Eu costumo brincar que o meu lema é "de borla até injeções na testa", mas é mentira. Portanto quando a Sara me convidou para uma experiência inovadora que metia uma coisa que tem barras no nome eu comecei logo a imaginar que ia levar com arames no lombo, ia ser uma coisa dolorosa e eu que sou um pesseguinho ia logo ficar toda marcada.
Mas ela também disse uma palavra mágica: Massagem! E eu fiquei de antenas no ar, pronta para ouvir (e se fosse preciso, levar no lombo primeiro para ser massajada depois).
O que ela me convidou para fazer foi uma sessão de Barras Access seguida de uma Massagem Bioenergética. Fui ler melhor sobre isso das barras para saber se era preciso levar pomada para os hematomas e fiquei logo mais descansada. São toques, senhores, são toques. Ela propunha-se a tocar-me na cabeça e desbloquear-me medos e ansiedades.
Pfff...Com toques na cabeça? Estão a rir-se comigo certo? Vai-me fazer cócegas no cabelo e eu vou relaxar e resolver problemas da minha vida. 'Tá bem, abelha.
Só que outra coisa que eu costumo dizer é que acredito naquilo que possa apalpar e toque é uma forma de apalpão tímido. Portanto fui. E...
Realidade
Saí de lá tolinha. Mas eu conto tudo.
O sítio é a Clínica Hebe, onde oferecem vários serviços e um deles é esta combinação que promete tratar de corpo e mente. A primeira boa energia que senti foi logo a da Sara, que é uma fixe e me explicou tudinho. A Sara é psicóloga e faz sessões de Barras Access no Porto, além de as fazer na clínica.
A segunda boa energia foram os roupões mantas e a MARQUESA AQUECIDA, minha gente - nunca mais vou a sítio nenhum fazer massagens que não tenha marquesa aquecida. O sítio também é de uma elegância e tranquilidade que só visto. Quase pagava só para poder ir para ali ficar em paz, deitadinha de roupão numa marquesa aquecida. E é em Gaia, para as meninas que se queixam que as blogueiras só recomendam coisas para Lisboa.
Quando ela me começou a tocar na cabeça pareciam de facto só umas festinhas preguiçosas no cabelo. Confortável como estava fiquei completamente relaxada, mas sabem como é quando fazem massagens, certo? O corpo vai relaxando, mas a cabeça está a pensar em tudo (deixei o fogão ligado? será que já passou muito tempo? o que é que tenho de fazer a seguir? será que já passou muito tempo?). Além disso eu NUNCA adormeço em situações com estranhos. Foram muitos anos a andar de Expresso com jovenzinhas a deixar cair a cabeça, a dormir, em cima de velhotes gulosos. Mas fiquei de facto num estado de relaxamento tal que estava mesmo a adormecer. Naquele ponto de semi-consciência em que já estou a imaginar situações parvas que descambam em sonhos non-sense. Estava relaxada para lá de Bagdade!
Se havia barras para me dar com elas não as vi. Só senti as mãos dela e às vezes uns piquinhos que ela jura que são energia a passar. O que sei é que esta seria a parte de desbloquear a mente e senti um efeito no meu corpo. O que é assustador e fascinante.
Depois passei à segunda parte da sessão com a Susana e NUNCA tinha feito uma massagem tão relaxada. Nem onde me perguntassem como me tinha sentido ao longo da semana para escolherem os aromas dos óleos em função disso. A questão é que depois da sessão de barras estava completamente descontraída, ao ponto de não me preocupar se teria cotão no umbigo (que convenhamos, é sempre uma preocupação em massagens).
A massagem foi o encontro perfeito entre suavidade e força - o que é raríssimo encontrar. Ou bem que te desatam os nós e te deixam feita num bife picado ou bem que te fazem festinhas e no fim não há efeito no corpo. Esta foi efetivamente uma massagem boa e equilibrada - e olhem que eu já levo um bocado de experiência em massagens.
O que sei é que esta seria a parte de desbloquear o corpo e senti um efeito na minha mente. O que é assustador e fascinante.
