Bom dia! À falta de tempo para escrever deixei-vos o relato do primeiro dia nos Açores, São Miguel, em mensagem de voz e tenho um convidado muito especial...TAMBORES: o Moço. Não sei como o convenci a dar a voz, muito menos como o convenci a contar a história do que ele queria levar na mala, que já tinha sido proibida de partilhar...vocês vão perceber porquê.
Ouçam no Spotify ou no Castbox e gostem e subscrevam e partilhem com quem achem que vai gostar. Basta procurarem Maria das Palavras ou Mensagem de Voz numa dessas plataformas ou clicarem aqui para ouvir no Spotify, ou aqui para ouvir no Castbox.
E - além de irem lá e subscreverem o canal na plataforma que preferirem - também vos deixo aqui a mensagem para ouvirem. Porque eu também sou preguiçosa e gosto de vos facilitar a vida!
Opiniões nos comentários, se faz favor. Já houve quem dissesse que o Moço tem a voz a condizer com as costas, experimentem ultrapassar esse comentário maravilhoso.
Então queríamos ir ao cinema ver o IT (que é bom, mas em termos de terror é uma palhaçada - literalmente). E o melhor horário era o da sessão 4DX no GaiaShopping. Não pensei muito no assunto, achei que fosse tipo IMAX ou assim e, mesmo sendo caro o bilhete, ficava como uma experiência. Mal sabia eu para o que estava guardada.
Não sei se já vos disse, mas toda a vida odiei pipocas - sabem-me a clara de ovo. Ultimamente, têm-me apetecido. As pessoas mudam. Às vezes para melhor, outras vezes, para engordar mais. Portanto, Maria vai de pipocas e Coca-cola sentar-se na cadeira de cinema, quando...esta começa a saltar. A cadeira, entenda-se, que eu só me mexo se houver muita necessidade.
Talvez seja óbvio para muita gente que não vale a pena levar comida e bebida para uma sessão de 4DX, mas entendam que eu não sabia o que era. Calha que se tratam de duas horas de cadeiras a abanicar ao sabor das imagens do filme. Portanto nos primeiros dois minutos metade das pipocas ficou no chão e a cola perdeu o gás.
Explicando, para leigos, como eu era. O 4DX tenta replicar as sensações do filme. A cadeira salta e balouça nas cenas de movimento, molha-te se a personagem se molha, entra um odor estranho, se as personagens entram no esgoto, e passa um vento se estão ao ar livre.
Ora se eu quisesse apanhar com vento não saia de Espinho, não é? E no geral, se eu quisesse sentir que estava ao relento, ia acampar em vez de ir ao cinema.
Depois levo muito a mal que a sala me cuspa em cima, que basicamente foi o que aconteceu. Crianças a chapinhar na água? Jatos húmidos na cara. E já agora em cima das pipocas - ainda estou eu a habituar-me a gostar delas e o cinema quer-mas por logo moles.
Para ajudar na festa, tínhamos acabado de jantar, pelo que o Moço (que abomina qualquer semelhança com parques de diversão e já acha radical passar com o carro em lombas a baixa velocidade) vaticinou logo: vou ficar enjoado.
Acresce que no dia anterior eu tinha ido a um casamento e apesar de não beber alcoól (logo não estar de ressaca), nem ter chegado a horas vergonhosas a casa, a idade já não perdoa e acordei com uma dor de costas. Adivinhem o que é supimpa para a dor de costas?
CADEIRAS SALTITANTES.
Durante as quase três horas que levou o filme. Então, mas não é excitante, a sensação de acompanhar o movimento do filme? É sim, senhor. Durante certa de sete minutos e meio. Depois, mói.
E no fundo, foi só como estar a ver o filme no sofá de casa, porque o Moço, nunca pára quieto um segundo enquanto vê televisão. A frase que mais lhe digo nunca foi "amo-te", sempre foi "Podes parar um bocadinho?!". De maneira, que quando o filme acabou a nossa conversa foi esta:
Maria: Eu queixo-me que tu nunca estás quieto e depois pagamos uma fortuna para me sentar em cadeiras saltitonas no cinema.
