[Encontrei o Fernando Pessoa numa parede da Herdade da Sanguinheira. Logo na sua-minha voz favorita que é a do pragmático pastor Alberto, de apelido Caeiro. Até nas fotos que gosto de rever, são as palavras que (me) ganham. Vou ali sentir o vento e já volto.]
Do fim-de-semana ficam os risos, os banhos do sol, os biscoitos de manteiga e o bolo feito com limões apanhados da árvore, as conversas a dois, a cinco, a doze, a bolada na minha cabeça, os pés de molho na piscina, o sorvete de fruta acabado de fazer, a passagem sofrida da seleção com suspiros conjuntos, o arroz perfeito (sem louro), a espreguiçadeira que balouça, as leituras interrompidas pelo grasnar dos patinhos feios e a foto do cisne que posou para mim entre a vegetação.
- Acho que pesava o mesmo quando nasci do que hoje, mas estava compactada (credo, que bebé gorda, não sei como não me entregaram para adoção ao ver o pequeno Jabba the hut).
- Eu não estava lá muito feliz no dia que a minha irmã nasceu (e nessa altura já era magra).
- As fotos anuais da escola nas fases de cair-o-dente não são lisonjeiras.
- As fotos com óculos de massa não são lisonjeiras.
- As fotos com corte de cabelo à tigela não são lisonjeiras.
- As fotos com irmãs vestidas a combinar não fazem crianças felizes (sobretudo a irmã sete anos mais velha, que tem de combinar com a bebé).
Porque é que agora deu tudo em tirar fotos de si mesmo para baixo?! (está o Google a contar-me que são uma variante muy nobre das feet selfies) E não deveriam ao menos acompanhar com uma legenda que dissesse "olá, eu na verdade não sou disforme, só gosto de parecer" ou "na verdade sou proporcional não tenha mega-anca-de-parideira e mini-pezinho-de-princesa".