No final das sessões as duas terapeutas (acho que posso dizer assim), dão uma leitura do que sentiram no contacto com as nossas energias e o nosso corpo. E mais uma fez fiquei assustada e fascinada. Nada do que disseram era óbvio para quem me conhecesse ou sequer para mim. E ainda assim, tudo fez sentido. Tudo me fez dizer Ah, se calhar é isto. e relacionava-se perfeitamente com os últimos anos da minha vida. Juro que até fiquei parva e comovida - pode ter sido em parte a TPM - e com vontade de fazer mais sessões para continuar a trabalhar para desbloquear essas emoções encravadas que não quero.
Só não sei se sou uma pessoa espiritual como ambas juraram, mas tenho a certeza que a experiência que me proporcionaram trouxe algo de novo para os meus dias, mais do que qualquer massagem comum. Que ficou aqui, que me fez refletir e que me deu energia, num sentido mais lato do que outras técnicas de puro relaxamento do corpo.
Com honestidade, que não me pagaram o suficiente para mentir!
(não me pagaram gente, calma, só me ofereceram a sessão, como muitas outras no blog antes desta e vão lá ler as outras para ver se falei assim).
Até ao final do ano estão com uma promoção para esta sessão conjunta e eu aconselho que experimentem e quero muito que me digam também o que acharam, para validarem os sentimentos que me ficaram depois desta experiência única. Estou tentada a oferecer uma sessão ao Moço para ver se ele deixa de gozar comigo, por causa do efeito que esta sessão teve em mim e se sente na pele o que eu senti, de bom e de revelador. Acho uma excelente maneira de começar o ano e é totalmente condizente com o tipo de serenidade e consciência que tenho tentado trazer para os meus dias com ações como o Diário da Gratidão. A Sara disse-me que eu tinha o ponto do auto-conhecimento ativo e eu bem sei porquê.
Para quem não sabe ainda - porque comete a terrível falha de não me seguir no Instagram (shame 🔔🔔🔔 shame 🔔🔔🔔 shame 🔔🔔🔔) - este fim-de-semana fomos laurear a pevide para a zona do Luso. No destaque do perfil do Instagram de seu nome LUSO (criativo, hein?) podem desde já acompanhar algumas imagens que não serão aqui publicadas, mas mais à frente também publicarei no blog infomação organizadinha acerca de onde ficámos, onde comemos, o que visitamos e o que achámos.
Facto é que ficámos num palácio onde entre restantes hóspedes e mobília éramos bem capaz de ser as peças mais novas (atenção, que recomendo) e continuando nos programas de pseudo-terceira-idade decidimos (digo eu, como se fosse uma vontade do momento e não algo que tinha planeado há 3 meses quando marquei a estadia) fazer um tratamento termal. No caso, um Duche Vichy, que nunca tínhamos experimentado. Havendo três hipóteses de Duche escolhemos antecipadamente o Duche Vichy com Chuva Hidratante. E sabe Deus como saímos de lá hidratados até ao tutano.
Passo já para o fim: adorei o tal do Duche. Não sabíamos ao que íamos, tinha até ideia que poderia ser só eu e uma sala com chuveirinhos a pingar à vez, a fazer o trabalho sozinhos, estilo lavagem-automática, mas com um bocadinho menos de espuma. Nada disso. Pelo menos aquele que escolhemos nas Termas do Luso. Resumindo muito é isto: uma senhora dá-nos banho. Sim senhor, temos os aspersores a pingar, que ela vai dirigindo para uma zona ou outra, mas ao mesmo tempo ela vai esfoliando e massajando o nosso corpitxo ao longo de uma meia-hora. Isto tudo numa espécie de maca-banheira, primeiro virados para cima, depois para baixo - mas não se preocupem, é uma banheira baixinha, que não permite o afogamento quando estamos virados para baixo com a cabecinha no seu descanso próprio.
Tenham então três coisas em mente ao avançar para um Duche Vichy:
1. Esvaziem bem a bexiga antes. Não só a massagem completa pode causar apertos na zona abdominal para os mais incautos, como - e mais importante - vão ouvir água a correr durante 30 minutos seguidos. Sabem quando dizem que estão aflitos e alguém maroto faz SSSSHHHHH? Isso. Sem parar.
