Vamos ao balanço menos aguardado do mês! Nas última semanas li livros que gostei, mas não me deixaram sem fôlego, vi filmes que apreciei sem achar que devia recomendar e fiquei-me por séries conhecidas, como Friends que é um favorito se sempre, ou Game of Thrones, onde atualmente há mais personagens a ressuscitar que a morrer, para que possa constar como um favorito assinalável. Isso não significa que não tenha feito algumas descobertas dignas de nota que vos quero apresentar. Cá vão elas.
A música: This Feeling, Alabama Shakes
Digo sempre sem problemas que não gosto de música novas. As que conheço chegam-me. Depois, muito de vez em quando, ouço uma que espevita o tímpano. Foi o caso desta, que me chamou a atenção durante um episódio de Big Little Lies. Não parei de a ouvir durante as semanas que se seguiram. Para além dela, recomendo outras músicas dos Alabama Shakes e outras músicas da banda sonora da série (September Song ou Cold Little Heart, que o Moço me diz que passa na rádio, mas sem a introdução). Digam-me lá se esta não fica no ouvido (por motivos diferentes do Baby Shark).
A ideia: Nunca te vais arrepender de não ter trabalhado mais horas.
Comecei a ouvir o livro "O Monge que vendeu o seu Ferrari" de Robin Sharma. Não foi para já tão transformador ou marcante como é suposto, excepto por esta ideia. Posso estar a relatar mal mas é qualquer coisa como o pai de uma das personagens lhe dizer a determinado momento que no leito de morte uma pessoa nunca se arrepende de não ter trabalhado mais. Arrepende-se talvez de não ter vivido mais. Isto num contexto próprio em que falamos de um advogado que devota a vida a ganhar casos e ganhar mais e mais dinheiro por uma vida da qual nunca desfruta. Não quero com isto incentivar à preguiça. Acho que as pessoas devem trabalhar no que gostam e fazê-lo com muito empenho. Mas devem também lembrar-se sempre que as horas extra, os sacrifícios pessoais, os dias de férias por tirar que se acumulam...são algo que nunca vamos recuperar. Quando podíamos estar a criar memórias do tipo das que nos podemos arrepender de não viver.
O passeio: Parque do Buçaquinho
Fica em Ovar. Assim que estacionámos e senti o aroma a eucaliptos ganhei o dia. É um parque com árvores, lagos e caminhos de estrado, ótimo para passeios, piqueniques, um sumo na esplanada, uma manta e um livro, levar as crianças a baloiçar (até tem um mini-slide!). Fez-me ver como ainda tenho tanto para descobrir aqui à volta de Espinho.
O Parque Ambiental do Buçaquinho inaugurado a 25 abril 2013 ocupa uma área de 24 ha de floresta protegida, de grande valor ambiental e com uma biodiversidade rica ao nível da fauna e da flora. Contempla um pinhal, seis lagoas, uma cafetaria, parque infantil, jardim de plantas aromáticas, torre e posto de observação da avifauna, espaço multimédia e Centro de Educação Ambiental. O Parque resulta da revitalização da antiga Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) Esmoriz/Cortegaça. in CM-Ovar.pt
O gelado: Magnum White Chocolate & Cookies
Encontrei o Magnum da minha vida. É difícil deixar para trás uma vida recheada de Magnum Amêndoas, Caramel & Nuts ou o simples Branco. Mas uma vez trincado este menino, temo que durante uns tempos esses fiquem esquecidos. Entretanto ainda não provei gelado Kinder Bueno da carta da Olá, que também promete. Temo que possa haver um novo gelado na lista de Maio...
Rufem os tambores. As recomendações que vão mudar a vossa vida estão...noutro lado, provavelmente. Mas estas são as minhas e são partilhas de coração. Quatro categorias, selecionadas a meu bel-prazer, onde o único critério de entrada é: chateei toda a gente que conheço para experimentar isto e agora é a vossa vez.
