O Síndrome da segunda-feira*
Se há coisa que gosto de tentar afastar dos meus hábitos de conversa e da minha mente é a força de se querer que seja sempre fim-de-semana. Temer a segunda e exultar a sexta. Viver para o fim-de-semana.
Cada vez mais me apercebo como os dias correm, as semanas se sucedem, os anos passam e a vida já aconteceu. Que será então se só aguardamos com felicidade dois dos sete dias da semana? (três, se contarmos a alegria ansiosa da sexta-feira, mas dois outra vez, se contarmos que o domingo já é mal passado a pensar no que aí vem).
Sob pena de gustavosantizar o texto: que tal procurar as coisas positivas de cada dia? À segunda uma nova oportunidade para se fazer diferença no trabalho, à terça uma ida ao cinema, à quarta o jantar mexicano feito em casa, à quinta um café de fim-de-tarde, a ver o sol baixar, antes de irmos para casa fazer o jantar, preocupar-nos com tudo. E passeios, e conversas, e episódios de uma série ou capítulos de um livro.
É que, para além de tudo, quem vive de olhos postos no tempo livre, desconsidera a sua profissão. Quer seja algo que faz com gosto, mas assim menos, quer seja algo que faz com pesar e assim reforça o seu sentimento negativo.
Então, abaixo os “oh, não, segunda!” e os “yey, sexta”. Viva o tirar o melhor de cada dia, seja ele qual for e contenha as obrigações que contiver. Hoje vai ser um bom dia. Combinado?
*Considerar outros dias de semana, caso não trabalhe de segunda à sexta.