2. Vá, não sejam tímidos. Assumam que alguém vos vai dar banho. Basicamente temos direito ao tratamento que os bebés têm quando são pequeninos e os pais têm de os banhar, mas com mais noção do relaxamento que isso pode dar. E com mais chuveiros. E a mãe também está de fato-de-banho. E tem umas mãos mágicas que conhecem os pontos de pressão. E a sala está alagada, mas é porque é suposto e não porque não parámos quietos com os pés e chapinhámos tudo (eu chapinhei um bocado, porque tenho muitas cócegas nos pés).
3. Se não lavaram atrás das orelhas, no buraquinho do umbigo ou no interior da alma...não temam. Depois do Duche Vichy, entre a esfrega da esfoliação com massagem, e os jatos de água em todo o lado, não há mofozinho que sobreviva no vosso corpo. O que sei é que comecei por olhar a rapariga do tratamento como inocente massagista e saí como se partilhássemos um segredo obscuro.
Não sei se disse, mas a seguir a mim ia o Moço - e eu deixei-o ir, o que prova que não sou ciumenta. Só tive tempo de o avisar baixinho: é uma massagem mesmo muito completa.
[Note-se: foi um tratamento delicioso e recomendável, feito por uma profissional (assistida pelos seus chuveirettes), de forma profissional. Já fizemos muitas massagens em locais diferentes com tipos de sensações diferentes envolvidos - pedras quentes, aromáticas, óleos e afins - mas este de água do Luso, com as mãos hidratadas da menina, fica sem dúvida no nosso top. Não vos dê o meu relato, que pretende ser divertido, liberdade ordinária criativa.]
Não, não é uma metáfora ordinária. Estou só a pôr em evidencia no título uma das coisas que mais gostei na massagem que fizemos a dois na Wonderfeel, através da Odisseias. Não foi a única. A primeira coisa que gostei foi a decoração do espaço de entrada e a segunda foi terem uma caixa de mensagens para tirarmos à sorte, ao melhor género bolinho-chinês.
Há dois tipos de pessoas no mundo: os que gostam de massagens suaves (de relaxamento) e os que gostam de massagens de enternecer a carne do lombo (terapêuticas). Estou a ignorar as pessoas que dizem de boca cheia que "não gostam de massagens", porque não vou abordar problemas psicológicos neste post. É verdade que eu sou das que gosta de massagens que pura e simplesmente relaxam, bem mimosas. Mas se essas sabem melhor no momento da massagem (a mim), as do segundo tipo sabem melhor nos momentos e dias seguintes. Foi o caso da massagem na Wondefeel. Eu gostei, fez-me bem. O Moço adorou. E mandei logo uma SMS a uma amiga que se tinha queixado de ir fazer uma massagem que não passou de festinhas a dar o contacto da Wonderfeel.
Portanto, a destacar: as mantinhas felpudas e quentinhas com que nos cobriram (salvo seja, hoje estou imparável) quando normalmente são só toalhas, a massagem às sobrancelhas (experimentem, caramba, foi 1% da experiência mas fez-me ficar fã - adoro quanso nas massagens de corpo completo não se esuqecem da cara), o cuidado das massagistas (que se certificaram que estavam a usar a pressão adequada - menos para mim, mais para o Moço) e o espaço agradável da Wonderfeel que parece um lounge bar onde tomámos um chá para terminar.
Por outro lado, o estacionamento na zona é muy complicado (é preferível deixarem o carro no parque do Campo Pequeno ou noutro que há lá mais perto do que stressarem à procura do lugar inexistente antes de ser suposto relaxarem). E se posso fazer um reparo, no meio de uma boa experiência, será este: sendo uma massagem de óleos aromáticos...não lhes senti o aroma. Não deixou de ser bom por isso, mas é um toque de valor.
