Depois de vários meses a bater recordes de leitura, em Junho achava que tinha lido 2, mas afinal foram quatro! (de um deles não me lembrava, por não ser um livro típico, outro acabei em julho, mas contei na mesma) Junho foi um mês complicado de muito trabalho e pouco tempo livre (já disse que tive 3 casamentos?), mas o que li foi com gosto e, como insisto sempre que me dão oportunidade, ler não é uma corrida, ou coleção de cromos. Um livro por ano, pode ser tão bom como 4 num mês, desde que dele retiremos o devido prazer.
Só me chatei que queria mesmo ter lido pelo menos um livro antigo da minha estante, dos que aguardam há mais tempo, mas o que acabei por ler foram quatro livros novos! Dois comprados por mim, dois oferecidos pela editora (lançamentos de Junho que me interessavam). Mais uma vez: fazer planos é bonito, mas leio o que me dá prazer e foi isto que quis ler.
1. O Homicídio Perfeito - Um Guia para Boas Rapatigas, de Holly Jackson - Novo
Para quem tinha estado a reviver a juventude, na casa dos pais, a tirar da estante todos os livros do passado (desde coleções de aventura como Triângulo Jota, à Profissão Adolescente, às Luas de Joana, Diários de Sofias e afins) este foi o livro perfeito. É um mistério juvenil, em que a Pip, com a desculpa de trabalho de investigação para a escola, vai desenterrar um homicídio/desaparecimento que ocorreu há algum tempo naquela pacata cidade. Tem muito bom ritmo e não adivinhei o fim (o que gosto é ótimo). Não fica como favorito, até porque se seguiu ao brilhante A Anomalia (!) e essa é uma posição difícil, mas recomendo para quem quer encontrar a nostalgia de "Uma Aventura".
2. O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo, de Charlie Mackesy - Novo Dizem que é uma espécie de novo O Prícipezinho. Uma fábula para todas as idades. É bastante rapido de ler: as ilustrações dominam e as frases, reflexões das várias personagens, dão sentido. É um livro lindo, de ter na estante e abrie muitas vezes, de oferecer a miúdos e graúdos e...de pôr no Instagram! Ahahah.
3. Tereza Batista cansada de guerra, de Jorge Amado - Novo Foi o livro que enrolei durante a maior parte do mês: é grande, tive pouco tempo, mas, sobretudo, é mesmo um livro para ler com vagar. Tereza tem muitas alcunhas e "cansada de guerra" é só uma delas. Vamos conhecendo como mereceu cada uma nos vários capítulos da livro e da sua vida, numa escrita sublime e irónica de Jorge Amado. Capítulos como o do surto de varíola (narrada a começar cada capítulo com uma letra do alfabeto, por ordem), a violência que sofreu nas mãos do capitão, como liderou a revolta das prostitutas e o amor tão errado com quem lhe restaurou a vida, roubaram-me o coração de formas diferentes. Já tinha lido os Capitães de Areia deste autor, e gostei bastante mais deste livro.
4. Layla, de Colleen Hoover - Novo
Continuo sem saber qual o estilo da Colleen. Terceiro livro que leio dela e nenhum parece da mesma autora. Este, que fechou o meu mês (até acabei hoje, já em julho, mas não digam a ninguém) é um romance paranormal, mas não temam, porque não é terror. É só muito louco, mas é leve e muito rápido de ler. Tive sempre vontade de lhe ir pegando a cada bocadinho livre e, apesar de ser mais paradito no meio, em que se instala uma rotina que ainda estamos a tentar perceber (não posso dizer muito), no final tudo se explica. Quando começa, temos Leeds a contar como conheceu Layla a alguém, ao mesmo tempo que sabemos que ela está amarrada num quarto do primeiro andar. Começamos seriamente a duvidar daquela que, em teoria, pelo que ele conta, é uma bonita história de amor. Eu comecei a duvidar também por que raio se chama o livro Layla, quando não me parecia que o essencial fosse sobre ela. Mas tudo faz sentido, prometo, só que não vos posso contar! Descubram. Sei que é estranho dizer isto de um livro que lida com o paranormal, mas acho que é uma leitura de verão!
