Não tenho muitos anos de blogger, nem muitas parcerias, mas uma coisa eu sei: não é preciso mentir aos leitores para ter parcerias. Primeiro, porque não vivem fechados em caves sem eletricidade e sabem que a publicidade em blogs existe, seja paga com dinheiro ou com ofertas - e não vale a pena ofender quem lê, escondendo o que realmente é. Segundo, mais depressa se apanha um blogger mentiroso que um coxo. Terceiro, a publicidade ou a divulgação, se feitos com jeito e moderação acrescentam valor aos blogs e os leitores beneficiam disso. Quarto (se as outras não vos convenceram, estas tem de vos convencer): as marcas procuram essa honestidade.
As marcas que trabalham com blogs procuram influenciadores de opinião. Um influenciador de opinião tem de (já diz o nome) ter opinião válida e credível. Imaginem o que acontece quando a sua opinião é sempre super positiva com borboletas a esvoaçar? Exato. Acabou-se a credibilidade. Acabou-se o poder de influenciar.
Nem todas as marcas procuram honestidade (é certo) mas querem mesmo trabalhar com essas? No manual de um bom blogger que tenha algumas parcerias (seja com a Florista Ramadal da esquina ou com a Coca-Cola internacional) devem constar as seguintes regras, com as quais estas devem concordar previamente:
- Ser honesto com os leitores acerca da parceria (mencionar se foi um convite, uma oferta ou marcar o post como parceria ou publicidade – usem as tags, por exemplo)
- Poder dar a sua opinião de uma forma aberta e não censurada.
Idealmente também não se fazem parcerias para falar mal, claro. Mas há alguns truques para aumentar a taxa de posts de parcerias que são positivos:
1.
Aceitar ou procurar parcerias apenas de produtos/serviços com que te identifiques ou já uses (ou gostasses de experimentar). Tipo eu com a Odisseias (match made in heaven).
2.
Se houver oportunidade de escolher, dentro do leque da marca, aquilo que gostarias de experimentar, melhor. Por exemplo: um livro. É sempre mais fácil gostares se fores tu a escolhê-lo.
3.
Há mais do que uma maneira de dizer as coisas. Podes sempre apontar o que não gostaste e depois contrabalançar com os pontos positivos. Ou simplesmente ser honesto sem ser cáustico. Não precisas ser brutalmente direto e dizer (imaginemos que era uma bebida) que só te parece boa para limpar canos. Podes dizer só que não ficaste fã. Ponto.
Prometo (armada em grande blogger) que seguindo estas normas, continuo a ter marcas a querer trabalhar comigo, mesmo depois de reviews que apontam defeitos ou não dizem: é o melhor produto de sempre!! E não sou a única. Algumas agradecem o feedback para melhorarem, outras agradecem a sensação refrescante que é não ter o pessoal só a fazer AMÉN a tudo, e que torna menos credíveis as críticas que são de facto muito positivas.
Uma das coisas que distingue os blogs de outros sites (embora não seja obrigatório) é a interatividade quase imediata que proporcionam entre quem escreve o conteúdo e quem visita. Eu adoro comentários, claro, nunca me passou pela cabeça vetar essa funcionalidade - talvez seja porque sou demasiado pequenina para os anónimos mauzões me incomodarem à séria. Mas eis como vejo a coisa: há um enunciado que é o meu post e uma resposta que é a de quem lê. Se essa resposta, que é o comentário me questionar ou me lembrar de acrescentar algo eu respondo. Senão, não respondo (sempre), porque considero que o comentário já é em si uma resposta ao texto inicial que era meu e não pede obrigatoriamente um seguimento.
Bem sei que as pessoas gostam de ver que as lêem e nunca deixo propositadamente uma pergunta sem resposta ou um elogio ou crítica sem agradecimento ou explicação (por exemplo). Lá está, se tiver algo a acrescentar ou houver uma pergunta efetiva, escrevo mais. Mas não faço conversa. Não que não me agradasse até, assim tivesse tempo para tudo. Quando tenho algum até acabo por responder sem haver essa necessídade explícita, é verdade, nem que seja apenas com um emoticon para mostrar que li e me fez cócegas. Só que o blog ocupa uma parte (que gosto muito) da minha vida, mas não quero submergir nele a todo o tempo.
Leio todos os comentários. E há sempre uma reação da minha parte, expliícita ou não. Quero que saibam que me emocionam, que me fazem rir ou sorrir ou gargalhar e que às vezes também me chateiam. Mesmo que eu não responda.
Primeiro, há que perceber que isto é uma pseudo-regra para o sucesso planeado de um blog e os blogues de maior sucesso não surgiram como fruto de um plano exaustivo, de posts com número de caracteres listados em Excel: surgiram no timing certo, com um je ne sais quoi que só tem uma coisa em comum - serem únicos por serem francos (mesmo que se trate de uma personagem e num blog trata-se sempre de uma personagem, uma parte de um todo, mesmo que use o nome de batismo).
Depois, já ditava o meu paizinho uma regra bem antiga: se não tens nada a acrescentar fica calado. Eu bem sei que me obrigo (e quando souber a obrigação deixo de o fazer) a escrever um post por dia, mas não é para cativar milhões de visitas, que de resto não tenho, mas sim, para para me disciplinar e continuar a alimentar o blog, que me faz bem à saúde e me organiza o pensamento, independentemente da sua projeção.
Se não tinham já ouvido dizer: quantidade não é qualidade.
Queria só desdizer esta ideia generalizada. Se eu publicasse de enfiada 10 posts como às vezes me dá gana de escrever é que era cansativo. Agora ser uma menina civilizada e distribui-los no tempo é de gente que pensa que os outros têm mais que fazer que passar o dia a ler as tolices aqui da estronça. Além disso, publico todos os dias e como vocês calculam até tenho uma daquelas coisas...como é que se chama...ai...era...vida! Portanto sim, há dias (nem são muitos, por isso tenho de os aproveitar bem) que não ligo o computador e olho apenas passiva para o blog. E isso de que faço bandeira, de publicar todos os dias, nem é por vaidade é para manter a coisa viva e a disciplina interna. Se sei que vou estar pouco ou nada disponível, pego nas ideias espalhadas pelos rascunhos, pelas notas do telemóvel, pelos mil caderninhos de tamanhos diferentes nas malas e nas gavetas e preparo a ausência, com a seriedade de uma profissão e a leveza de um hobbie. É porque vos levo a sério: podem corar de lisonja. Estou em crer que se me ausentasse das "internétes" três ou cinco dias a fio sem escrever de cada vez, blog vazio, ia deixar prolongar só mais um dia e outro que agora não dá jeito. E depois era longos dias de preguiça, cada vez mais frequentemente, espiral viciosa. E se tivesse de me pôr de todas as vezes a suplicar perdão e a explicar-me, dava um tiro na cabeça e fugia para França. Assim mesmo por esta ordem. Portanto no dia que eu falhar, pensem que algo de grave me aconteceu.
Batota é jogar ao STOP com o mapa de portugal ao lado. Batota é pedir o filho de outrém emprestado para ir às finanças. Batota é estar de dieta e comer pastéis de nata porque a canela faz bem. Batota é ter um lápis com a tabuada para fazer o teste de matemática. Agendar posts é que não. É uma funcionalidade bem catita.