Há várias experiências Wonderfeel na Odisseias, desde as massagens terapêuticas, à drenagem linfática e Reiki, ou aulas de Ioga e Plates, que podem aproveitar para se mimarem ou para mimarem alguém. Se forem como eu, e gostam de oferecer experiências a dois (para aproveitarem a própria prenda) este foi o voucher que usámos. Mas na Odisseias, são muitas as massagens a dois, dêem uma espreitadela à área de Spa e Beleza(quem sabe está lá a prenda de Natal que têm andado à procura e nem têm de ir ao Centro Comercial no tenebroso mês de Dezembro).
As estratégias dos massagistas são reveladoras da inteligência desta classe. Nomeadamente três, a saber:
1. Tornam o ambiente escuro.
Já que têm de esfregar corpinhos alheios, aos quais não conhecem os hábitos de higiene, ao menos adotam a perspetiva "olhos que não vêem, nojo que não se sente". Não se vêem pelinhos mal depilados, surrinhos atrás das orelhas, nem cotõezinhos no umbigo. E nestas coisas, é na ignorância que uma pessoa é feliz. No meu caso também já aconteceu não verem que tinha uma pêga de uma nódoa negra na coxa o que se traduziu nalguma dor escusada quando começar a galgar a área com as mãos - mas não há sistemas perfeitos, pois não?
2. Põem música a tocar.
Normalmente a banda sonora tem aquela aura oriental com uns plim-plim-plins que desligam o cérebro, embora eu preferisse um jazz básico. Nada contra. É que seja qual for a música ajuda a abafar sons indesejados, seja um ressonar moderado ou uns gemidinhos de prazer embaraçosos quando tocam em certos pontos (no meu caso, gritinhos histéricos se me tocarem nos pés). E o som/movimento de engolir? Não é sempre no silêncio dos momentos em que um estranho (como um médico) está próximo de nós e é suposto estarmos sossegados e em silêncio que subitamente nos tornamos hiper-conscientes do ato de engolir saliva e temos MESMO de fazê-lo?
3. O pote de baba.
Muitas vezes naquelas macas com buraco para a cabeça, há uma taça grande, oval, por baixo com pedras ou flores decorativos. Num dos casos, aconteceu que a massagem incluia cromoterapia e a taça grande tinha água e luzes que variavam como parte do tratamento. Não me enganam tão facilmente. Nem é estético nem medicinal. É um pote para aparar a baba dos que se deitam e se decuidam e adormecem ou simplesmente relaxam demasiado a oca. É o que é. Pssht. Não neguem. Não querem estar sempre a lavar o chão. Eu percebo.
Claro que há situações que nem o mais estatuto dos massagistas consegue prevenir...
Deixem-me contar-vos que fui fazer uma belíssima massagem (depois de aproveitar um belíssimo circuito de águas) no Hotel Vila Galé Ópera, com um voucher Odisseias. Ia enervada com o Moço que demorou muito tempo no ginásio (é difícil para mim compreender porque eu passo 2 minutos no ginásio e já me parecem 27 anos) e já íamos atrasados para aproveitar a parte da piscina, jacuzzi, sauna e banho turco que estavam incluídos. Só que assim que entramos na esfera "Clube de Saúde" do hotel, os meus genes de mau feitio começam logo a encolher. Muita simpatia na receção, ainda tempo para umas braçadas e bolhinhas de jacuzzi e a perspetiva de uma massagem de - precisamente - relaxamento.
Como sabem de tempos a tempos mimo-me com uma tratamento destes (ah, o segredo da felicidade temporária) e vou deixar-vos com as particularidades e pontos altos deste:
Efetivamente respeitaram o meu pedido de não me tocar nos pés que eu morro de cócegas. Normalmente falo disso, riem-se e prometem que não tocam nos meus pés durante a massagem e depois, enquanto vão lá fora para eu tirar a roupa, fazem uma lavagem cerebral e voltam com íman das mãos para os pés. Desta vez foi um alívio.
A massagista que me calhou em rifa tinha as mãos mais macias do planeta terra. Cheguei a considerar que fossem luvas de pele de rabinho bebé (estou a brincar, não me chateiem) e quando cheguei à conclusão que eram efetivamente só as mãos dela ao natural, pedi a Deus que concedesse a graça a todos os massagistas do mundo de esfolarem as mãos com lixa até conseguirem esta textura.