Em Maio li oito livros e houve um claro favorito, mas duas recomendações muito fortes. O maior motivo de orgulho para mim é que o favorito, mas mais quatro foram livros escritos em português (às vezes deste lado do oceano, outras do outro). Sem mais demoras, vamos à lista de opiniões, 4. com estrelinhas nos imperdíveis.
1 e 2. Você Acredita mesmo em Amor à Primeira Vista e Você Acredita Mesmo em Segunda Chance, de Fabi Santina - Emprestados
Vamos contar como literatura livros da história de uma Youtuber brasileira, escritos pela própria? Vamos. São livros fantásticos? Não. Mas gostei de acompanhar a história da moça que vou acompanhando no Youtube e até deu para tirar uma lição: nós não sabemos nada sobre as pessoas que conhecemos das redes sociais, nem daquelas que fazem vlogs semanais.
A minha mãe segue a família e ofereci-lhe os livros no aniversário dela, mas não ia deixar passar sem ler também, né?
3. Uma Questão de Conveniência, de Sayaka Murata - Do Kobo Plus
Foi o meu primeiro livro lido da subscrição do Kobo Plus, ainda nos 30 dias gratuitos - que compensaram altamente! Foi um dos que tinha na wishlist, tendo visto a recomendação da Rita da Nova e fiquei doida ao vê-lo a custo zero. É um livro curto, sobre uma rapariga que trabalha numa loja de conveniência e não quer mais do que isso da vida, contra todas as expectativas da sociedade à sua volta. Faz lembrar um pouco a Eleanor, d'A Educação de Eleanor (esse sim, um livro a não perder!), mas senti que a autora se fartou no que seria a metade do livro e o acabou à força, sem desenvolver mais.
4. Apneia, de Tânia Ganho - Do Kobo Plus ⭐️
Kobo Plus é vida. Mais um que estava na subscrição e ao qual me atirei. O exemplar ao vivo é menino para abrir um crânio se atirado com jeito, mas ler no ereader, ainda mais a custo zero, é sempre uma leveza. Foi o meu livro favorito do mês e fica para o top do ano, o que é um orgulho, tratando-se de uma autora portuguesa. O nome diz tudo: vão passar 700 páginas a suster a respiração. A protagonista do nosso livro decide separar-se do marido e a partir desse dia, todos os dias são superação e luta para não perder o seu filho. É muito, muito intenso, e apesar de nem sempre haver ação, estamos tão dentro da cabeça dela e os capítulos são tão curtos que é impossível largar. É também uma história violenta em vários sentidos, a ler com cuidado por pessoas mais sensíveis, pais sobretudo (pais, mães). Mas não consigo desaconselhar, porque é brilhante e está muito bem escrito.
5. A Nova Índia, de Íris Bravo - Do Kobo Plus
Depois de ter lido o primeiro livro de mais esta autora nacional, não podia deixar de ler o desfecho da história. E adivinhem? Estava no Kobo Plus. Gostei mais do primeiro, é verdade, e também não é fácil ser o livro que se segue ao Apneia...Mas aconselho a saga a quem procura uma leitura mais leve (mas não é só romance, nem é um romance linear e tem ação) de uma autora portuguesa muito querida.
6. A Mulher na Janela, de A.J. Finn - Lido no Kobo
Já o tinha no Kobo, mas não tinha lido. Só que saiu o filme na Netflix, com a Amy Adams e eu queria ver, pelo que passei a leitura à frente. Desiludiu-me um pouco. Não gosto da protagonista sempre demasiado bêbada para poder saber o que faz (faz lembrar A RApariga no Comboio), embora alguns dos twists me tenham supreendido. Mas não é tão bom que vos diga que leiam mesmo, antes de verem o filme.Ver o filme basta (embora o filme, torne logo demasiado evidente o que no livro funciona bem como twist).
