Sabem quando têm muita vontade de mudar ou melhorar algo - algo que talvez repitam todos os anos nas resoluções do "revelhão", mas não encontram em vocês a energia suficiente para começar? Pode ser que instalar uma destas app's seja o primeiro passo de que precisam.
"Fazer exercício": Zombies, Run! Gostavam de conseguir levantar-se do sofá e dar uma corridinha revitalizadora e boa para a forma, mas o ímpeto do entretenimento é muito mais forte? Larguem a PS4 ou esqueçam a última temporada de The Walking Dead (já ninguém vê isso mesmo) e joguem na vida real. Esta app de corrida é uma experiência imersiva em que vocês não correm para ficar fit, mas correm pela vossa saúde: têm de fugir aos zombies. Pode ser apenas correr na mesma, na prática, mas se o que vos falta é o desafio...porque não experimentar?
"Ler mais": Audible, da Amazon Os leitores compulsivos vão querer arrancar-me a pele aos poucos com um corta-unhas por considerar que ouvir um audiobook é ler. Não é. Não é mesmo. Mas posso dizer-vos que vou a meio do livro da Michelle Obama porque passei horas a arrumar a casa enquanto ela lia para mim o seu livro. Porque fui às compras e durante o tempo todo que estive no Pingo Doce ela esteve comigo a contar-me a história da vida dela ao ouvido. É uma forma de conhecer mais livros (penso que é especialmente interessante para biografias em que o próprio narra) nos momentos em que não posso fisicamente pegar num, mas tenho a mente desocupada. Enquanto cozinho ou arrumo ou me movo de um lado para o outro a pé ou a conduzir, por exemplo. E assim conhecemos mais um livro, num períoso em que normalmente não o faríamos, mesmo que não o adicionemos ao GoddReads por não o termos lido literalmente. Adicionalmente, para quem não tem mesmo o hábito de ler, talvez seja uma forma fácil de se habituar aos livros, como um primeiro passo para ganhar ou recuperar o bichinho. Nota: Os livros em português são limitados (são sobretudo clássicos). Os conteúdos são mais interessantes em inglês. Olhem para isso como uma vantagem (treinar a língua).
"Beber mais água": Water Drink Reminder Gente, se há coisa que devia ser fácil e eu não faço nem a ferros, é beber água com regularidade. Depois acontece que acordo a meio da noite com sede, porque - claro - estou desidratada (mas não me levanto para resolver o assunto, porque, lá está, sou preguiçosa). Já tinha experimentado uma app para me lembrar de beber água que basicamente servia de alarme e com o tempo passei a ignorá-la com bastante mestria. Esta é diferente, porque define um objetivo para ti (que pode ser ajustado, eu fi-lo) e, não só te vai lembrando, como ao beberes e registares estás a cumprir o teu desafio diário. Tem o efeito compensador de por um check numa lista. Não posso garantir que vá funcionar ad eternum, mas posso recomendar que tentem também. De qualquer forma o objetivo é que o hábito se entranhe e depois já não precisamos da app. Nota: Não a encontrei no iTunes (uso Android).
Tentados a experimentar alguma? Se o fizerem, contem-me como está a correr!
Eu já fui tu. Aliás, teimo em ser. Organizando tudo com trejeitos de obsessão na minha agenda e no meu calendário. Encontrando o melhor momento para isto e a data certa para aquilo. As obrigações e o lazer. O que julgo poder prever segue uma ordem que a logística complicada dos dias me faz assentar no papel para assegurar que tudo ficará bem.
Com o passar do tempo fui adquirindo a certeza, já bem cimentada aos 31 de vida, que os planos não são mais que esperanças apontadas. Tentativas de organização, nunca cimento no tijolo.
Há dois tipos de pessoas: as que fazem planos e as que já sabem que não vale a pena fazê-los. Fico feliz que ainda estejas no primeiro patamar. No entanto, não é assim tão mau estar no segundo. As mudanças, às vezes são desgraças e outras vezes são supresas maravilhosas. Na maior parte das vezes, são isso tudojunto. Mas, seja qual for o tipo, fazem-nos crescer, aprender, adaptar, ver coisas a que fechávamos os olhos e descobrir tanto sobre nós, os outros, o mundo, que mesmo quando não podemos dizer que valem a pena, têm o potencial de nos tornarem melhores e de nos fazerem ter as prioridades certas.
Enquanto o mundo tropeça, tento entusiasmar-me com as vitórias recentes de quem me é caro e com os planos para dias que já não vêm tão longe que não se alcancem com a vista. Espero saber sempre ver como as coisas pequenas são maiores que as grandes, mesmo que a semântica da frase esteja bêbada.
Este fim-de-semana, por exemplo, vamos a Sintra. Cometi a proeza de incentivar o Moço a deixar o carro quieto e usarmos o comboio, partir à aventura de mochila já que a estadia é tão curta quanto um dia a passar para o outro e a viagem não demora. E esse detalhe que até me vai custar nas pernas (e provavelmente na paciência), faz-me feliz. Quase que adivinho o arrependimento, mas não me importo.
E tive outra ideia, coisa de ser tonta e irrequieta e me darem vontades de experimentar coisas e não conseguir esperar. Esta tem a ver com o blog. Ocorreu-me num impulso. Quem sabe não achem graça nenhuma. Quem sabe até gostem. Mas que tento, lá isso, já ninguém me tira.
Pensando melhor, eu acho todas as minhas ideias muito boas - no dia em que as tenho. Fiquem por aí. Se amanhã ainda me parecer bem (ou para a semana), vou tentar ver como monto esta novidade.
Senão, este é só um daqueles posts irritantemente vagos, como os dos vossos amigos no Facebook que dizem só "A sentir-se triste" com um emoticon e depois ficam offline.
Tenho uma infinidade de fins-de-semana tomados na minha agenda. Planos até perder de vista porque é preciso garantir que estamos com família A, família B, amigos C, amigos D, vamos ao casamento de E, à despedida de solteira de F, ao chá de bebé de G, estamos para receber os H que passam o ano fora, não se falta à festa de 30º aniversário de I e que, no fim de tudo (de todos), ainda reservamos tempo para nós (em conjunto e em separado, para lazer e para relaxar). Sei o que vou fazer em muitos dias das próximas muitas semanas e a agenda não me deixa desorientar.
Mas sei mesmo? Porque uma coisa são os planos que nós fazemos para vida e outra diferente são os planos que a vida faz para nós. Não acho que esteja escrito, não acredito no destino. Acho que "a vida" também não sabe o que vai fazer porque não guarda uma agenda bem organizada como a minha. Mas às vezes acontece-nos, a vida. Troca-nos as voltas e faz-nos riscar e adiar e faltar e lidar com o inesperado.
Felizmente sou adepta dos post-its. E guardo um na cabeça para me lembrar que a qualquer momento os planos se podem mudar e desfazer. Que não são mais do que uma assunção de que se pudermos escolher, é isso que faremos. Quando não podemos escolher, temos de nos deixar levar. Hoje é um desses dias.