A massagista que calhou em rifa ao Moço, que era massagem a dois, reconheceu-me! Estive lá há muitos meses para uma massagem mais curta com uma amiga que tinha um voucher por usar e me convidou para ir com ela. Eu que não reconheço a cara de ninguém (tenho sérios problemas com isto) fiquei impressionadíssima por ela me perguntar se não tinha estado lá há uns tempos.
Fizeram-me uma massagem no cotovelo! Foi a primeira vez que me massajaram especificamente o cotovelo e, eu nem sabia, mas parece que estava a precisar Pode ser a esfrega que anda a fazer falta a muito boa gente.
Foi uma excelente massagem, de aroma a óleos doces com as tais mãos macias e mesmo de relaxamento. Isto porque às vezes vamos a uma massagem de pseudo-relaxamento mas começam a fazer força para desatar os nós das costas e a pessoa só relaxa quando acaba. Ora se eu quisesse tratamento ia a fisioterapia, não a um Spa. Digo eu. Já o Moço gosta à bruta, salvo seja.
Se quiserem saber mais sobre a experiência (ou imitar-me) está aqui o link.
Tenho de abrir o jogo convosco e contar-vos a minha primeira vez com dois estranhos: um homem e uma mulher. Começou por ser estranho, mas acabou por ser uma experiência de puro deleite. Já sei o que estão a pensar: e o Moço? Ficou de fora, mas apoiou-me. Sabe que precisamos destas quebras na rotina para manter uma vida animada. Eu cheguei e deixaram-me numa sala. Pediram que me despisse. Que me estendesse. As luzes baixas. A música suave. E depois besuntaram-me com óleo para que as mãos escorregassem melhor no meu corpo. As mãos e...só as mãos! Estava na Stetic4U a receber uma massagem a 4 mãos, experiência Odisseias, o que achavam que era? Hein, seus pervertidos ordinarões? Envergonham-me com essas mentes putrefactas...
Mas esqueçamos à vossa mente e voltemos à minha. Sabem quando estamos a ser massajados e é suposto estarmos de mente vazia? Normalmente não consigo. Aproveito muito bem a experiência, mas estou sempre a pensar em qualquer coisa, normalmente de como vou contar o que se passa aqui no blog ou ao Moço. A promessa era uma massagem a 4 mãos com aromaterapia e cromoterapia. E com todos estes estímulos ao mesmo tempo é impossível não esvaziar a cabeça e ter foco total nas sensações.
Quando estão a ser massajadas partes diferentes do corpo a sensação é boa, sendo que há sempre uma zona que está a predominar em relação a outra - normalmente a nossa favorita de levar festinhas. Mas quando se fazem danças sincronizadas nas nossas costas a quatro mãos ou temos as duas pernas ou os dois bracinhos em modo frango assado a ser bem massajados: chegámos ao céu e não temos travões.
Percebi logo a parte da aromaterapia quando me começaram a esfregar aqueles óleos cheirosos, mas só quando me virei para baixo e me deparei com um jogo de luzes (sem ser o da sala) é que apanhei com a cromoterapia em cheio. Mas não dá sensação de discoteca, são luzes suaves que variam de cor e fazem parte do jogo de sentidos (mesmo com os olhos fechados).
Uma coisa que eu gostava de propor aos donos de clínicas de estética e spa's que oferecem massagens é porem uma câmara escondida apontada à cara das pessoas quando estão com a face aqui enfiada neste orifícios das macas de massagem (deve ter outro nome). Pelo menos eu tenho expressividade suficiente para fazer um filme mudo - e não é só quando estou a tentar não me babar.
Foi de facto a primeira vez que fui massajada por duas pessoas em simultâneo e posso garantir que é todo um novo nível! A equipa também era uma simpatia, não só os talentosos que me puseram as mãozinhas em cima, e explicaram-me que tinham outros "rituais" de massagens, com surpresas românticas (como cápsulas com mensagens), de aniversário (flor de lótus que abre com uma vela, bolinho), etc. Fiquem com a pulga atrás da orelha para as ocasiões especiais - que eu também fiquei.