7. Bodas de Sangue, de Pirre Le Maitre - Lido no Kobo
Mesmo com tantos livros para ler em casa, no Kobo e no Kobo Plus ainda acabei a comprar este por impulso, ao ver uma recomendação. Arrastei-me por mais de metade do livro e estava quase a desistir quando decidi contar a história ao Moço. Ao contar-lhe percebi como era interessante, mesmo que me estivesse a faltar motivação para continuar. Acho que foi mais ou menos por aí que começaram os twists atrás de twists e geeeeente, que livro LOUCO. Comecei a odiar, acabei a adorar, embora seja mesmo demasiado wild. Tenho para mim que talvez seja a tradução que li que não era grande coisa (li em inglês, mas o original é francês) e quero dar outra oportunidade ao autor.
8. A Anomalia, de Hervé Le Tellier - Oferecido pela Editora ⭐️
Se vos ocorrer que aquela estrelinha é por ter sido oferecido, desenganem-se. Fui eu que o escolhi (pela capa magnífica que por aí andava a circular no Instagram), anunciei logo que mesmo que não gostasse, faria uma review honesta e a editora até me disse que não quereria de outra forma. Na primeira parte achei que prometia menos do que esperava. Durante umas 100 páginas fomos conhecendo a vida de várias personagens, interessante até, mas eu queria que começasse "o evento". E eu que não sou dada a livros de ficção científica, fiquei fascinada quando percebi o tal evento. E fascinada cheguei ao fim, com o desenrolar da ação, que é muito menos sobre ficção científica e muito mais sobre humanidade e sociedade. Que lição de livro, que reflexão sobre nós e a nossa inércia e o estado do mundo por causa da nossa inércia, tudo em forma de entretenimento. E que final perfeito. Duvido muito que não chegue também aos favoritos do ano, embora este ano eu vá tão sofrega nas leituras que terei de fazer um top 20 em vez de top 5, talvez.
Foi este o livro que me acompanhou no fim de 2019 e início de 2020. E foi um bom livro de viragem. É do tipo de mistério que eu gosto mais: o que envolve escritores. Além disso, tem uma particularidade que é quase uma batota (das boas). Há um livro dentro do livro. Há dois mistérios para desvendar, portanto, e o meu favorito até é o que vem de bónus. Desesperei por mais páginas. Páginas literais, como perceberão.
Gosto do escritor, do qual não creio que devesse gostar. Mas a sua fidelidade (apesar de tudo) ao que é a sua verdadeira natureza, torna-o o aldrabão mais honesto de sempre. Acho que não falei demais. E a progonista não é de todo um cliché. É uma editora de meia idade com uma relação imperfeita e dúvidas de pessoa normal, em vez de uma gostosa humilde que embora linda não sabe a beleza de que é dona.
A expectativa era alta e a cada página fui gostando mais. Excepto no fim.
Espero que andes a trabalhar no teu português, que eu cá vou escrever na minha língua mãe. Em primeiro lugar e para que não feches já a página, gostei deste teu livro, ok? Apeteceu-me um romance de verão no outono - e posso, porque o outono é quando o Homem quiser. Ou seria outra coisa? Enfim...
Gostei muito que se trate de um livro de amor que fala sobre tipos diferentes desse nobre sentimento e desprovido de preconceitos, reconhecendo que ainda os há. Para mim, a relação principal é até a da Clem com a sua "irmã", coisa que bastante me enternece.
A trama principal, sim senhora. Outras personagens e tramas secundárias, sim senhora. Proporção de homens jeitosos, sim senhora.
Mas - sem querer dar spoiler - tiveste ali uma travadinha com aquele fim da menina que trabalha nos CTT, certo? Eu entendo que quisesses surpreender, mas era mesmo preciso aquilo? Ainda por cima havia não-sei-quem que conhecia não-sei-quem na mesma situação? Pode lá ser que seja assim tão frequente? É que não estamos propriamente a falar de casamentos de derrotas do Sporting... Quem já leu e sabe do que estou a falar, que me apoie. Era evitado, não era? Quem não leu, pois bem que leia e me venha contar o que achou disso.