A série: Big little lies
Entrou nos favoritos de Março por um triz, visto que ia escorregando para Abril. Comecei esta série do HBO no Sábado e acabei...no Sábado. Eu sei, shame on me, que passei seis horas seguidinhas do meu dia agarrada à televisão. Vocês chamam-lhe preguiça, eu chamo-lhe um figo. Li o livro no ano passado e adorei - a Liane Moriarty foi a minha autora favorita de 2018, como talvez se lembrem (a cábula dos três que li aqui). A série tem algumas diferenças para o livro, mas a essência é a mesma e o elenco de luxo torna-a imperdível. Sete episódios: vá lá pessoal, dêem bom uso ao mês grátis de HBO, já que vão pôr em Abril para ver Game of Thrones.
A cidade: Dinant
Para os mais distraídos, fui á Bélgica num fim-de-semana prolongado em Fevereiro (porque o prolonguei, não porque ele tenha nascido assim). Já prometi que escrevo o roteiro em breve - foram 4 dias, 5 cidades - mas a surpresa foi Dinant. Não sei se gostei mais de Dinant ou de Bruges, mas sei que já era suposto gostar de Bruges e de Dinant não me tinham falado. Eita cidadezinha linda.
O restaurante: Treestory
Ah, quem não adora comida de Geórgia? Muita gente. Mas só porque não conhece. Passei só um dia do mês em Lisboa (nem 24 horas chegaram a ser) mas chegaram para a descoberta gastronómica do mês: o Treestory. Não vale a pena lerem o menu que pouco vão perceber e as mocinhas também não falam o português mais claro do mundo (espaço para me engasgar quando disseram que o prato para provar todas as sobremesas eram 150€, mas afinal eram 15€). Até os meus sogros foram a torcer o nariz e voltaram de bandulho cheio. Vão e peçam ajuda para provar um pouco de cada coisa (ou peçam pelas fotos do Instagram - a que deixo aqui em baixo foi a que me convenceu a ir experimentar o restaurante e arrastar 8 pessoas comigo. E foi o petisco favorito de todos).
Não o li, ouvi-o no Audible, contado pelo próprio (na versão original: Born a Crime"). Estava na minha lista de desejados há muito tempo e sabia que era uma auto-biografia do comediante que apresenta o The Daily Show que é jeitoso e tem uma pronúncia engraçada. Tendo em conta que cresceu na África do Sul, não esperava um relato de conto de fadas. Tendo em conta que o conheço como apresentador de um conceituado programa norte-americano, não esperava metade do que aconteceu. Só lido. Contado não tem graça - só se for pelo Trevor. Não é comédia. É a vida real como não a conhecemos.
Como boa blogger do contra, venho iniciar esta rubrica mensal relativa a Fevereiro, em vez de Janeiro. Também lhe chamo Descobertas apesar de ser claramente um clássico Favoritos, para parecer que é outra coisa (vá até é, só vou mencionar coisas novas). As categorias são fluídas e variam de acordo com a minha real vontade - e com o que fiz ou deixei de fazer nas semanas que passaram. Isto porque muitas vezes partilho "isto e aquilo" de que gostei muito no Instagram e como vocês são pessoas feias não me seguem lá e não ficam a saber delas. Assim, ao menos ficam a saber da nata da nata. Ora vamos lá.
A guloseima: Caramelitas
Ando a falar da The Apple Factory há meses, desde que me cruzei com um vídeo simplesmente pornográfico de uma maçã a ser mergulhada num tacho de caramelo.
De maneira que podia jurar que o Moço me ia dar uma maçã no Dia dos Namorados. Só que não. Deu-me um livro que é um vício mais saudável e que também faz bem à alma. Mas ficou a faltar açúcar, né gente? Por isso no Sábado seguinte fomos ao Mercado Manuel Firmino buscar Apples e Caramelitas para eu provar. As apples são muito boas (e há várias combinações ainda por provar), mas eu como amante de caramelo perdi-me de amores pelas caramelitas.
Respondo já ao que muita gente me perguntou no Instagram: ela aceita encomendas e apesar de ter pontos de entrega fixos e móveis normalmente em Aveiro e Porto, faz envios para todo o país. Contactem pela página de Instagram ou no Whatsapp (966254765) que ela responde rapidamente e digam que vão daqui para ver se eu ganho uma destas:
É só um bocadinho de batota, porque em boa verdade conheci-o a 30 de Janeiro, mas comi tanto que acho que em Fevereiro ainda estava a digerir a vitela de comer à colher e o feijão com alheira. Fica em Vila Nova de Gaia, ao pé de nada que eu conheça em particular e jamais lá chegaria se não fosse o TripAdvisor. Também posso recomendar o bacalhau à Zé do Pipo (#purélover). Dão-vos um miminho à chegada (Porto branco com água tónica) que me dizem que é muito bom, só que aqui a abstémia não merece o chão que pisa.
