noção de data e hora. 

Chega a ser criminoso quando se apercebem que ela se está a apaixonar e mantém a (in)conveniente situação porque foram sempre francos. Isso não faz de vocês boas pessoas. Só conscientes da atrocidade que estão a cometer. Quem avisa que vai matar, não é menos homicida. E morrer de amor é tramado.

Serem "honestos" não torna o ato de de-tempos-a-tempos voltarem à braguilha dela (literal ou metaforicamente) menos maldoso.
São só amigos? Pois amigo nao empata amigo, por isso desandem que já estão a empatar. Deixem-na para quem está no"momento certo", que é afinal quem acha que ela é a "mulher certa".

 

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21
Out14

Carta ao Tempo que Faz

Maria das Palavras

Caro tempo-que-faz, 

Começo por te fazer notar que te respeito: não te chamo S.Pedro, como outros. É ridículo que te tomem por entidade religiosa, quando és obviamente laico: bem reparo que às vezes chove nas procissões lá da terra - e ensopar as santas só pode ser piada de ateu.

 

Depois, ao contrário de talvez todos os outros seres no Universo, não quero reclamar contigo ou insultar-te. É que até te compreendo. Eu própria ando numa fase mais confusa da vida. Uma pessoa nem sempre se sente no seu melhor, nem sempre se sente capaz de seguir as regras, nem sempre se reconhece a si mesmo. É uma espécie de adolescência na vida madura, em que nada parece fazer sentido no que somos ou fazemos – muito menos sabemos para onde vamos e não há plano que nos valha. Juro que percebo.

 

E agora que mostrei que te compreendo, gostaria que me compreendesses também. Não é que a alternância irregular entre o frio e o calor, a chuva e a seca, me faça assim tanta diferença...
Mas hás-de entender que só tenho um armário para pôr a roupa toda que fui juntando ao longo dos anos . Que desde que juntei os trapinhos (literalmente) nem desse armário me posso servir por inteiro. Que as três gavetas bem negociadas  na cómoda não chegam para a roupa de todas as estações ao mesmo tempo. E nem me ponhas a falar de sandálias e sabrinas a conviver com botas no pouco espaço útil reservado ao calçado. É que assim, com estes teus novos hábitos (ou falta deles) não posso mandar roupa da estação passada para os cantos escondidos e inalcançáveis(ou para a casa da mamã). Por aqui também há crise – e é económica – as casas são pequenas e não consegui convencer ninguém que a cozinha devia ser substituída por um closet e jantávamos sempre fora.

Por isso queria pedir-te com muito jeitinho que resolvas de uma vez por todas essa tua indefinição...ou ME DIGAS ONDE É QUE ACHAS EU POSSO PÔR A PORRA DA ROUPA TODA.

Um beijinho,
Maria

 

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