Aviso-a já que vou emprestar o livro à minha amiga Magda, que é sua fã e leitora expert. Faço questão que ela leia e me diga se sou eu que estou a exagerar.
De resto, obrigada e continue a publicar, que eu cá estarei para ler (este foi o meu primeiro), mas se faz favor sem cenas daquelas.
Eu costumo brincar que o meu lema é "de borla até injeções na testa", mas é mentira. Portanto quando a Sara me convidou para uma experiência inovadora que metia uma coisa que tem barras no nome eu comecei logo a imaginar que ia levar com arames no lombo, ia ser uma coisa dolorosa e eu que sou um pesseguinho ia logo ficar toda marcada.
Mas ela também disse uma palavra mágica: Massagem! E eu fiquei de antenas no ar, pronta para ouvir (e se fosse preciso, levar no lombo primeiro para ser massajada depois).
O que ela me convidou para fazer foi uma sessão de Barras Access seguida de uma Massagem Bioenergética. Fui ler melhor sobre isso das barras para saber se era preciso levar pomada para os hematomas e fiquei logo mais descansada. São toques, senhores, são toques. Ela propunha-se a tocar-me na cabeça e desbloquear-me medos e ansiedades.
Pfff...Com toques na cabeça? Estão a rir-se comigo certo? Vai-me fazer cócegas no cabelo e eu vou relaxar e resolver problemas da minha vida. 'Tá bem, abelha.
Só que outra coisa que eu costumo dizer é que acredito naquilo que possa apalpar e toque é uma forma de apalpão tímido. Portanto fui. E...
Realidade
Saí de lá tolinha. Mas eu conto tudo.
O sítio é a Clínica Hebe, onde oferecem vários serviços e um deles é esta combinação que promete tratar de corpo e mente. A primeira boa energia que senti foi logo a da Sara, que é uma fixe e me explicou tudinho. A Sara é psicóloga e faz sessões de Barras Access no Porto, além de as fazer na clínica.
A segunda boa energia foram os roupões mantas e a MARQUESA AQUECIDA, minha gente - nunca mais vou a sítio nenhum fazer massagens que não tenha marquesa aquecida. O sítio também é de uma elegância e tranquilidade que só visto. Quase pagava só para poder ir para ali ficar em paz, deitadinha de roupão numa marquesa aquecida. E é em Gaia, para as meninas que se queixam que as blogueiras só recomendam coisas para Lisboa.
Quando ela me começou a tocar na cabeça pareciam de facto só umas festinhas preguiçosas no cabelo. Confortável como estava fiquei completamente relaxada, mas sabem como é quando fazem massagens, certo? O corpo vai relaxando, mas a cabeça está a pensar em tudo (deixei o fogão ligado? será que já passou muito tempo? o que é que tenho de fazer a seguir? será que já passou muito tempo?). Além disso eu NUNCA adormeço em situações com estranhos. Foram muitos anos a andar de Expresso com jovenzinhas a deixar cair a cabeça, a dormir, em cima de velhotes gulosos. Mas fiquei de facto num estado de relaxamento tal que estava mesmo a adormecer. Naquele ponto de semi-consciência em que já estou a imaginar situações parvas que descambam em sonhos non-sense. Estava relaxada para lá de Bagdade!
Se havia barras para me dar com elas não as vi. Só senti as mãos dela e às vezes uns piquinhos que ela jura que são energia a passar. O que sei é que esta seria a parte de desbloquear a mente e senti um efeito no meu corpo. O que é assustador e fascinante.
Depois passei à segunda parte da sessão com a Susana e NUNCA tinha feito uma massagem tão relaxada. Nem onde me perguntassem como me tinha sentido ao longo da semana para escolherem os aromas dos óleos em função disso. A questão é que depois da sessão de barras estava completamente descontraída, ao ponto de não me preocupar se teria cotão no umbigo (que convenhamos, é sempre uma preocupação em massagens).
