Acordar às 4h da manhã.
Significa que vou dormir tão pouco que vou acordar ontem.
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Significa que vou dormir tão pouco que vou acordar ontem.
O Moço saiu às sete da manhã e aí eu despertei. Queria mesmo preguiçar, porque podia e mais tarde tinha muito para fazer, mas não sou da marca de dormir até tarde. Aninhei-me, fechei os olhos e pensei para comigo: vou contar. Não carneiros que só tinha um (eu, de signo), mas tentei contar as vezes que inspirava e expirava. É que se costuma fazer, não é? Contar para adormecer? Uma técnica reconhecida por toda a gente.
Pois, são 9h da manhã e estou a escrever no computador, depois de esgotar todos os mini-clips que tinha por ver no Instagram Stories (hoje sou capaz de pôr lá qualquer coisa, atentem em @maria_das_palavras). Escusado será dizer que não resultou. E é lógico, não é?
Contar para adormecer? Portanto quando o objetivo é relaxar trazemos para cima da mesa (ou da almofada) a disciplina que mais traumas escolares deixa? #cicatrizesprofundas
A solução mais criativa que temos para esvaziar a mente é o primo simplório das expressões numéricas? Contar, a sério?
Não imagino como eu, ou milhões de pessoas antes de mim experimentaram com fé esta técnica. Mas duvido que um lembrete da disciplina mais odiada de sempre, que provavelmente provocou as maiores séries de repetições escolares, relaxe alguém. Mesmo sem ser o meu caso, que mesmo odiando, fui passando com distinção, claramente não me deixa descansar. Contar. Contas. Água, luz, gás. Dias que faltam para eu ter de acabar o projeto Y. Quantas coisas tenho para fazer durante o dia de hoje.
Enfim. Se para vocês alguma vez resultou, não deixem de me dizer como são seres únicos e especiais. Mas para mim, contar para relaxar é mito. Talvez a seguir tente a física quântica.
A maior parte das pessoas tem dificuldade em adormecer porque começa a pensar nos afazeres e preocupações assim que pousa a cabeça na almofada. Eu encosto-me e adormeço em 16 segundos. Depois acordo mais cedo do que seria preciso e começo a remoer em tudo e um par de botas, quando podia descansar mais um pouco.
De Sábado para Domingo ele não dormiu em casa e eu aproveitei a ausência dele e de dois graus de temperatura para voltar a dormir com a colcha em cima. Dormi mesmo bem. Tão bem. Haverá boa gente que me compreenda: não tem a ver com temperatura, tem a ver com conforto. Sentir o peso uniforme da colcha aconchega e remata os ingredientes da receita de um sono tranquilo.
Ontem voltou o Moço. Contei-lhe disso do conforto de voltar à colcha na noite anterior. Ele fez olhos de cãozinho abandonado, que morreria de calor e eu (que gosto de escolher as minhas lutas) acedi. Dormimos sem colcha, mas ele prometeu que me aquecia a noite toda. Não tem a ver com calor explicava eu. Sim, sim, ele fez que percebeu.
Portanto esta noite dormi sem colcha, mas sempre com um membro do corpo dele em cima, a fazer peso. E agora quem é que lhe explica, assim em palavras mais meigas, que dormir com um braço, uma perna ou um bocado de torso em cima a noite toda, faz parecer mais que me envolvi num acidente de viação grave do que propriamente que dormi com colcha?
[Estejam à vontade para fazer desta caixa de comentários o vosso muro das lamentações das noites mal dormidas em casal.]
O Moço acha que a melhor técnica para se "sobreviver" a uma noite de direta (forçada) entre dois dias de pouco descanso é a de nos irmos gradualmente deitando mais tarde. Eu acho que devíamos acumular sonos nas semanas anteriores. Ele diz que isso é parvo e a acumulação de sonos é um mito. Eu voluntario-me como rato de laboratório para qualquer cientista que queira fazer a experiência (só a parte de dormir e fazer testes ao sangue ou TAC's, não me voluntario para diretas).
Teorias por aí? Truques e dicas que não envolvam palitos a agarrar as pálpebras? Era meio que muito importante. Meio que tenho a certeza que não consigo sobreviver. Nunca fui um ser da noite e acho que não estou para começar aos trinta.
É uma dor de barriga.
Para que cada dia tivesse mais 30 horas.
Adormeci a ver Mad Max. No cinema.
Não são poucas as noites em que (por circunstâncias da vida) nos desencontramos na cama e nas horas de sono. Quando estou em casa e ele não esgueiro-me para a almofada dele, para fingir que estou mais perto. Que um bocadinho dele está ali. Mariquices.
No outro dia ele dizia-me que faz o mesmo. Dorme na minha almofada quando sou eu que já não estou...para me sentir.
Conclusão: ele dorme na minha almofada eu durmo na dele. Estão a ver a ironia?
Diz ele, sobre a dormência que ataca o sono dos justos.
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