Das palavras #3: Sogrices
Tenho para mim a ideia (polémica) que os sogros não são maus para as relações. Podem beliscar as noras e os genros, mas não beliscam aquilo que une a nora/genro ao filho/filha.
Há até um blog novo por aí [daqueles em bom] em que duas moças falam das suas bruxas sogras e que eu acho que só reforça esta teoria – porque apesar de todas as dificuldades impostas pelas bruxas sogras, isso só serviu para reforçar a ligação que têm aos respetivos maridos.
Lidar com sogrices (termo que doravante designa os pais da outra metade da laranja e suas manias) é como entrar num jogo de futebol: é preciso alguma preparação, muita sorte e não entrar a pés juntos. Se já soubermos que há a possibilidade de a) se meterem demasiado na nossa vida, b) nos julgarem pelo que fazemos ou não fazemos, c) nos odiarem por roubarmos o rebento lá de casa ou d) tudo isso ao mesmo tempo, a partir daí tudo o que vier é ganho.
Eu e o meu rapaz temos sorte. Claro que ele não se livrou de alguns episódios caricatos ao início. Como quando a minha avó nos disse que desde que nos dessemos bem estava tudo bem e o meu pai replicou “mas também não precisam dar-se bem demais” em jeito de “tira-lá-a-mãozinha”.
Seguindo algumas regras básicas, como levar as coisas com leveza e humor, ou em casos extremos evitar o que nos faz mal (se forem os sogros, que seja), as sogrices não têm como estragar uma boa relação. Agora a relação é que pode não ser boa já de si. Se não comunicam, não dizem o que sentem ou o que vos incomoda, se não encontram soluções em conjunto…santa paciência, mas a culpa não é dos sogros, é vossa. Ou, para usar a expressão de um amigo nosso: não façam dos sogros o vosso “bode respiratório”.