A Maria vai fazer este post na terceira pessoa porque a Maria quer. A Maria acha que toda a gente merece ser bem esfregada de vez em quando, salvo seja. E desta vez saiu com a carne tão tenra, meus queridos, que estava pronta para temperar e ir ao forno.
Este é o spa que nos relaxa e nos engorda: por isso aqui a menina recebeu uma bolachinha com o roupão logo à entrada e um chá com bolachinhas e um chocolate depois da massagem. Como quem diz "daqui não vais a dizer que passaste fome". Um política que faz falta a muitos restaurantes, no fundo...Estamos a falar do Tryp Hotel Lisboa Aeroporto, numa experiência proporcionada pela Odisseias.
Ora bem, Maria troca-se, come a bolachinha e começa por atacar a zona de spa: sauna, banho turco e mega piscina com zona de jacuzzi. E meus senhores, este e o melhor jacuzzi onde Maria colocou alguma vez os seus presuntos gourmet. O dito é integrado numa ponta da piscina e tem uma espécie de espreguiçadeiras dentro de água que são todas elas compostos por jatinhos de água. Um sonho.
Passei aí o meu tempo praticamente todo até ser chamada para "a" massagem. [pronto, já não estou a falar na terceira pessoa] Uma massagem de bamboo. Eu desconfiei logo do que se ia passar quando avisei que tenho muitas cócegas nos pés e ela disse "como eu faço não tem cócegas, é preciso é força". Ui... Bom, digo-vos já: não foi uma massagem de relaxamento, foi praticamente fisioterapia (nunca fiz fisioterapia, portanto deixem-me comparar à vontade). Ela migou-me todinha até desfazer não-sei-quantos nós de tensão que trazia nas costas e calcou-me os pés de tal forma que as cócegas até fugiram. Acham que me estou a queixar? Não estou! Claramente a rapariga sabia o que estava a fazer (e melhor do que eu, sabia o que estava a precisar - tareia no lombo, o Moço há-de concordar). Os meus músculos tensos viraram algodão e ao sair estava mais leve e relaxada do que nunca. Há quem aprecie mais massagens de óleozinhos ao de leve e quem aprecie mais massagens em força (como o Moço, que adorou esta). Eu habituava-me com muita facilidade ao dois tipos. Neste caso levar com canas (de bamboo) fez-me muito bem.
No fim ainda aproveitei um pouco a sauna até ter aquela sensação familiar de olhos a arder (portanto ao fim de 30 segundos, sou uma fraca) e não fui ao banho turco porque estava lá um rapaz sozinho, giro, por sinal, e eu não queria que ele achasse que ia fechar-me com ele naquele espaço exíguo para lhe fazer mal. Isto porque nesta altura achava que já estava solteira: o Moço tinha ido comigo mas eu não o encontrava em lado nenhum. Afinal já estava a despachar-se no balneário masculino, porque tinha rebentado a touca na piscina. Eu também acho a touca ridículo mas não me ponho a rebentá-las por causa disso. Cada um sabe de si.
Experiência a repetir? Sim. Mas para a próxima, e já que estamos ali junto no aeroporto, que seja também para seguir viagem logo a seguir.
Acho que devia ter um cartão de sócia da Odisseias, daqueles que dá pontos. Além das coisas que já usava e continuo a usar do meu bolso ou que me oferecem em Natais e afins; além das coisas que pingam de vez em quando pela parceria que tenho com a marca; ainda me calhou ontem usar com uma amiga um voucher que ELA tinha recebido no seu aniversário.
"Maneiras que" fomos ao spa do Vila Galé Ópera, ali como quem foge para o Rio Tejo. Não vos vou mostrar grande coisa porque amuei desde que a minha máquina fotográfica se avariou (sou capaz de ir hoje passar uma vida à Worten a ver se resolvo isto), mas gostava de partilhar convosco algumas notas:
Afinal as pessoas nuas no balneário e toda a dinâmica do duche entre pessoas estranhas só me fazem confusão no ginásio. Se for num sítio onde vou apanhar jatos de água quente e pancadinhas no lombo, tudo bem - até digo boa tarde sem problemas.
