Sabem quando muda a estação e voltamos a trocar as roupas do armário? (Se têm um armário suficientemente grande para manter a roupa do ano todo dispenso ouvir. Se isso acontece porque são tão minimalistas que têm poucas peças ao todo, também.)
A regra normal e que tenho seguido nos últimos anos é: se não usei na última estação, dou. E se não tiver usado na última estação porque a peça esteve meses a fio no cesto da roupa por passar e eu nunca cheguei ao fundo?
Há uma montra em Espinho que constitui um sério problema para mim. Logo eu, que nem sou de montras. Tem sempre vestidos e outras peças de roupa bonitas e originais. Ora, sempre passei por ela, babei e andei, porque os preços nas etiquetas raramente têm menos de três dígitos e não estamos a falar de situações com vírgulas. Até que no outro dia passei lá - sem querer - e vi uma t-shirt da Coca-Cola. A Coca-cola foi a minha paixão platónica da adolescência na vez do Brad Pitt (nunca apreciei louros). E por alguns segundos de pura loucura imaginei o que era ter aquela t-shirt (em vez de almoçar o resto do mês). Como a loucura foi temporária, e tinha quase a certeza que haveria mais t-shirts da Coca-Cola no mundo, socorri-me de quem tudo sabe: o Google.
E encontrei várias: não iguais, mas jeitosas: na Stradivarius, na Tezenis, na Bershka, na Mango - afinal andava a olhar para a montra errada. Queria-a vermelha e com a icónica garrafa. E, exatamente assim, havia na minha querida La Redoute esta da imagem/link que vos deixo abaixo. Beeeeem mais barata.
Perguntam-me agora vocês: assim sendo, Maria, porque não a compraste? E eu respondo: serei eu a ordinária ou aquela t-shirt diz...
Tive uma sessão de compras em modo birra quando tive de me apetrechar para uma viagem no frio. As botas impermeáveis são horrendas, os casacos cabem todos na secção Michelin, as meias térmicas são caríssimas e a roupa interior especial para formar as camadas é só dispensável em todos os outros dias da minha vida.
Eu já não obedeço muito ao clichê das mulheres que gostam de ir às compras. Não me divirto, não vou se não tiver objetivo, não perco tempo. Prefiro comprar online - quem me dera que até o cabelo desse para cortar online. Tanto que comprei os essenciais de viagem no tal modo birra e nunca cheguei a experimentar nada - o que me valeu um par de calças de ski que me servem no mindinho e nunca usarei.
A viagem passou e tudo foi prontamente lavado e arrumado, enquanto decido se o destino é OLX ou fazer o Moço alinhar noutra ida à neve para fazer render as bichezas (alô Serra da Estrela?!).
Tudo menos...o casaco! Com a tempestade que tem estado por aí, mantém-me quente e abrigada da chuva sem fazer das tripas coração para manter um guarda-chuva a bailar ao vento. E...posso confessar? Gosto dele. Do meu casaco feio que tanto amaldiçoei. Que jurava que desprezaria. Pelo qual chorava cada cêntimo e ao qual julgo que arruinei o fecho (e nem me importo).
Desde que regressei, já o usei mais vezes que muita roupa comprada há anos com convicção de corpo e alma. Não sei quantas vezes terei feito isto a uma peça de roupa. Isto de pôr de parte sem realmente dar uma oportunidade. Ou a um filme. Um livro. A alguém? Porque até a roupa nos ensina lições.
Quem nunca guardou uma peça de roupa no armário, completamente inutilizável (de tão gasta), porque ainda não consegue desistir dela. A minha desculpa é que só deito fora aquele par de calças quando encontrar umas sucessoras à altura...para não me esquecer como são eram.
Quem nunca reparou, só quando ia a sair de casa, que já levava uma nódoa na roupa, mas por falta de tempo e paciência, e assumindo que a consegue esconder q.b., segue o seu caminho sem se mudar.
[Caso de ontem. Mas para esconder a nódoa q.b. tive de assumir uma espécie de postura "parti o braço" durante o dia todo.]
Eu tenho um equilíbrio delicado entre a roupa passada e por passar. A minha mãe veio cá e estragou tudo. Passou-me um monte de roupa a ferro. Esvaziou-me a percentagem de roupa que pertence ao cesto de amarrotados. Agora não tenho onde a guardar toda.
Por causa deste post em que queria ilustrar com algumas peças como ainda era cedo para começar a dizer adeus ao Verão, andei a passear (mais do que devia) no site da La Redoute. Conclusão: desgracei-me.
O vestido já tinha visto há uns tempo (adoro este género de camiseiro - ou lá o que é, a blogger in não sou eu) e estava pornograficamente a metade do preço. A blusa, em vermelho, sorriu para mim por menos de 10€, e comecei logo a imaginar-nos felizes, a dar longos passeios na marginal, abraçadas. O outro vestido...enfim, combina lindamente com o meu cadeirão amarelo da sala: como resistir a esse match made in heaven?
Tinha prometido a mim mesma que ia começar a poupar para umas férias das BOUAS (assim mal escrito e tudo, para verem o nível de qualidade) e vocês fazem-me isto (obrigam-me a andar no site da La Redoute para ver conteúdos para o blog).
Ao menos elogiem as peças. Vejam-nas lá e digam nos comentários: ui, adoro esta e sei como não conseguiste resistir àquela. Qualquer coisa que me convença que fiz a coisa certa.
Qual é a vossa favorita? Ou qual é que eu devia mandar devolver? Sejam fofos e repondam, respetivamente: todas e nenhuma.
Às vezes cometo este pecado, mas tento não o fazer: não viver o presente, já a pensar que o que é bom acaba. Como quem ao meio-dia de Domingo já suspira de miséria porque na segunda às nove se acabou a liberdade. Como quem na segunda música do concerto já se começa a lamentar porque não tarda acaba. Como quem está a começar a semana de férias e já chora lágrimas de sangue porque é só uma semana e passa num instante.
Foi isso que senti ontem ao ver as coleções de Outono a entrar. Parem o barco que eu quero sair. Ainda nem senti o Verão em toda a sua força e já querem por força enfiar-me num casaco de cabedal (antes isso que um colete de forças, mas ainda assim...).
Vamos só fazer uma pausa e apreciar as belezuras a usar no verão poder ser? Carpe Diem, porra.
Podem clicar para ver detalhe e preço. São La Redoute e Prof e meio puxadotas, mas pressupõe-se que de qualidade. Duas são peças de "tamanho grande" porque infelizmente nem toda a roupa é feita em todos os tamanhos e decidi juntar ao lote, porque as achei peças giríssimas e sei da dificuldade que às vezes há em encontrar roupa para todos os corpos e feitios, não é Magda?