A série: Homeland
Sim, a série é antiga, mas para mim é nova e este blog é sobre...mim! Sempre esteve na minha lista de "as pessoas recomendam e um dia hei-de ver", onde ainda estão Breaking Bad ou House of Cards, entre outras. Foi desta: play. Temos visto episódio atrás de episódio, temporada atrás de temporada.
E não há melhor declaração de interesse do que esta: quando estamos a ver e me começa a dar o sono, peço para desligar ainda antes de fechar os olhos. Entendem agora? Está no Netflix, corram.
O passeio: Serralves
Fiquei louca de tristeza com o meu corte de cabelo e podia jurar que não queria sair de casa. Mas já tínhamos combinado ir ver a exposição de Miró a Serralves no primeiro Domingo do mês, que é grátis (de manhã!). Arrumei a vergonha na baínha do vestido e fomos. E foi perfeito. Não tanto a exposição, mas o passeio pelos jardins, incluindo, a zona dos animais e das ervas aromáticas, onde nunca tinha estado.
Quando se tem 30 anos e uma relação estável tem de ser ter muito cuidado ao dizer-se que se tem uma novidade. Sem supresa, os palpites são bebés e casamento. Confesso que, mesmo por causa disso, tive cuidado a anunciar a mudança que se aproxima às pessoas mais próximas. No vosso caso (lamento já) quis ver que teorias daí vinham. Deixei em aberto que novidade seria. Não se trata de nenhum dos casos mais previsíveis. Sem mais demora: vou mudar-me. Mudar de cidade. Para perto do Porto, embora não exatamente (mas e a grande cidade mais próxima, e eu preciso da proximidade a uma cidade grande, como de oxigénio para os pulmões). A alfacinha emprestada vai para norte.
Sim, está relacionado com uma decisão profissional, como alguém adivinhou (aliás também houve um palpite certeira no abandono a Lisboa). Uma decisão que deve vir por bem, espera-se, mas que ao mesmo tempo forçou uma reviravolta na nossa vida. Infelizmente não é de 360º, que se assim fosse dava uma volta e vinha parar ao mesmo lugar.
Vou rumar a norte e vai-me custar muito. Não o facto de ir para cima, mas deixar uma vida cá em baixo. Verdade que sou de Leiria como a pronúncia "a cantar" bem à vista aqui não deixa esconder - e com muito orgulho. Mas Lisboa foi a cidade que escolhi (que me escolheu?) há mais de 12 anos e onde tenho tanta gente que é importante para mim. Já para não falar do Pão Pão Queijo Queijo.
E eu até podia continuar a minha vidinha sem vos contar disto, até porque não é propriamente emigração, nem vou desligar-me por completo da capital, mas é relevante para mim, pelo que é relevante para vocês. Pode mudar os meus hábitos de atualização do blog, embora eu suspeite que, mais do que nunca, irei precisar de escrever nele (e contar convosco). Peço, sem vergonha, as vossas dicas, as vossas palavras, que fiquem desse lado e me acompanhem nesta aventura. Hei-de batizar uma rubrica nova para vos ir contando. É que amanhã à noite...já vou a caminho.
Facto é que, claramente estou a ficar uma blogger muito IN. O Porto é eleito melhor destino europeu e eu...PUMBAS:
Há uma coisa nova no blog. Talvez um perfeito disparate. Talvez uma trabalheira que tive para nada. Talvez uma péssima iniciativa. Talvez uma exposição desnecessária. Talvez mais um passo para verem como estou tão longe de ser o que alguns idealizaram e perto da desgraça que outros vaticinaram (anónimos, claro). Tudo o que vos peço é que acompanhem e com honestidade me respondam: vale a pena? [nervos]
Primeiro uma pergunta: como é que imaginam a minha voz? Grave? Esganiçada? Um ligeiro ciciar? Sotaque leiriense? (sim, isso existe, mas não vos ensino a detetar)