A massagem foi o encontro perfeito entre suavidade e força - o que é raríssimo encontrar. Ou bem que te desatam os nós e te deixam feita num bife picado ou bem que te fazem festinhas e no fim não há efeito no corpo. Esta foi efetivamente uma massagem boa e equilibrada - e olhem que eu já levo um bocado de experiência em massagens.
O que sei é que esta seria a parte de desbloquear o corpo e senti um efeito na minha mente. O que é assustador e fascinante.
No final das sessões as duas terapeutas (acho que posso dizer assim), dão uma leitura do que sentiram no contacto com as nossas energias e o nosso corpo. E mais uma fez fiquei assustada e fascinada. Nada do que disseram era óbvio para quem me conhecesse ou sequer para mim. E ainda assim, tudo fez sentido. Tudo me fez dizer Ah, se calhar é isto. e relacionava-se perfeitamente com os últimos anos da minha vida. Juro que até fiquei parva e comovida - pode ter sido em parte a TPM - e com vontade de fazer mais sessões para continuar a trabalhar para desbloquear essas emoções encravadas que não quero.
Só não sei se sou uma pessoa espiritual como ambas juraram, mas tenho a certeza que a experiência que me proporcionaram trouxe algo de novo para os meus dias, mais do que qualquer massagem comum. Que ficou aqui, que me fez refletir e que me deu energia, num sentido mais lato do que outras técnicas de puro relaxamento do corpo.
Com honestidade, que não me pagaram o suficiente para mentir!
(não me pagaram gente, calma, só me ofereceram a sessão, como muitas outras no blog antes desta e vão lá ler as outras para ver se falei assim).
Até ao final do ano estão com uma promoção para esta sessão conjunta e eu aconselho que experimentem e quero muito que me digam também o que acharam, para validarem os sentimentos que me ficaram depois desta experiência única. Estou tentada a oferecer uma sessão ao Moço para ver se ele deixa de gozar comigo, por causa do efeito que esta sessão teve em mim e se sente na pele o que eu senti, de bom e de revelador. Acho uma excelente maneira de começar o ano e é totalmente condizente com o tipo de serenidade e consciência que tenho tentado trazer para os meus dias com ações como o Diário da Gratidão. A Sara disse-me que eu tinha o ponto do auto-conhecimento ativo e eu bem sei porquê.
Este livro começou por me irritar bastante. No mau sentido mesmo. Não me consegui identificar com personagem nenhuma, muito em especial com a potencial protagonista que em tempo de guerra quer coser vestidinhos de noiva. No entanto, tinha lido reviews no Goodreads (este livro foi finalista do Prémio Goodreads para melhor romance histórico) e muita gente fala mal do livro por uma coisa que me parece idiota de criticar: A autora é americana e a história passa-se no UK. Ela usa expressões americanas nalgumas situações, o que irritou muito os ingleses. Como se uma escritora brasileira não pudesse usar palavras do seu português, ao escrever uma história a passar-se em Lisboa. Então, como eu sou do contra e queria chatear os britânicos (um país inteiro que já nem dorme com as cócegas que lhes fiz com isto...) continuei a leitura.
E valeu a pena ser teimosa. Começa a ser muito bom quando acontece "a" tragédia e nos deparamos com a importância das escolhas que fazemos todos os dias. Não podemos deixar de nos pôr nos sapatos da Emmy, em pleno Blitz, durante a Guerra e pensar: o que faria? Eu sei o que teria feito no lugar dela, mas...sei mesmo?
Depois a forma como a parte da história que ficou para trás nos é revelada - não posso ser mais clara, para não vos dar pistas - é surpreendente. E eu gosto da forma tanto como do conteúdo.
Posto isto: leiam este bocado do início e decidam se querem o resto. Começa com Kendra a recolher uma entrevista para fazer um trabalho. E é nessa entrevista que mergulhamos para chegar à história de duas irmãs a viver em tempo de Guerra. Prometo que o melhor vem depois.
