Diário da Islândia #4 | Ainda na Capital
Local de Partida: Reykjavik, Islândia
Local de Chegada: Reykjavik, Islândia
Ora movendo a conversa da lagosta que neste dia ainda há muito por comer. Hããaa...dizer! E mostrar! E se acharem mínima graça às fotos, vale lembrar que há mais no Instagram @mariadaspalavras que não serão publicadas aqui (para não vos maçar).
A chuva começou picar-nos por volta desta hora, mas não constituiu problema: o próximo passo era visitar o Harpa, o maior centro de espetáculos do país e também com uma arquitetura vanguardista. Aproveitámos para recarregar baterias em todos os sentidos: descansar um bocadinho e dar energia à máquina fotográfica.
Depois continuámos pela linha da água com uma vista assim a este nível, mesmo enevoada:
Até chegarmos ao Sun Voyager (ou Sólfar), uma escultura dedicada ao Sol e representante da esperança, que faz lembrar um cruzamento entre um esqueleto de baleia e um barco viking: dois elementos muitos fortes na Islândia, apesar de não ter visto nenhum fora das lojas de recordações (nem baleias, nem vikings).
Percebe-se porque têm uma estátua dedicada ao Sol nesta terra - embora não se perceba como estão ali aquelas pessoas na foto sem escorregar. Tão depressa ele não se esconde meses a fio, como se deita com as crianças. No Inverno, neste Fevereiro, anoitecia pelas 18h, pelo que começámos num passeio vagaroso de volta ao nosso alojamento. E passear nesta cidade é ver cores, ver luzes de Natal, ver candeeiros às janelas. Isso e roulottes de waffle com Nutella onde também se pode pagar com Multibanco - já disse que lá se paga tudo com Multibanco? Era eu a comer o dito e a Nutella a voar ao vento. Mas feliz.
Excluindo: (1) o Perlan que deixámos de parte propositadamente - é um museu sobre a beleza natural da Islândia e tencionávamos vê-la ao vivo, com um bonito miradouro, mas já tínhamos ido ao da igreja, (2) o Museu Falológico (sim! isso) e (3) uma parte da rua das compras (que não tencionávamos fazer porque o luxo na Islândia é comer); depois desta humilde passeata, tínhamos dado à volta à cidade pelos pontos mais importantes. E sim, um dia chega perfeitamente para experimentar Reykjavik, mesmo que quiséssemos fazer as outras coisas. O nosso roteiro de um dia foi assim, em 7 quilómetros:
E depois chegou a refeição para a qual andávamos a guardar as pupilas e as papilas. Como já disse 367 vezes sobre esta viagem, comer é deveras caro na Islândia. O problema é que também é extremamente bom: peixe e marisco fresquíssimo, borrego de chorar por mais (lamb! lamb! lamb!), o tal do pão de centeio feito na terra quente das hot springs e Skyr upa-upa-nada-a-ver-com-o-que-se-vende-cá-e-de-todos-os-sabores. A gastronomia deles e os chef's são reconhecidos e já tínhamos posto uma fatia de viagem de parte para ir a bom restaurante, deleitar a barriguinha.
Com a ajuda do Trip Advisor e uma reserva feita antecipadamente, ainda em terras lusas, fomos ao Resto. Onde comemos um folhado do bacalhau mais fofo que tive o prazer de conhecer, um queijo incrível no forno, borrego muito bem confecionado e o peixe com lagosta que moram nos meus sonhos.
Felizmente não temos hábito de beber alcoól às refeições e as sobremesas não eram do meu agrado, o que tornou possível ir lá comer sem ficar a lavar pratos. Estou a brincar. Não foi assim tão caro, embora o seja para os padrões de quem está agora habituado a deliciar-se no Porto ou em Espinho. Aliás, percebemos logo que não ia ser incomportável (além da pesquisa feita). O sítio era fino o suficiente para ter onde pendurar os nossos casacos, mas não tanto que não tivéssemos de ser nós a pendurá-los. Fino o suficiente para servir água (sempre da torneira que eles não bebem outra) em garrafa de vidro, mas não tanto que no-la servissem no copo. Mas era uma atmosfera linda, de meia luz e música calma. E a comida: aiiii...
Um contraste perfeito com o nosso regresso ao quarto. Onde um vizinho do lado quis meter conversa connosco a explicar um drama qualquer com bagagem que lhe tinha acontecido e eu, que falo bem inglês, percebi pouco mais do que Hi. E o WC do nosso andar parecia um filme de terror, com t-shirts molhadas num canto do chão, papel higiénico espalhado e tudo e tudo. Ah, os fins de noite perfeitos...
Não saiam daí, que no próximo texto da Islândia começamos a chegar a cenários ainda mais inacreditavelmente bonitos. E muito em breve...CAVALINHOS!
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