A massagem era de 40 minutos. O tanas. Afinal era 40 minutos divididos pelas duas. Fiquem atentos e perguntem quando fizerem a marcação para não irem ao engano. Portanto 20 minutos com uma terapeuta a pôr-nos a carne mais tenra (com pedras, começo a ficar seriamente fã deste tipo de massagens) e 20 minutos na maca, cara no buraco, umas pedritas equilibradas nas costas em cima da toalhinha aquecida e sossego. Acho que foi a primeira vez que me senti adormecer numa sala de massagens. Quando dei por mim tinha a boca toda a aberta e espero não me ter babado. Mas se babei, em baixo do buraco da maca estava uma taça com pedrinhas, por isso também não se notou.
Sou oficialmente a pessoa mais distraída do mundo. Parece que tomei banho ao lado da Rosa Mota, sei que passei mesmo de frente por ela enquanto se esfregava (de fato-de-banho vestido, atenção) mas não reparei quem era. Por mim podia ser outro rapazinho qualquer no balneário feminino. Teve de ser a minha amiga a dar-me dois pares de estalos para me acordar. Figurados, entenda-se. Quando mais tarde relatámos isto ao Moço ele disse "é natural, no outro dia vimos um filme inteiro ao lado da Gisela João e acho que ela nem viu". A minha resposta: "Quando??!!".
Eu e o Moço temos um hábito muito jeitoso que é sempre-que-dá fazer uma massagem a dois. Isto porque quando eu lhe faço massagens a ele e ele a mim a coisa é muito desequilbrada.
Desta vez, e por causa da Odisseias, fomos parar ao GSpa do Altis Grand Hotel, em Lisboa.
Só vos digo isto: foi a melhor massagem que fiz na vida. Teve muito a ver com as mãos mágicas da menina que me besuntou e pressionou, mas todo o contexto e o total da experiência ajudaram a esta minha opinião. Eu explico! O voucher não dava só direito a massagem: era massagem de pedras quentes, esfolição e acesso livre à zona de spa com piscina aquecida, jacuzzi, banho turco e sauna. Fomos a tudo, obviamente, muito embora aquela regra das toucas para usar a piscina interior e o jacuzzi me mate a cada segundo que a uso. Uma coisa vos digo: se o Moço não me abandonou depois de me ver de touca, não me abandona nunca.
Chegámos cedo, impressionámo-nos com o hotel, a simpatia natural das pessoas, as instruções bem dadas e tal e tal. A zona de Spa estava vazia, o que foi um mimo. Aliás, vazia, se não contarmos com o homem que dormia numa espreguiçadeira (não teria cama melhor no seu quarto de hotel? ou será dos que paga mensalidade para usufruir do GSpa e vai para ali dormir enquanto evita a família?). Começámos por umas braçadas na piscina, contornámos o homem que dormia (estaria morto?) para ir ao jacuzzi, e optámos pelo banho turco em vez da sauna. O banho turco faz-nos suar que nem porcos assim que entramos mas é de um calor muito fresco - será que posso dizer isto? - pelo aroma desentope-narizes que pr'ali vai. Outra coisa vos digo: se o Moço não me abandonou depois de me ver a suar que nem um porco no banho turco, também já não me abandona. Ainda pus um pézinho (de porco suado) na sauna, com os seus 84º de temperatura, mas definitivamente não é coisa para mim. Sou do tipo de respirar. Pessoas com manias, enfim.
A seguir foi a massagem. As massagens! Numa sala amorosa, cheirosa, com musiquinha, duas macas daquelas com buraquinho para a cara e dois chuveiros - ah pois é! Das coisas que mais me atrapalham nestas coisas das massagens é não saber com que grau de nudez me devo exibir - creio que para os homens é mais fácil. Por isso gostei muito quando me pediram claramente que vestisse só o roupão e a tanga descartável para me dirigir à zona de terapia - mas se não me sentisse à vontade podia manter a minha roupa interior. O Moço optou por não usar a tanga descartável por motivos relacionados com: eu não conseguiria parar de rir.
