Ninguém abre os olhos para esta causa. Ninguém cria uma linha de apoio. Ninguém marca blogger anónimos na consignação de solidariedade do IRS. Mas a luta é real.
O blogger anónimo não pode ganhar uns trocos pintando os beiços com a nova gama de maquilhagem ou os óculos de sol da Vitom, porque não pode mostrar a cara.
O blogger anónimo só tira fotos de costas, o que é uma fortuna em calças, que nunca podem estar coçadas no rabo.
O blogger anónimo vive incompleto por não poder usar o filtro de orelhinhas de cão nos Stories, que é revelador de identidade.
O blogger anónimo não pode ir a eventos da Boticário (e não é só porque não foi convidado!).
O blogger anónimo nem pode ser levado para cativeiro no zoológico para preservação da espécie, porque ninguém pagaria para ver uma figura com uma máscara de emoji a tapar a cara.
Face a todas estas dificuldades, muitos optam pelo caminho da fronha a descoberto. Os efeitos são nefastos. E não falo de olhar para pessoas feias, porque hoje em dia toda a gente sabe que não se usam sacos de plástico para comprar fruta e a beleza está no interior. Mas o grau de realidade cai a pique. Toda a gente sabe como é mais fácil a prática de dizer-o-que-vai-na-telha quando ninguém sabe bem quem fala. Os comentadores anónimos que o digam. Há muito hater com nome que também é elefantezinho em loja de cristal, mas os anónimos gostam mesmo de partir a louça até ao último caco.
A vós, resistentes do anonimato na web, um conselho para a vida: mesmo sob a capota, nunca devem escrever nada que o vosso pai ou o vosso chefe não pudessem ler.
Ora bem, eu e o Moço, sim senhor, cinco anos e ainda estrada a ver-se pela frente, extensão de garantia, nada de trocas aos 100 mil quilómetros, apesar de algumas avarias menores, várias revisões obrigatórias e todos os seguros abrangendo terceiros em dia. Agora, se eu tivesse de dizer que nos separamos um dia, tenho a certeza da razão.
1) Temos níveis de ambição diferentes?
2) Só em caso de traição.
3) Ele tem bicho carpinteiro.
É claramente a última hipótese. Eu até poderia ser adepta do perdão se ele me traísse com alguém que me fizesse compreender bastante bem a tentação da carne (de Sara Sampaio para cima, entenda-se, portanto até podia ser caso para bater palmas e largar um sim senhor!), mas jamais me conformarei com a falta de sossego deste homem.
Vídeo que captei do moço numa noite relaxada a ver televisão.
A sério, a gelatina Royal inspirou-se nele para criar a inconstância da gelatina. O saltitão foi um brinquedo inventado por um observador que estava no parque infantil a vê-lo quando era criança. Ele terá sido o bebé mais insistente, se não o primeiro, a pontapear a mãe! O termo "irrequieto" entrou no dicionário por causa dele (e dos caracóis no Alentejo) e o novo acordo ortográfico surgiu por acaso no meio de uma discussão sobre um novo termo que exprimisse mais movimento do que "irrequieto" que pudesse qualificar o Moço.
Enquanto dizem: "o rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia" já ele alisou o cabelo, coçou um pé, ajeitou o cinto, mudou de posição, trocou o canal na TV, assobiou, deu um murro no peito, tossiu e andou ao pé-coxinho. Uma coisa de cada vez, que continua a ser um homem que obedece ao cliché da falta de multitasking, apesar de conseguir dançar a lambada enquanto lê um livro.
Que faço eu, uma lesma inamovível do pior, que só quer sossego, face a esta problemática? Têm sugestões que não sejam drogas leves ou fármacos fortes?
De todas as dicas que já tentei pôr em prática para beber mais água, desde aromatizá-la, a manter uma aplicação irritante no telemóvel, a fazer o pino com a perna esquerda dobrada (mentira, nem consigo fazer o pino), nenhuma funcionou como esta ideia simples: manter a garrafa ao alcance da minha mão esquerda.
É tão básico como soa. Acreditem, também me ri em desdém quando me contaram o segredo. Em vez de pousar a garrafa ou copo à minha frente, para a ver bem, coloca-a logo ao meu lado, onde por impulso muitas vezes lhe pego sem notar e dou por mim a beber.
Experimentem e depois venham cá contar à Maria. Dispenso desde já comentários de pessoas super afoitas que adoooram beber água, que já deslizam com facilidade 7 litros diários pela goela e não percebem a minha dificuldade. Até um bebé entende a dificuldade que é beber água...
Preciso de uma gripe curada em menos de 24 horas. Aceitam-se todo o tipo de sugestões, incluindo macumbas com perninhas de rã, canja ao domicílio, tomar banho em laranjas espremidas e drogas várias.
Como denunciei neste post, fui ao dentista. Depois de ouvir o feedback acerca do estado da nação decidi que era tempo de investir em algo que me permitisse poupar nas consultas. Como é um autêntico cenário de filme de terror para mim usar fio dentário - e apesar de saber que não o substitui e portanto esse filme vai continuar a passar lá em casa - decidi investir numa coisa muito engraçada que se chama irrigador dentário.
E nós com isso, Maria? Perguntam vocês. Preciso da vossa ajuda, respondo eu.
O objetivo do tal irrigador (e corrijam-me se estiver a ser pouco exata) é ajudar na higiene, nomeadamente ao nível da gengiva, limpando o espaço entre os dentes e as gengivas e massajando as ditas. Como dizia, não substitui o fio dentário, mas aprofunda um pouco a limpeza ao pé das minhas escovagens sentidas, mas desajeitadas.
O que é que aconteceu logo que o tentei usar?
