Começa com um baque no peito. Um formigueiro que se alastra e a ansiedade de saber o que aí vem. Pode não ser nada ou pode ser bastante intenso. Pode não durar ou saber a uma vida. Quero evitar e ao mesmo tempo não consigo. Tenho de me deixar levar. É inevitável. Abandono-me e começa.
Não é que a porra do coágulo é coisa séria? Eu juro que tentei não tossir mas, tuberculosa como estava, em determinados momentos foi tal e qual como se me tivessem pedido para não pestanejar (tentem lá isso, por 2 ou 3 dias). Nem sequer foi tosse branda, a noite trazia autênticas sessões de cuspir os pulmões. Portanto espera-me a morte por dente do siso, que ao que parece, é uma realidade - e toda a gente na comunidade dos dentistas sabe que pode acontecer quando se arrancam dentes, mas ninguém avisa o pessoal.
Juro que hoje já senti dois tremeliques na perna e imagino que seja o coágulo que se desprendeu do buraco do siso e me viaja alegremente pela corrente sanguínea até encontrar onde estacionar.
Partlhei com a minha irmã, que se preocupou logo: primeiras para ficar com a tua roupa, livros e computador!
Não costumo ter estes laivos de hipocondria, mas não consigo deixar de rever a imagem do dentista a dizer "se não tossir vai correr tudo bem", sem o ar de gravidade que a situação precisava. Nada que avisasse que era questão de vida ou morte. Soubesse eu e tinha enfiado um pano na boca por três dias, feito um furo na garganta com esferográfica para passar o ar, como fazem nos filmes, induzido anestesia geral, qualquer coisa.
Pronto, era só para desabafar e dizer isto: se morrer, escrevam por mim. Digam que fui uma grande blogger (mintam descaradamente).