Quase a terminar a saga da Madeira (ainda quero falar sobre como - e onde - comi tão bem...), descrevo o percurso a fazer em pouco mais de 3 dias. Com as preciosas dicas da Magda e de mais uma amiga que já tinha ido lá, conseguimos visitar tudo o que tinha no programa (sem correrias) no tempo curto que tínhamos disponível.
Dia 1:
Chegámos ao aeroporto pela hora do almoço e esperámos (e desesperámos) pelo representante da Bravacar que nos traria o carro alugado. Afinal não: ia levar-nos numa carrinha até ao "stand" (que podia ser cenário de filmes de terror) para levantarmos o carro. Que não era o bonito Clio da imagem mas um outro Renault bem amolgado. Enfim - foi barato e não nos falhou, suponho que é o que interessa. Chegados ao Funchal, demos com o nosso apartamento em excelente localização: Molhe Apartments Ponte Nova. Aqui o meu único desgosto foi a cama de casal...que eram afinal duas individuais bem separadas. Ainda experimentámos o sofá (porque supostamente eram um apartamento que dava para 4 pessoas) mas não foi uma noite confortável. Para compensar a Cátia que nos recebeu era super simpática e deu-nos mais uma série de dicas valentes. Voltaria a ficar lá, sim. Nesse dia passeamos pelo Funchal, e subimos de teleférico à Senhora do Monte (vista magnífica, local onde estão os carros de cesto prontos para a descida). Tive oportunidade de provar logo a poncha (e quase cuspi-la) e ver um camone a rir-se de mim. Não gosto de álcool, o defeito é meu. Jantámos em Câmara de Lobos, no mais recomendado Santo António, para uma das melhores experiências gustativas da minha vida. Mas de comida falo depois.
Dia 2: Foi o dia de ter um plano e não o cumprir. Andámos para trás e para a frente, enfim, fomos felizes. A Madeira é um petisco para os olhos e para a alma. Começamos pela tríade de cortar a respiração Eira do Serrado - Curral das Freiras - Pico do Arieiro. Depois voltámos atrás para um almoço de petiscos do mar bem em conta no Caniçal e seguimos para visitar a Ponta e São Lourenço, para avistar lá ao fundo Porto Santo. Depois fomos outra vez para o outro lado da ilha, mas desta vez totalmente à outra margem, percorrendo o caminho até Santana, para ver as casas típicas do pedaço. É tudo muito rápido a viajar pelos túneis. As distâncias são curtas, as montanhas é que complicam, por isso às vezes compensa andar para trás e não enfrentar o ziguezague da serra para se chegar aos pontos de interesse, pelo menos se levarem os dias contados. Acabámos a jantar no Machico antes de rumar a casa - fomos uns meninos e nunca nos deitámos muito tarde (afinal férias são sinónimo de passeio, mas também de descanso).
Dia 3:
Então vamos lá ver o resto da ilha de um esticão. Mas não sem visitar o Mercado dos Lavradores primeiro, que nos prometeram que era mais animado ao Sábado. Não percam todas as cores e aromas e levem muitas frutas para provar ao longo dia. Depois fomos ver Câmara de Lobos de dia - vila piscatória lindíssima - e subimos ao impressionante Cabo Girão para a melhor vista panorâmica do pedaço. Rumámos então a São Vicente pela Serra de Água e Encumeada - belas paisagens. São Vicente fez-me lembrar a minha costa - estou a pensar na Nazaré, por ver pela primeira vez o mar furioso - a espuma das ondas na Madeira. Fomos num percurso lindo, ladeado por cascatas, para o Seixal, onde nos metemos por caminhos estreitos para almoçar, e depois chegámos ao objetivo do dia: Porto Moniz, onde estão as piscinas naturais maravilhosas que já mostrei nas fotos. Neste dia queria muito ter feito uma levada, mais curtinha (até já tinha convencido o Moço), mas entre a lama e o facto de a mais curta que vimos ser sempre a subir, ele demoveu-me da ideia. Seguimos então para o planalto gigante do Paúl e descemos para Madalena do Mar até chegar à Ponta do Sol. E não sei como fizemos tanta coisa, porque juro que não nos levantámos às seis da manhã, nem andámos a correr, mas na Ponta do Sol estivemos a esplanadar junto ao mar e a fazer tempo para ir jantar qualquer coisinha. Espante-se quem quiser: nesta noite fomos ao cinema. No regresso passámos pela marina do Funchal iluminada e o Moço voltou atrás com o carro quando eu jurei que o logótipo da entrada do Casino tinha uma forma fálica.
Dia 4: Não guardámos nada para este dia excepto a visita ao Jardim Botânico, que mereceria melhor atenção ainda se não tivesse S.Pedro chorado a nossa partida do céu abaixo.. E ainda bem que não reservámos mais nada para esse dia - logo vos explico porquê, mas este foi o nosso dia NÃO na Madeira. E assim, passeámos até à hora da despedida.
Ainda não acabei de contar sobre a Madeira, por isso espero que me aguentem mais um pouco. Dizem que os momentos maus surgem para valorizarmos os bons. Escusava era de ser logo para a despedida.
Em primeiro lugar, só neste dia choveu. Logo no dia que tínhamos guardado para o longo passeio no Jardim Botânico do Funchal.
Tínhamos decidido acordar tardito e almoçar cedito. Assim fazíamos o check-out e já não voltávamos. Fizemos isso e seguimos para o Castelo dos Hambúrgueres - andava a sonhar com eles há dias, os mais recomendados hambúrgueres em bolo do caco da ilha toda.
Fechado ao Domingo. Porra.