Eu e o Moço temos pouco amor ao descanso, portanto achámos que o programa ideal para o fim-de-semana era estar com quatro casais de amigos e respetiva criançada. A criançada (ainda) não se superioriza à população adulta, mas só em número, porque em decibéis e na escala de Richter, estão muito à frente.
Queridos, chegámos! Esses nossos amigos já lá estavam desde quinta, tendo aproveitado a ponte, enquanto nós só nos juntamos no serão de sexta-feira. Ou seja, eles já estavam há dois dias "na casa" a conviver uns com os outros, numa terra chamada Bandalhoeira (#truestory), naquele ponto em que já usavam frases como "Estou a ser eu próprio, Teresa" e "Gostaria de expulsar a X porque ela não está integrada no grupo".
Só percebemos o estado de exaustão de 8 adultos a lidarem com 4 crianças (mais uma no forno) quando dissemos que tínhamos levado connosco Bolas de Berlim e chocolates Merci e eles reagiram como quem precisa muito de açúcar para aguentar.
Os 40 chocolates ainda chegaram a durar 3 minutos.
Ser a tia fixe é ótimo. Durante cerca de três minutos e meio. Não há nada que se compare aos sorrisos que arranco a estes meus sobrinhos de amizades e a ouvi-los chamar-me para brincar. Claro que o sentimento de orgulho acalma, quando começo a ouvir "Tenho xixi. Quero fazer xixi CONTIGO".
Estou a brincar, claro, afinal as crianças são quase mais fáceis de aturar do que nós adultos, cujas luas já não se podem justificar com a idade. E somos um grupo heterogéneo, ainda por cima. Por exemplo: metade do grupo gosta de ouvir kizombas. A outra metade gosta de ouvir música. Não vou dizer em qual me insiro, para ser imparcial neste texto.
Bolas na piscina? Guardo-as todas, Um dia construo um estádio. Na verdade o único assunto verdadeiramente fraccionante (eu contra todos, entenda-se) são os jogos de bola na piscina, que eu acho que deviam ser proibidos por lei, sobretudo quando há ananases-bóia que me permitiriam estar tranquila a apanhar sol na piscina se não fosse a necessidade que as pessoas têm de não estar quietas. Na piscina nada-se. No campo, na relva, no raio-que-o-parta joga-se à bola. Pelo menos devia ser assim, sobretudo ao pé de pessoas (eu! eu!) que sofrem do síndrome "vai à baliza" e temem levar com o esférico no nariz sempre que hà bolas meneantes por perto. Tentem lá descansar, enquanto imaginam isto.
Se faz sentido jogar com bola na piscina, quando estivermos noutro contexto em que estejam num campo de futebol, hei-de atirar-lhes baldes de água. Para confirmarem se sempre combina.
Cuidado com a piscina!
Aprendizagens: o senhor que arrendou a casa repetiu MUITAS vezes para termos cuidado com as crianças e a piscina. Só no fim, ao ver o nível de esgotamento dos pais com os petizes, percebi que não tinha a ver com o perigo de a pequenada tropeçar, mas mais o perigo de algum pai atingir o limite e atirar a criança à água.
É brincadeira, se é que preciso explicar (as pessoas na internet levam tudo muito a sério). Eles gostam tanto das crianças que depois de não fazerem uma única refeição sentados 100% do tempo, até as levaram para casa na mesma - eu também me voluntariei para trazer as que já não precisam de fralda, as outras podem esperar.
Mesmo positivamente exaustos, o fim-de-semana esteve longe de ser suficiente para matar as saudades. Assim que passar o trauma, vamos pensar em marcar próximo.