Este livro começa como uma fotografia com a abertura de diafragma no máximo. Sabem quando o fundo da imagem é uma mancha de cores quase indistinta porque talvez não interesse? Foca-se na vida e nas experiências de duas jovens - a Margot e Haruko, que vivem uma amizade improvável, num contexto improvável. E é aos poucos que o fundo da imagem se vai tornando mais nítido e a foto fica completa com a revelação desse contexto. A história não é só sobre elas. A história é sobre a visão delas num mundo que parece de faz-de-conta, mas é bem real. Onde as famílias são postas numa casa de bonecas, mas não é porque alguém está a brincar, é porque alguém está em guerra.
Gosto de conhecer perspetivas novas. E a perspectiva da Segunda Grande Guerra nos Estados Unidos da América, para as famílias originárias do Japão e da Alemanha foi completamente nova para mim.
Tantas vezes acusamos os norte-americanos de não saberem distinguir Paris de Praga - é tudo ali do outro lado do mar, num sítio velho chamado Europa, e afinal somos nós (era eu) que não sabemos tanto sobre o que se passou lá, historicamente.
A história das duas jovens é crucial, próxima, terna e tensa (adorei a revelação final). Mas o que mais gostei foi precisamente de expandir os meus horizontes, com os factos baseados na realidade.
Antes de mais: repreendo-vos veementemente por ainda não terem comprado as prendas todas. Querem o quê? Ir para as filas gigantes das vésperas de Natal? Roer as unhas de nervos com a encomenda online feita fora de tempo que não sabem se chega ou não chega? Portanto, arregacem as mangas e vamos lá tratar do assunto.
Visto que gostaram das sugestões até 15€ publicadas antes, querem subir a parada? Ficam aqui algumas sugestões escolhidas a dedinho por mim na La Redoute e na Worten, a pensar em diversos tipos de pessoas. Para verem preços e detalhes (ou botar no cesto e mandar vir) é só clicarem nas peças que vos façam olhinhos.
|| Para quem entra no espírito natalício (ou precisa de um empurrão) || Por exemplo, aquela menina da camisola que eu até acho a mais bonita, claramente está em modo Grinch. É uma daquelas prendas que tem logo uso a 25. Depois se forem como eu, que quero estender o Natal até Março, continuam enquanto fizer frio. Senão já têm camisola para levar aos 54 jantares de Natal de 2019.
|| Para o pessoal friorento || O roupão e o pijama são catitas, quentinhos e estão dentro do budget, mas...a mantinha de crochet, lá em casa estava "de seda". É daquelas coisas que tanto se compram para dar a um casal que gosta de ver filmes e séries no sofá, como à avó Josefina, ou a uma blogger (por se rum apontamento casual chic na decoração clean do novo apartamento).
|| Para o Nerd da família || Posso contar pelos dedos das mãos as pessoas da minha idade e pouco acima que não gostariam de receber um destes brinquedos para graúdos. De maneiras, que até a mim podem oferecer, ok?
|| Para quem concorda sabiamente que outra carteira nunca é demais ||
Portanto qualquer mulher, incluindo as que já aderiram ao minimalismo - tentam é contrariar com todas as suas forças. Quer lhe chamem carteira, mala ou bolsa, falta sempre uma porque não tenho nenhuma mesmo com aquela cor, mesmo com aquele feitio. Vou pedir perdão porque uma destas custa um bocadinho ligeiro acima dos 30€ que estipulei para esta lista. Adivinham qual é?
Recebeste essa maravilhosa prenda que já mendigaste há um mês de quem , Maria? perguntam vocês.
Do Moço? Não. Família, amigos, colegas? Nop.
Da JBNet.pt. É um daqueles alinhamentos dos astros. A JBNet é uma empresa nacional (de Vila do Conde) mas vende para o retalho, ou seja, não poderia eu ter lá comprado o livro nem que quisesse, porque é B2B - que é uma pena porque vende artigos de livraria, papelaria, informática, brinquedos, enfim... Tem cash&carry em Vila do Conde e vende online para todo país. E está feita a apresentação, em agradecimento a algo muito especial para mim: a minha primeira prenda de Natal. Se houver por aí candidatos à segunda, estou TÃO ao dispor.
