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Maria das Palavras

A blogger menos in do pedaço, a destruir mitos urbanos desde 1986. Prazer.

16
Fev16

Quem nasce largatixa nunca chega a jacaré

Maria das Palavras

Beauty Treatment - Imagem Pixabay


Finalmente usei um voucher que tinha para fazer uma limpeza de pele. Já não fazia semelhante coisa desde que tinha ganho um passatempo que me oferecia um tratamento de pele qualquer - e que pelos vistos eu achava que era uma limpeza e não era. Aquilo que a maior parte das pessoas - bloggers muito in em particular - consideram uma experiência etérea de spa facial, eu considero uma peça de tortura em 3 atos. Quais são eles? Eu explico:

 

1. A Humilhação Prévia

Quando me meto nestas coisas já vou a revirar os olhos, porque sei que vou ouvir coisas como "Ai, como isto está...", "Devia fazer limpezas de pele mais regularmente." ou outros naquela fase do tratamento que eu chamo de "a humilhação prévia". Desta vez a coisa até foi ligeirinha. Ficou-se pelo aviso na regularidade e pela constatação que pareço uma miúda - obrigadinha. 
Considero ainda um pequeno insulto que ela tenha querido que eu mantivesse as botas calçadas, mesmo deitada em cima da maca com toalhinhas. Mas talvez não fosse nada contra o meu chulé em particular - afinal a salinha é pequena e ela já deve ter tido experiências aromáticas traumatizantes ali fechada, que nenhum pauzinho de incenso pode apagar.

2. O Relaxamento Forçado
Enquanto a senhora vai aplicando cremes e intrumentos de tortura tudo bem. Mas depois sai e manda-me relaxar. E isto tem vários problemas. Primeiro enquanto estou a levar com vapor na cara, diz para eu relaxar por dez minutinhos. E caso se estejam a perguntar: não, não é possível relaxarmos enquanto pensamos se o suor que sentimos que nos começa a escorrer do nariz vai ser confundido com uma pinga de ranho. Depois a senhora regressa, antes dos dez minutos (abençoada, que eu estava a sentir-me um pouco uma porca suada e não aguentava muito mais). Faz lá a magia dela que consiste em limpar e besuntar alternadamente e depois aplica-me uma máscara qualquer. Não sei de que cor era, que não tinha como olhar para mim, mas imaginei verde. E diz-me novamente para relaxar, agora mais tempo, promete ela, até dá para dormir. Porque sim, dá-me vontade de dormir num cubículo escuro de um edifício tomado por estranhos onde só se entra ao toque da campainha, deitada toda vestida numa maca, com gosma na cara que nem me deixa virar de barriga para baixo - que é como eu durmo. 

Tão pouco durmo com música ligada! E a música nunca é um jazz suave. São sempre aqueles acordes orientais. Desta vez era harpa ou coisa que o valha. Pois, nos instrumentos de corda o que faz com haja música? A tensão nas cordas. Como é que um som gerado por tensão me vai fazer relaxar? Pois não vai...

3. A Despedida em Ziguezague

O ziguezague é para me esquivar de marcar logo os outros mil tratamentos que, segundo a especialista, eu preciso mesmo - que têm nomes muito apelativos para me dar vontade de lhes expor a pele sensível da cara. Nomes como "microdermoabrasão". Aqui é pensar que estratégia seguir: marcar algum? Marcar algum para me deixarem em paz e ligar depois a desmarcar? Dizer que vou emigrar e portanto marco quando voltar do estrangeiro? Como estava calor lá dentro e não me apetecia correr para o frio, não me escapuli a tempo de evitar esta fase, enquanto ela fechava a salinha de tratamento. Portanto lá acabei por marcar um tratamento que logo se vê se desmarco. É que ela disse-me um preço em conta e no menuzinho que eu trouxe comigo está outro preço, muito fofo: só quatro vezes mais do que aquilo que eu penso que ouvi. Diferença pouca. Estas clínicas de estética são como seitas: quando entramos nunca nos querem deixar sair. Depois finalmente fui-me embora, avancei para um espelho assim que cheguei a casa e adivinhem? A minha cara não estava mais parecida com a da Alicia Vikander, está tal e qual a mesma porra. 

 

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