Para quem não sabe ainda - porque comete a terrível falha de não me seguir no Instagram (shame 🔔🔔🔔 shame 🔔🔔🔔 shame 🔔🔔🔔) - este fim-de-semana fomos laurear a pevide para a zona do Luso. No destaque do perfil do Instagram de seu nome LUSO (criativo, hein?) podem desde já acompanhar algumas imagens que não serão aqui publicadas, mas mais à frente também publicarei no blog infomação organizadinha acerca de onde ficámos, onde comemos, o que visitamos e o que achámos.
Facto é que ficámos num palácio onde entre restantes hóspedes e mobília éramos bem capaz de ser as peças mais novas (atenção, que recomendo) e continuando nos programas de pseudo-terceira-idade decidimos (digo eu, como se fosse uma vontade do momento e não algo que tinha planeado há 3 meses quando marquei a estadia) fazer um tratamento termal. No caso, um Duche Vichy, que nunca tínhamos experimentado. Havendo três hipóteses de Duche escolhemos antecipadamente o Duche Vichy com Chuva Hidratante. E sabe Deus como saímos de lá hidratados até ao tutano.
Passo já para o fim: adorei o tal do Duche. Não sabíamos ao que íamos, tinha até ideia que poderia ser só eu e uma sala com chuveirinhos a pingar à vez, a fazer o trabalho sozinhos, estilo lavagem-automática, mas com um bocadinho menos de espuma. Nada disso. Pelo menos aquele que escolhemos nas Termas do Luso. Resumindo muito é isto: uma senhora dá-nos banho. Sim senhor, temos os aspersores a pingar, que ela vai dirigindo para uma zona ou outra, mas ao mesmo tempo ela vai esfoliando e massajando o nosso corpitxo ao longo de uma meia-hora. Isto tudo numa espécie de maca-banheira, primeiro virados para cima, depois para baixo - mas não se preocupem, é uma banheira baixinha, que não permite o afogamento quando estamos virados para baixo com a cabecinha no seu descanso próprio.
Tenham então três coisas em mente ao avançar para um Duche Vichy:
1. Esvaziem bem a bexiga antes. Não só a massagem completa pode causar apertos na zona abdominal para os mais incautos, como - e mais importante - vão ouvir água a correr durante 30 minutos seguidos. Sabem quando dizem que estão aflitos e alguém maroto faz SSSSHHHHH? Isso. Sem parar.
2. Vá, não sejam tímidos. Assumam que alguém vos vai dar banho. Basicamente temos direito ao tratamento que os bebés têm quando são pequeninos e os pais têm de os banhar, mas com mais noção do relaxamento que isso pode dar. E com mais chuveiros. E a mãe também está de fato-de-banho. E tem umas mãos mágicas que conhecem os pontos de pressão. E a sala está alagada, mas é porque é suposto e não porque não parámos quietos com os pés e chapinhámos tudo (eu chapinhei um bocado, porque tenho muitas cócegas nos pés).
3. Se não lavaram atrás das orelhas, no buraquinho do umbigo ou no interior da alma...não temam. Depois do Duche Vichy, entre a esfrega da esfoliação com massagem, e os jatos de água em todo o lado, não há mofozinho que sobreviva no vosso corpo. O que sei é que comecei por olhar a rapariga do tratamento como inocente massagista e saí como se partilhássemos um segredo obscuro.
Não sei se disse, mas a seguir a mim ia o Moço - e eu deixei-o ir, o que prova que não sou ciumenta. Só tive tempo de o avisar baixinho: é uma massagem mesmo muito completa.
[Note-se: foi um tratamento delicioso e recomendável, feito por uma profissional (assistida pelos seus chuveirettes), de forma profissional. Já fizemos muitas massagens em locais diferentes com tipos de sensações diferentes envolvidos - pedras quentes, aromáticas, óleos e afins - mas este de água do Luso, com as mãos hidratadas da menina, fica sem dúvida no nosso top. Não vos dê o meu relato, que pretende ser divertido, liberdade ordinária criativa.]