A esfoliação com açúcar de aroma de limão durou ali um bom tempo. Fui toda arranhadinha (no melhor sentido possível) e o Moço cobriu-se de açúcar sem estragar a sua dieta. Bem bom. A seguir as meninas saíram para...tomarmos um duche para a segunda fase! Que maravilha. Depois vieram com os óleos e as pedras quentes. Houve uma altura em que ela me põe as pedras quentes nas borregas (ali ao fundo das costas) e eu achei que me estava a queimar, até dei um pequeno salto. Mas como não senti a pele a vir agarrada à pedra pensei que talvez aquilo fosse normal e tivessem a situação controlada - tinham. No fim, ainda nos ofereceram uma desgustação de chás, com bolachinhas a acompanhar, com uns bules e chávenas amorosos.
Conclusão: foi uma tarde muito bem passada, assim ao nível do "leiloava o Moço para ter isto todos os dias". Mas fiz jus ao meu título de blogger menos in do pedaço. Reparei depois, nos balneários, que entrei no hotel de 5 estrelas e no GSpa com uma meia rota...aliás uma cratera lunar mesmo na coxa, bem visível nos collants escuro sobre a pele de lula pálida. Há coisas que não mudam.
Deixem-me começar por dizer que sou vossa fã! Não em particular daquela senhora para os lados de Carnide com calos nos dedos que me beliscou tanto que estranhei que as costas não tivessem sangrado, mas em geral daqueles por entre vós que aderem aos vouchers de desconto.
Com a minha vasta experiência em massagens profissionais no lombo (umas quatro na vida) deixo-vos algumas recomendações, do ponto de vista do cliente:
Quanto ao grau de nudez
Sejam específicos. Não nos abandonem na sala com um "já volto, ponha-se confortável". Isso quer dizer quantas peças de roupa tiradas? É que confortável ao pé de estranhos estou mesmo é vestida...Para os homens até se torna relativamente fácil. Para as mulheres (digam-me que não estou sozinha) o soutien é sempre uma piéce de résistance. Parece errado tirar. Mas às tantas já te está o profissional a massajar as pernas e começas a aperceber-te do erro porque ele não te consegue massajar bem as costas com tiras de tecido em todo lado. E agora como é que tiras o soutien sem ele reparar? E quase sempre batem à porta ainda tu estás a meio deste processo de pensar se tiras mais roupa ou não, atiras tudo para um canto, deitas-te e tapas-te com a toalha maior que encontras...para ouvir o massagista dizer que era para te virares ao contrário. Olha, põe uma placa! This side up.
Quanto à banda sonora
Normalmente são aqueles básicos orientais que não chateiam e diz que até relaxam. E eu estou de acordo. Até ao momento em que a minha barriga começa a fazer ruídos involuntários. Ou a respiração do massagista se torna evidente e audível. Ou quero engolir a porra da saliva e o constrangimento do silêncio não me deixa e quase me afogo na minha própria garganta. Por isso vamos optar por uma musiquinha mais alta, mais completa, com diversos instrumentos, para eu estar de facto relaxada e não preocupada em parecer relaxada.
Quanto aos cuidados capilares
Receber massagens despenteia: é um facto. Não dispenso, alias, a parte em que me lançam os dedos ao escalpe e depenteiam vigorosamente. É toda uma experiência Herbal Essences, com óleos em vez de champô. E até percebo que são massagistas e não cabeleireiros (alguns até são) para ter escovas esterilizadas na zona de spa para todos usarem. Portanto o pessoal habitua-se a levar uma escovinha ou usar os dedos no pós-momento. Agora, pelamordedeus, arranjem um espelho de forma a sairmos da salinha sem parecermos cientistas loucos. Por favor.
E pronto era isto. Um bem-haja. E estejam à vontade, massagistas do mundo, para me convidarem aos vossos estabelecimentos, a comprovar que a par das vossas mãos mágicas, têm todos os aspetos acima mencionados mais do que cobertos.