Atire a primeira pedra #65
Quem nunca teve o impulso de repensar todos os seus hábitos de higiene ao lavar as mãos com este frio.
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Quem nunca teve o impulso de repensar todos os seus hábitos de higiene ao lavar as mãos com este frio.
Quando chegas e vês o aviso: 30 minutos de wifi grátis por dia.
Na era em que até as escovas de dentes são elétricas, o fenómeno mais gravoso para uma blogger que se preze aconteceu ontem à noite: fiquei sem eletricidade. Às escuras ainda vá que não vá, mas a bateria do telemóvel estava à míngua, tinha andado a adiar ligá-lo ao carregador e pzzzt lá foi ele. Ninguém sabe o bem que tem senão depois de o ter perdido, já dizia o meu tio Quim.
Afirmei que não fazia mal, vesti o pijama, fui-me deitar arrastando o tablet comigo, que ainda era cedo e continuei a ver o vídeo que tinha deixado a meio. Uns segundos depois: freeze. Sem eletricidade, não há palhaços (ou wifi). Chorei ao Moço que me ligasse a powerbank ao router mas ele só se riu de mim. Pareceu-me que não estava a entender a catástrofe.
Tentei o Netflix e nem abria com falta de rede, sequer para confirmar se tinha alguma coisa guardada offline para ver. O telemóvel ainda para lá de morto. O Moço a começar a ressonar. O livro sem luz própria nem visibilidade com a velinha ténue. Nem jogos no tablet depois do último reset. Mas vá, uma série no cartão SD que pus a dar - achei - baixinho.
- Liga os auriculares - reclamou o Moço a querer dormir.
- Não consigo ver onde estão às escuras - choraminguei eu.
Sem propósito na vida tentei igar o telemóvel (2% de bateria) ligado ao soro da tal powerbank. Queixei-me da minha desgraça a um par de amigos, quase vizinhos, e eles sim, tinham eletricidade. Um deles, ironicamente chamado Jesus, ainda disse "Let there be light". Foi a última coisa que li antes do telemóvel voltar ao breu.
Aflita para fazer xixi, encolhi-me e aguentei porque ainda me lembro bem do filme Lights Out - Terror na escuridão.
Aconcheguei-me contrariada e dormi. A vida não está para as bloggers.
#firstworldproblems
Adoro puré de batata. Estava em casa da minha mãe, que ia fazer puré para o jantar. Ela não sabia de uma peça do passe vite (manual, que a vida custa). Equipas de busca foram organizadas, mas a peça permaneceu M.I.A. Acabei a comer batatas cozidas.
Digam-me lá se a vida assim vale a pena?
#firstworldproblems
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