Uma Odisseia em...Alcobaça
Na altura mostrei-vos fotos da nossa passagem por Alcobaça e deixei boa recomendação do hotel mas ficou prometido o post com informação mais completa que ainda não tinha escrito. Antes que o ano acabe: cá está ele! (sou só eu que ao proferir esta expressão tenho imagens claras de um excerto do filme de animação Idade do Gelo? Sou? Ok, esqueçam.)
Quando chegámos a Alcobaça nessa tarde chovia copiosamente. Como na manhã seguinte íamos rumar à Nazaré decidimos ir logo espreitar o mosteiro (que o Moço afirmava não conhecer) e vimos uma agitação bonita na cidade, meio pintada de Natal. Não percebemos logo o que era, mas passeamos um pouco (mesmo pouco, já disse que chovia bem?).
Rumámos ao hotel com a ideia de por lá jantar e ficar. No check-in a senhora que nos atendeu tinha acabado de queimar a mão no presépio (ironias) e mesmo com mão assada não se coibiu de ser super simpática e dar-nos dicas sobre a cidade.Contou-nos o que se passava: era o fim-de-semana do festival de doces conventuais (para o qual nos ofereceu entradas) e havia um espetáculo de videomapping a não perder no mosteiro. Sem termos planeado, tínhamos ido no dia certo. O nosso plano é que se refez: jantar no hotel primeiro, sair de novo para a chuvosa cidade depois.
Mas primeiro: conhecer o quarto!
Digo-vos já o bom e o mau da estadia, sendo que foi uma das melhores do ano com a Odisseias. Já recomendámos a mais amigos que procuravam uma escapadinha de fim de semana, porque sem dúvida vale a pena pela simpatia, pelo espaço muito bonito e elegante e uns tantos outros detalhes.
O quarto era bonito e aconchegante, o duche era bom e tinha esponjas para os hóspedes (!), a envolvente bonita (imagino sem chuva), o wifi funcionava bem e havia espelhos em todo o lado! O Spa está ao dispor e o jacuzzi é por marcação, exclusivo para quem reserve - o que achei um pormenor diferenciador de luxo. Não usámos porque nos esquecemos da roupa de banho e o Moço confessou logo à senhora da receção, com a sua candura excessiva, que só tinha trazido boxers e cinzentos...
Honestamente, e se não fosse pelo pequeno-almoço (já comi noutros com muito mais variedade) diria que é um hotel de 5* e não 4* (como é efetivamente). Também trocava a carpete do corredor que creio não combinar com a elegância do resto do hotel, mas isso já sou eu a ser picuinhas.
Também não nos arrependemos de jantar no hotel, no Golden Restaurante. Já sabíamos que não era muito caro e decidimos mimar-nos com a cozinha de autor (um pouco a medo, porque a experiência de jantar no Douro Scala não tinha sido boa). As doses eram perfeitamente aceitáveis e saborosas - e apesar do azar de ter avariado o fogão (o que nos fez esperar mais do que o normal) não trocaria a experiência. Os purezinhos no meu prato eram deliciosos e o polvo do Moço estava no ponto. Vixe, quanta elegância.
Depois pegamos novamente no carro (ah, sim o hotel é deslocado do centro, precisam de carro a funcionar - mas está bem sinalizado) e lá fomos a maldizer a vida por causa do mau tempo para ver as atrações recomendadas. O videomapping valeu MUITO a pena. Arrumou o Terreiro do Paço a um canto por ser dentro do mosteiro - que sensação.
Depois fomos ao festival de doces conventuais onde provavelmente fomos as únicas pessoas que nem uma pontinha de doce provaram ou compraram. Eu, porque sou uma esquisitinhas com doces e coisas moles, ele porque está em eterna dieta (chamam-lhe reeducação alimentar, não é?). Mas certamente ingerimos açucar só por respirar, Quando entramos na sala principal, juro que cheirava a diabetes (e este meu desabafo com voz talvez um pouco alta demais, ainda pôs uma senhora estranha a rir).
Recapitulando: 1) não inventem, se forem a Alcobaça fiquem no Vale D'Azenha Hotel Rural & Spa com a Odisseias (uns amigos meus já ficara alojados noutros sítios em Alcobaça que prometiam ser bons e foram uma desilusão, por isso mais vale guiarem-se por mim); 2) as cornucópias não se devem guardar no frigorífico e 3) se houver para o ano, vão ver o videomapping no Mosteiro. Eu gosto de Alcobaça. Como diz a letra da canção: quem passa por Alcobaça, não passa sem lá voltar.