Moço, se não te pões a pau...ficas sem a lista facilitadora!
Sonhei que estava numa loja, tipo loja de ferragens, e pedi cordel ao senhor por detrás do balcão. Ele percebeu imediatamente para quê, replicando "ah, nesta altura vende-se muito, para os presentes". Eu uso cordel em vez de fita, nos embrulhos. E este sonho será o meu inconsciente a dizer-me que tenho de começar a embrulhar os presentes que já tenho e acabar com a lista que me falta comprar de uma vez. Não é normal entrar Dezembro e ainda não ter isso fechado pelo que começo a ganhar urticária. E escusam de me condenar o consumismo: não tenho emenda nesta época.
Partilho convosco algumas inspirações e sugestõesm todas do DeBORLA, uma loja que me faz perder a cabeça sempre que entro lá (frequento a de Leiria - Porto de Mós) mas também vende online para me permitir desgraçar à distância. Desgraçar é forte, porque de facto tem opções muito catitas e em conta.Todas as que selecionei custam entre 5€ e 15€, arredondando. Ficam as minhas dez sugestões, devidamente legendadas e com link na imagem.
1. O relógio de parede Vintage. Tenho um parecido desta mesma loja na sala e é o meu xodózinho. Estou a dizer que é parecido e não o mesmo, só porque paguei praí o dobro e não quero acreditar que dei isso tudo a mais.
2. Gaiolas. Ele é vela, ele é pauzinhos de aroma, ele é peça de decoração, tudo por um budget que cabe na maior parte dos "amigos secretos".
3. Jogo do Galo. Para o pai/tio/primo a quem já não se sabe mais o que se há-de dar porque "prendas para homens é difícil". Com sorte, ainda dá para passar um bom bocado durante as festividades a jogar.
4. As caixas multiusos. Eles dizem que são de bijuteria. Eu digo que são para o que a minha mãe/tia/avó/amiga estiver voltada. As mulheres são barra a reunir coisinhas (in)úteis em caixinhas. Eu incluída. E esta é gira que dói.
5. Scratch Map. A 5 aérios, porra! Uma prenda bem divertida para amigos ou primos ou irmãos (pessoal que respira, logo gosta de viajar) e cabe no orçamento dos "amigos secretos" mais forretas.
6. Planner. Devia ser o de viagens (também há de casamento e bebé), mas vou optar pelo "Let's Do This" que é um plano de saúde e fitness para dar a mim mesma . Cá por coisas relacionadas com borregas na cintura.
7. Conjunto Caipirinha. Eu não bebo alcoól, mas o resto da humanidade pode apreciar esta prenda bem em conta. Talvez seja uma sugestão influenciada pela viagem ao Brasil onde assisti a muitas caipirinhas a serem sugadas com gosto. A cachaça é para ser Pitú, pessoal! #ficaadica
8. Caixa luminosa. Dá para uma prenda mais sentimental a uma amiga ou cara metade, já com a devida mensagem melosa ou divertida escrita na box. Amigas Youtubers vão arranhar-se por isto, para pôr no fundo dos vídeos.
10. A almofada de Natal mais irónica de sempre. Oh, deer, quero uma para mim!
EXTRA
Tipis! Sabem aquelas tendinhas muita da moda de por no quarto das crianças, uma coisinha fofa de pano, só que custam o mesmo que um T3 em Alcabideche? No DeBorla estão algumas variantes destas casinhas de pano a partir de 29.90. Como já por várias vezes se falou disto em grupos de amigos (até prendas para se dar em conjunto) fica a sugestão para alguém que ande à procura.
[Este post inclui publicidade da boa: descarada, verdadeira, comprovada, de uma loja onde evito entrar porque saio sempre de carrinho cheio.]