Tomei banho. É impossível. Aquilo parece uma mangueira tresloucada (a maquineta está ligada a um depósito de água), a água vai para a garganta, vai para o espelho, vai para a minha roupa, vai para o teto. Não consigo dominar o esguicho demoníaco e por pouco não vazei uma vista a tentar. Aquilo deve ter que sair com pressão, claro, senão não limpa. Mas honestamente não previ isto.
O que comprei é da Oral-B, semelhante ao da imagem (penso que tem mais uma função, que ainda espalha mais a água - o que só piora). Podem só ler a descrição comigo e verificar que se trata de um irrigador para a boca e não para jardinagem? É que depois de tentar usar fiquei com muito poucas certezas. Estou a isto [gesto que aproxima o indicador do polegar] de pôr anúncio no jornal a pedir alguém com experiência em mangueiras. Mas tenho medo que acabe na secção errada dos classificados...
Primeiro passou a fazer suspense e de cada vez que me ligam tenho de esperar dez segundos para que o ecrã me mostre de quem é a chamada. Agora deixou de ler o cartão SD mas não sem antes fazer um número circense de ligar o ecrã de 30 em 30 segundos com uma mensagem de erro de configuração (que nunca durava mais de um milissegundo para eu não a conseguir perceber) e me esvaía a bateria numa questão de horas. Está praticamente a soro. Ligado às máquinas. E eu sem vontade nenhuma de o trocar. Ainda por cima tirei-lhe a capa, como quem rasga a camisa a um doente para ele respirar melhor, e lembrei-me que é branquinho e bonito. Creio que me está a pedir a eutanásia (eu sou pouco in, mas o telemóvel acompanha as tendências), mas eu estou em negação, a ser egoísta e não me quero despedir.
Num momento de loucura, como uma mulher traidora, fui ver outros. Mas nem estou com vontade de escolher, tal é a pouca vontade de fazer a troca (ou o investimento). Não quero iPhones que nao sou de iCoisas e não tenho iFundos para isso. Algum conselho para bom desempenho com preço aceitável? Conhecem os modelos ou marcas abaixo (que não são das upa upa)? Alguém tem, alguém recomenda?
Está naquela época do ano em que os estudantes, felizes porque o curso está a acabar (tementes porque a vida real está a começar) distribuem fitas uns aos outros e por familiares e amigos - para terror dos mesmos. É especialmente grave quando tens 50 fitas por preencher de uma forma que se espera original, pouco tempo e nenhum jeito para desenhar e despachar logo meia fita com uma Hello Kitty - been there, done that.
Portanto as minhas sugestões são: comprem um carimbo a dizer "Felicidades aqui da Maria" e despachem tudo em cinco minutos OU leiam lá o que aconselhei à boa da S., que estava precisamente com este problema.
"Para cada fita/pessoa lembra-te de um episódio em particular. Há-se de ser mais corriqueiro se é uma pessoa menos chegada, mas pode ser aquela vez que se perderam na cidade, aquela noitada a acabar um trabalho, aquela vez que ele nunca te devolveu a caneta...detalhes. Pegas nisso, descreves e juntas uma mensagem daquelas fofinho-coisas que se aplique."
Vamos a exemplos?
Pessoa para quem escrevo a fita: Amiga com quem uma vez fui ao Zoo e ela teve medo de entrar no reptilário, mas fomos na mesma. Mensagem na fita: Minha querida [nome da amiga], lembras-te daquela nossa ida ao Zoo quando devíamos ter estado a estudar? Eu lembro-me bem e tenho saudades dessas nossas tarde que espero que ainda se repitam no futuro. O que te queria dizer era que dessa vez quase não fomos ao reptilário porque só da menção à palavra cobras ficavas a tremer. Mas à ultima hora fechaste os olhos, creio que prendeste a respiração e seguiste atrás de mim. Queria dizer-te que não percas essa coragem. Precisaste dela para concluir a etapa que agora termina e voltarás a precisar
É um truque maneirinho (uma técnica que é geral, mas resulta numa mensagem personalizada). Sou uma Maria cheia de truques, é o que é. Com a mania que sou esperta - e ainda por cima - engraçada. Se ainda não conhecem o blog comecem aqui pela apresentação e vão lendo as minhas últimas tolices e dicas.
Um bem-haja a todos. E boa sorte a quem há-de ver as fitas abençoadas este ano. Tentem apanhar água benta também no cocuruto da cabeça que vão precisar. Mas com um bocadinho de sorte e muito talento (e seguindo aquele ditado do "quando rezares mexe os pés") tudo se faz.
Há um tal de ensinamento passado de geração em geração para os casais em início de vida comum: nunca adormecerem zangados e mesmo que haja briga de meia-noite pelo meio não adormecer sem um miminho final.
Há quem lhe chame um bom conselho, eu chamo-lhe um programa de incentivo ao cinismo (ou não fosse eu do contra). Qualquer beijo que não seja resultado direto do carinho que nos transborda naquele momento exacto pela pele é um beijo vazio. Beijos por obrigação, por hábito ou porque assim é que deve ser, são beijos que ofendem o amor que tantas vezes transportam. Mimos contra-vontade que desvalorizam todos os tantos momentos em que são cheios de calor. É como quem diz que ama vinte e quatro vezes ao dia: vulgariza a palavra e o sentimento. Tornam um "amo-te" num "bom dia" rotineiro - deixa de ser especial proferi-lo, passa antes a ser mau sinal a sua falta. Assim se transforma um mais em menos.
Às vezes adormeço chateada porque assim é a vida. Porque não há botão de pause&play para qualquer coisa que dói. Ou porque o "desculpa" ainda não está na ponta da língua. Porque tudo passa (aquela zanga também) mas não tem de ser naquele momento, porque a sabedoria popular quer.