Não faz mal. Temos uma recomendação que não seguimos: vamos às pizzas do Pico da Atalaia. Fizemos meia hora para lá chegar porque nos enganámos no caminho. E, adivinhem?
Fechada ao Domingo. Porra duas vezes.
Almoçámos noutro sítio, mais caro, mas vá. Onde não pudemos beber café porque tinha faltado a água.
Seguimos para o Jardim Botânico e vamos para pagar. Não há Multibanco. E caixa ATM? Só no Funchal...A distância podia não ser muita, mas era preciso pegar no carro e voltar atrás.
Tudo isto debaixo de chuva e assim foi até regressarmos a Lisboa. A Madeira deixa saudades. Mas não este dia em particular...
Já vi serras gigantes a erguerem-se à minha volta no continente. Mas nunca pejadas de luz de toda uma vida a acontecer à noite nas serras. Não há abandono. As pessoas e as suas janelas iluminadas são parte da paisagem. Impressionei-me primeiro ao vê-lo no caminho de Câmara de Lobos para o Funchal e depois impressionei-me novamente com o mesmo à volta da ilha, noutras localidades, onde as pessoas povoam a natureza, sem medo das colinas.
E a pouca espera para comer.
Não sei se alguma vez esperámos mais de sete minutos e meio para ter a comida à frente. Começámos por achar que o serviço na restauração da Madeira era muito rápido, mas depressa chegámos à conlcusão que aquilo a que estamos habituados é que é pouco aceitável. Tragam-se de lá este hábitos a bordo de um avião (e se forem lá buscar os hábitos, tragam também a oitava maravilha do mundo: bolo do caco).
Nove fotos não chegavam. Segue o resto da seleção Madeira 2014, ilha que palmilhámos de uma ponta à outra. Ficam tantas fotos lindas de fora (tantos suspiros por dar), mas não vos maço mais com isto.
Eira do Serrado. O primeiro grande impacto.
Vista para o Curral das Freiras. Onde há um restaurante chamado Sabores do Curral. Promissor.
No Pico que é a estrela lá do sítio (mas não é o mais alto).
Junto à Ponta de São Lourenço (de onde avistamos Porto Santo).
As casas típicas de Santana. Passámos por elas sem as ver a primeira vez (havia uma mercadinho do outro lado da estrada que roubou a nossa atenção) e depois andamos meia hora a perguntar por elas.
As estrelícias que a minha mãe adora.
Vista do Cabo Girão. Caramba.
Piscinas naturais de Porto Moniz (na ponta inversa da ilha). Alguém acredita que a foto não tem filtro?
No caso, também é uma viagem que vale mais que mil imagens, de tantas fotografias que tirámos. Estivemos por lá quatro dias a deleitar a vista com paisagens maravilhosas e muita descoberta neste canto do nosso país. Mostro-vos para já o Funchal, mas cuidem-se que mais fotos estão a caminho. Demos quase uma volta completa à ilha dos milhentos túneis e ficámos com muitos postais para recordar. Arte do Moço (e algumas perspetivas minhas também). E só não vos posso mostrar as fotos mais bonitas de todas porque essas são as que eu apareço como complemento manífico da paisagem (hehehe). Espero que gostem desta primeira fornada.A segunda está aqui.
A vista do Funchal para cima.
O teleférico over-priced (15€ ida e volta) onde ainda assim não nos arrependemos de andar.
Pela cidade.
Vista da Senhora do Monte para o Funchal.
Um degrau para descansar. Qualquer canto em que se pare é digno de uma foto.
Carros de cesto do Monte. Teríamos descido neles para o Funchal se eu soubesse que iam até lá
Literalmente. Na primeira noite na Madeira acordámos todos mordidos. Melgas não vi (nem sei se as há por lá) mas teria sido um bicharoco qualquer. Um Bicho da Madeira.
Apesar de no avião para cá ter visto pela primeira vez os comissários e assistentes de bordo a dar com um spray na bagagem para não transportarmos para o continente insetos exóticos, estou em crer que nos deviam ter dado com o spray no lombo porque continuamos a ser sugados - pelo menos não acho que estas borbulhas sejam fruto de alergia aos rebuçados de funcho.
Uma destas noites ele foi tão mordido nos pés que eu achei que estava a ter um AVC e afinal estava só a coçar-se, aflito. Eu já nem sei se tenho borbulhas novas ou se são as mesmas, mas continuo com algumas representantes e comichões. De forma que já tentei revirar os lençóis, como a minha mãe fazia quando trazíamos uma pulga depois de corrermos pela ervas e amachucármos animais da quinta e tudo mais. Mas não vejo nada, não tenho competência para caaçdora de vampiros.
Assim sendo, tenho uma nova técnica: vou deixar que o Bicho da Madeira continue a sugar-nos até atingir proporções que me permitam vê-lo à vista desarmada (vai ter de crescer um bocadinho porque eu cada vez vejo pior). Depois pego nele e telefono ao senhorio e digo-lhe que tenho um "ocupa" lá em casa, enfim, um inquilino que não colabora na renda, e deixo-o tratar da expulsão.
Era o primeiro dos 4 dias na Madeira em que chovia a sério e era logo aquele que tínhamos reservado para visitar o Jardim Botânico, que nos tinha sido altamente recomendado. E o último que estaríamos na ilha...
Eu: E é que não pára de chover!
Ele: É verdade. Temos tido tanta sorte com o tempo e logo hoje está assim.
Eu: Ah mas vamos ver o Jardim Botânico na mesma. Nem que seja sempre debaixo do chapéu de chuva.
Ele: Sim, mas na verdade nem faço muita questão de ir ver o jardim.
Eu: ????
Ele: Pois se já durmo com uma flor todos os dias...
E é isto... Logo vos conto tudo (ou quase) sobre a viagem!