Melhor definição de iogurte gelado.
"Os humanos passam a vida a tornar as coisas muito boas um bocadinho menos boas, para poderem consumir mais" in The Good Place, Netflix
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"Os humanos passam a vida a tornar as coisas muito boas um bocadinho menos boas, para poderem consumir mais" in The Good Place, Netflix
Quando o destaque do Porto canal são as "mentiras da Benfica TV".
Pedir ao senhorio para te pôr um candeeiro na varanda no dia em que ele está a fazer obras no prédio - e não devia porque é feriado.
Não sou nenhum grão de milho estourado - definição de pipoca, para quem não é fã de perífrases, - mas tenho pessoal a ler-me que todos os meses enche um estádio de futebol (vou deixar-vos a duvidar se é o estádio do Freamunde ou o Camp Nou). Estou até a considerar pedir que usem cachecóis quando entrarem - mentira, agora estou só a ser snobe. Não sou ninguém no firmamento da blogosfera, que é gigante. No entanto a blogosfera tornou-se qualquer coisa para mim. Quando penso na parte da minha vida que o blog preencheu, sem eu saber sequer que havia espaços vazios, ponho em causa se seria agora mais feliz ou teria significativamente mais tempo livre se não fosse este passatempo - é que não passa mesmo disso - em que me meti. Não creio. Fico contente por atingir mais uma marca de visualizações ou seguidores, por ter um novo destaque do Sapo, quando uma página daquelas que sigo há anos e para quem sou anónima me referencia, mas tenho a noção que isso não é nada de tangível. Não tenho ilusão nenhuma de que possa um dia comer à conta do blog (diariamente, que comer à conta do blog, para falar verdade, aconteceu logo no seu segundo mês de vida). Isso apesar das parcerias, dos passatempos,que até acabam por ter uma gestão difícil, não logisticamente, mas logicamente. Tento pesar tudo num misto de não querer perder uma oportunidade de ter ou dar uma coisa nova (que eu goste) e que (o espanto!) comprei com palavras em vez de euros sem ser essa a minha profissão, nem, por outro lado, ofender a sensibilidade dos leitores ou trair os meus princípios. Promovo só o que gosto mesmo, que ficaram de lado muitos emails, aos quais respondo sempre educadamente; sou honesta - digo como aconteceu, quando acontece, identifico como parceria ou publicidade, na ilusão de que se explicar tudo vos terei na minha equipa, a torcer por mim. Depois percebo o egoísmo da coisa. Faço isso pela mesma razão por que ponho um filtro na dureza das palavras que às vezes expressam as minhas opiniões (sobre tantos temas) em cru, porque no fundo não quero ser julgada por pessoas que não me conhecem de lado nenhum, embora saiba que isso faça parte desta pequena exposição virtual a que me proponho diariamente. Não me torna falsa, torna-me ponderada, afinal também adequo o discurso da vida real à pessoa com quem estou a falar - e aqui falo para tantas pessas diferentes. Este blog é um bocadinho de mim, mas não sou escarrapachada. É um sonho (meu) concretizado porque aqui sai alguma coisa das letras que digito. Não só essas tais coisas tangíveis que se ganham - e que não me quero sentir culpada por ganhar, como sobretudo as que não podem ser pagas por conjunto de notas nenhum (as amizades, as conversas, as cócegas na barriga que faz um comentário, um elogio ou um punhado de leitores) com as letras que digito. Que digito sem expetativa, sem propósito, como estas agora, só porque as quero largar nalgum lado e se não fosse aqui, noutro editor de texto ou bloco de notas seria. Às vezes até me esqueço que não estou cá sozinha. Por exemplo, este texto é mais para mim do que para vocês, como acabam por ser muitos, e por isso nem me dou ao trabalho de o tornar mais legível, com negritos e parágrafos, duplos espaçamentos, imagens ilustrativas. Estou só a escrever como quem pensa. Obrigada a quem me ouviu pensar até estas últimas linhas. É bom ter uma casa certa para escrever, quer me leiam quer não. Um blog.
Em 2015 foi esta uma das expressões mais pesquisadas em português. O que é o amor.
Como se o Google estivesse habilitado a falar de coisas que só se sentem. Ou fazer-nos chegar a algum texto que seja mais que palavras formadas por letras, formadas por traços, formadas por pontos minúsculos, pixels incapazes de conter o significado necessário. Como se alguma definição, qualquer fogo que arde sem se ver, pudesse explicar o que não tem explicação. O amor é isso: mais que palavras.
Como se houvesse gestos que denunciassem, identificadores sem confusão, ações que expressam inconfundivelmente o mais nobre dos sentimentos. O amor é isso: mais que ações.
Como se houvesse uma fórmula de troca, como no início do mercantilismo. Se eu te der isto e tu me deres aquilo e divirmos o outro, sem reembolso nem devolução a 30 dias, é amor? Não é, nem pode ser. Nada se exige ou pede ou espera, simplesmente está lá. Dá-se porque não se consegue guardar, recebe-se de braços abertos. Sem obrigação. Sem limites. Sem contar. O amor é isso: mais que partilha.
Como se pudessemos pesquisar o amor sem pesquisar sobre saúde e dinheiro e coisas práticas como o que é o jantar. Fingir, como dizia o outro, que o amor é uma coisa e a vida é outra - mas não é. O amor também é decidir quem descasca as batatas. O amor é isso: mais que um sentimento.
Como se se pudesse traçar com um marcador, pintar dentro do risco. Este desenho agora contém o sentimento e se ficarmos sempre cá dentro, seremos felizes. Só que não. O amor é isso: mais que perfeição.
O amor é isso: mais que tudo.
Estar no público enquanto o ator de um espetáculo escolhe alguém para levar ao palco.
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